60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

HUMANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Jailson Alberto Rodrigues1
Daiana Soares Cardoso1
Fabiana Josino Bezerra dos Santos1
Rosa Martha Ventura Nunes1
Silvana Gonçalves Leite1
Sônia Maria Josino dos Santos1

1. Faculdades Integradas de Patos


INTRODUÇÃO:
As unidades de terapia intensiva (UTI’s), são unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que dispõe de assistência ininterruptamente, com equipamentos específicos, recursos humanos especializados e acesso a outras tecnologias destinadas a diagnósticos e à terapêutica. Ela não é apenas um serviço com equipamentos especiais, envolve uma postura da equipe que ali trabalha, uma atitude orientada para o aproveitamento das facilidades técnicas e, um contexto onde o relacionamento humano ofereça segurança e apoio emocional efetivo, preponderante. A humanização da assistência de enfermagem é uma tarefa difícil de ser implementada, pois a rotina das UTI faz com que os membros que ali trabalham esqueçam de “tocar”, conversar ou ouvir, serem humanos, individualizar a assistência e ter uma visão holística para com o assistido, fazendo da humanização a base da profissão. Com isso, buscou-se conhecer o significado do cuidado humanizado na percepção dos enfermeiros que trabalham em uma UTI, no sertão paraibano, pois buscar formas para humanizar a prática em saúde implica em aproximações críticas que permitem compreendê-la, além de seus componentes técnicos, instrumentais, envolvendo as dimensões político-filosóficas que lhe imprimem sentido.

METODOLOGIA:
Realizou-se um estudo do tipo descritivo exploratório, de abordagem qualiquantitativa, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Trauma e Emergência Dr. Antonio Targino, na cidade de Campina Grande-Paraíba, no período de dezembro de 2007 a janeiro de 2008. A população foi composta pelos enfermeiros da unidade, sendo a amostra formada de 14 profissionais que aceitaram participar e assinaram um termo de consentimento livre esclarecido depois de garantido o anonimato e direitos de desistência, seguindo-se o que recomenda o Conselho nacional de Ética em Pesquisa quando se trata de estudos envolvendo seres humanos na sua Resolução 196/96 (BRASIL, 1996). Para coleta dos dados utilizou-se um instrumento com perguntas objetivas e subjetivas, previamente elaborado, que mais tarde foram analisados de acordo com a literatura pertinente.

RESULTADOS:
Prevaleceu o gênero feminino (85,71%) sobre o masculino (14,29%), observando-se que a relação de tempo de formação sobressaiu-se a faixa de 5 a 10 anos (28,57%) e 14,29% com 2 a 5 anos de formação, refletindo o que diz a literatura e os costumes, que as mulheres prevalecem nas categorias de enfermagem. De toda a amostra, 85,72% não é especializada em assistência em UTI, 14,28% o é, contudo essa mesma percentagem de não especializados já tiveram experiência anterior nestes serviços e, realizam contato verbal com os pacientes espontaneamente, enquanto os 14,28% realizam quando solicitados. 42,85% mantêm sempre preservada a privacidade do paciente, outros 57,15% disseram mantê-la na maioria das vezes, reforçando-se a teoria de que é necessário preservar a dignidade e autonomia do paciente, como premissas da humanização. 100% da amostra relatou ter dificuldade para implementar a assistência de enfermagem, entre elas a falta de recursos materiais e humanos, qualificados, a não satisfação profissional de alguns trabalhadores, a sobrecarga do trabalho e o pouco conhecimento da SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem), pois para uma assistência completa e humanizada são necessários não só recursos materiais e humanos, mas também satisfação pessoal.

CONCLUSÕES:
A repetição diária de atividades faz com que o profissional aja de forma mecânica, a sobrecarga de trabalho e o comodismo estão interferindo e afastando a prática da teoria, deixando insatisfação aos pacientes. Aliado a isso, encontra-se os avanços tecnológicos, que interferem na assistência adequada enfermagem. Baseado nisso, percebe-se que a humanização na enfermagem não é possível sem tecnologia e vice-versa, porém de forma que não se deva aplicá-la sem que a humanização esteja presente. Dessa forma, é necessário que, baseado nos dados coletados, ressalte-se a importância de mudanças nos profissionais, de forma que os mesmos busquem a atualização periódica de conhecimentos e implantem uma assistência humanizada que envolva atitudes, comportamentos, valores, ética e profissionalismo humanizado.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Humanização, Enfermagem, UTI

E-mail para contato: jailson_rodrigues@ig.com.br