60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Durante conversas informais entre os alunos de Psicologia, nos intervalos de aulas, foi detectado o grande número de conflitos existentes na relação família-estudante devido aos conceitos que a família possui sobre a Psicologia como ciência e como profissão. Tentando entender melhor a situação conflituosa, o objetivo desta pesquisa é investigar a influência que o aluno de Psicologia recebe de sua família devido sua escolha profissional e perceber como se constitui o aprendizado deste estudante mediante a relação entre ele e seu grupo familiar.

METODOLOGIA:

A base teórica desta pesquisa está pautada no conceito de representações sociais e na Teoria humanista de Rollo May e Rogers. Para a coleta de dados foram utilizadas duas metodologias. A primeira quantitativa no qual foram aplicados questionários nos 352 alunos matriculados no curso de Psicologia da PUC Minas em Arcos até junho de 2007. A segunda, de natureza qualitativa, foram realizadas entrevistas semi-dirigidas com 10 estudantes sorteados e seus respectivos familiares. Para a análise das entrevistas a metodologia empregada foi a da análise de conteúdo.

RESULTADOS:

Pôde-se constatar que a relação existente entre familiares e estudantes de Psicologia interfere no aprendizado do aluno no que diz respeito às disciplinas ministradas no curso, assim como na dedicação desses ao mesmo. Esta observação está pautada na comparação dos dados quantitativos e qualitativos obtidos, no que diz respeito a pré-conceitos que as famílias ainda fazem dos profissionais da Psicologia, como por exemplo acreditar que Psicologia não é profissão digna de se trabalhar ou o medo de que esse futuro profissional seja banalizado pelo mercado de trabalho. Acreditando que cada qual quer o melhor para seu filho, as famílias, principalmente a figura dos pais, interferem de maneira perigosa no aprendizado do estudante. É importante ressaltar que com o passar do curso os familiares entendem melhor a Psicologia, enquanto profissão e ciência, e a relação que outrora se fazia conflituosa, se torna menos agressiva para ambos, efetivando um melhor desempenho dos estudantes.

CONCLUSÕES:

Em suma, os estudantes universitários (maiores de idade e responsáveis por sua vida a priori) não estão excluídos de sofrerem interferência da relação familiar. No caso específico, o estudante de Psicologia, cuja base da profissão pauta-se nas relações intra e interpessoais que se estabelecem, sejam estas positivas ou negativas, precisar ter mais cuidado em suas próprias relações para estas não apresentarem conseqüências de interferência, que na maior parte das vezes ocorre na condução acadêmica (aprendizado) desse estudante e futuramente em seu exercício profissional.

Instituição de fomento: PROBIC / PUC Minas

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Psicologia, Relacionamento Familiar, Aprendizado

E-mail para contato: evertonsouzapsic@hotmail.com