60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 5. Sociologia Rural

PROJETO UNIVERSIDADES CIDADÃS: UM NOVO CAMINHO PARA INCLUSÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Léia Soares da Silva1, 2
Rejane Meyson Vieira de Sousa1, 3
Rafael Norberto de Oliveira1, 3
Gleudiano Silva Rodrigues1, 4
Rayane de Moura Santos1, 4
Francisco Carlos Gândara1, 5

1. Universidade Federal do Piauí - UFPI
2. Centro de Ciências da Educação - CCE
3. Centro de Ciências Agrárias - CCA
4. Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL
5. Prof. M. Sc. - Centro de Ciências Agrárias - UFPI - Orientador


INTRODUÇÃO:
A articulação entre os diversos segmentos de desenvolvimento comunitário é uma forma estratégica de transformação social, que envolve representantes dos setores privado, público e de organizações da sociedade civil. Tendo isso em vista, o COEP (Comitê de Entidades no Combate a Fome e pela Vida) cuja origem inicialmente liderada pelo sociólogo Herbert de Souza (Betinho) em torno de ações de cidadania, buscou valorizar a participação das Universidades na implantação de projetos de desenvolvimento comunitário, a fim de promover ações de cidadania e contribuir para melhoria da qualidade de vida de populações de baixa renda no semi-árido Nordestino. O presente trabalho trata-se de um relato de experiências vividas na região de São Raimundo Nonato-Piauí, alcançando um pólo de seis comunidades nessa região, totalizando cerca de 350 famílias. Uma parceria entre COEP e CNPq, oferece apoio ao Projeto Universidade Cidadã através de bolsas de fomento tecnológico. Esse projeto contribui para desenvolver processos integrados de educação, geração de trabalho e renda, gestão e inclusão social, envolvendo os projetos agrícolas já existentes nas respectivas regiões de atuação, contando para isso com a participação de seis alunos bolsistas. Dessa forma, objetivamos trabalhar o processo de desenvolvimento comunitário através da extensão universitária.

METODOLOGIA:
As comunidades assistidas pelo projeto Universidades Cidadãs da Universidade Federal do Piauí localizam-se nos municípios: Anísio de Abreu (comunidade Cacimba), Jurema (Boa Vista), São Brás do Piauí (Solidão), São Raimundo Nonato (Quixó), Fartura do Piauí (Baixa do Morro) e Várzea Branca (Pão de Açúcar), integrando o pólo de comunidades COEP do semi-árido. As ações são realizadas por uma equipe multidisciplinar de estudantes de graduação, coordenados por um professor da área de Desenvolvimento rural CCA/UFPI. Por meio de oficinas diagnóstico são realizadas atividades utilizando instrumentos ludos-pedagógicos que seguem a abordagem metodológica: “com que cara estou chegando?”; “Quem somos?”; “O que temos?” e “Como alcançar?”. Através de plenárias, são conduzidos trabalhos em grupos e discussões em segmentos diferenciados: jovens, mulheres e agricultores. Tais procedimentos, segundo Andrade (2006), operam numa dialógica entre aspectos teóricos e práticos das ações. Uma atenção especial é dada à construção de uma proposta para uso pedagógico dos telecentros comunitários.

RESULTADOS:
Foram conhecidas as demandas (de capacitação, infra-estrutura e inserção em políticas públicas) e as potencialidades locais, que permitiram a realização de atividades conjuntas visando a melhoria da qualidade de vida nessas comunidades. Buscou-se o despertar de uma consciência crítica promotora da valorização da auto-estima desses comunitários, com destaque para o uso da informática como ferramenta pedagógica de inclusão digital, uma vez que o diagnostico detectou certa carência de acesso a fontes literárias de modo geral. Considera-se aqui o esforço de elaboração da proposta para a biblioteca comunitária do “Programa Arca das Letras”. Alem disso, a construção do protagonismo desses atores na elaboração de projetos geradores de trabalho e renda, resultou em ações tais como: moinho de milho, casa de farinha comunitária, fabrica de doces caseiros e oficina de corte e costura. Todos esses aspectos se apoiaram num evidente aumento da capacidade de interlocução dessas comunidades com gestores de políticas publicas no âmbito municipal e estadual.

CONCLUSÕES:
A experiência vivenciada permite concluir que os métodos e instrumentos participativos utilizados contribuíram para o fortalecimento das comunidades COEP, na medida em que se configurou num modelo de atuação onde os membros da comunidade, atestado em seus próprios testemunhos, voltam um olhar de valorização a própria comunidade na sua riqueza histórica, material e cultural, construindo soluções endógenas para a superação de seus problemas, através de organização e planejamento, anunciando uma efetiva contribuição a diminuição do êxodo rural, pela criação de oportunidades de trabalho e renda, e pelo aumento do seu nível de politização, vencendo as barreiras do isolamento e precariedade de comunicação.

Instituição de fomento: Instituição de fomento: CNPq



Palavras-chave:  Desenvolvimento comunitário, Extensão universitária, Inclusão social

E-mail para contato: lea_sinha@hotmail.com