60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal

CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO ‘ON LINE’ PARA ESPÉCIES DA MATA ATLÂNTICA.

MARIELLA ELINK1
ROSELI BUZANELLI TORRES2
ELIANA RAMOS3
EDUARDO GALEMBECK4

1. 1. Núcleo de P & D do Jardim Botânico / IAC.
2. 2. Profa. Dra./Orientadora.
3. 3. Pós Graduação / IAC.
4. 4. Depto. de Bioquímica, IB / UNICAMP / Co-orientador.


INTRODUÇÃO:
A Mata Atlântica está entre os 25 “hotspots” mundiais para a conservação, pois apresenta alto endemismo e grande diversidade biológica, necessitando urgentemente de estratégicas para sua conservação. No estado de São Paulo restam apenas 13% da sua área original, pois sofreu reduções drásticas devido à ação antrópica. Estudos na Mata Atlântica são muito importantes para se compreender a distribuição da diversidade biológica e o funcionamento da floresta. Essas informações podem embasar a elaboração de políticas públicas para a sua conservação, e também permitem prever cenários futuros decorrentes dos efeitos do aquecimento global. Assim, identificar as espécies que ocorrem em uma dada área é fundamental para o desenvolvimento de várias linhas de pesquisa. Este estudo insere-se no projeto temático “Composição florística, estrutura e funcionamento da Floresta Ombrófila Densa dos Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, Estado de São Paulo, Brasil” (Biota Gradiente Funcional), e tem como objetivo elaborar uma chave de identificação das espécies que ocorrem em um trecho da Mata Atlântica, parcialmente situado no Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar. Esta chave está disponível para consulta ‘on line’.

METODOLOGIA:
A área de estudo localiza-se na Fazenda Capricórnio (23º22’52”S e 45º04’43”W), entre 80 e 120m de altitude, no município de Ubatuba (SP). O clima da região é tropical úmido, sem estação seca. Foram amostradas, em uma parcela de 1ha, todas as plantas com pelo menos 15cm de perímetro a 1,30m do solo. De todos os indivíduos amostrados coletou-se material botânico para identificação e pelo menos um exemplar de cada espécie foi incorporado ao acervo do herbário IAC. A partir desses materiais elaborou-se uma diagnose de cada espécie, com ênfase nos caracteres vegetativos. A distribuição geográfica da espécie foi pesquisada na literatura e os nomes populares são os citados pelos auxiliares de campo locais. As ilustrações, realizadas com auxílio de uma câmara digital, mostram o aspecto geral dos ramos e detalhes que auxiliam a identificação da espécie. Para ilustrar as estruturas pouco visíveis a olho nu, acoplou-se a câmara digital a um microscópio estereoscópico. A estrutura computacional foi desenvolvida com uso de softwares livres. As diagnoses foram armazenadas em um banco de dados MySQL, usando-se uma interface de gerenciamento desenvolvida em HTML, PHP, JavaScript e Ajax em um servidor rodando Apache. A chave interativa foi desenvolvida em Ajax e MySQL.

RESULTADOS:
Foram amostrados na parcela 1405 indivíduos, distribuídos em 105 espécies, das quais 100 são árvores, duas palmeiras e três fetos arborescentes (samambaiuçus), pertencentes a 72 gêneros e 38 famílias. Até o momento, foram realizadas a diagnose e ilustração digital de 50 espécies. Foram estabelecidos quatro grandes grupos - plantas com caule sem ramificações aéreas, com folhas divididas em pinas compostas (samambaiuçus e palmeiras); plantas com caule ramificado na porção aérea e folhas compostas; plantas com caule ramificado na porção aérea e folhas simples, opostas ou subopostas; plantas com caule ramificado na porção aérea e folhas simples, alternas. Em cada grupo, as plantas constituem subconjuntos afins, para os quais se utilizam filtros de ordem cada vez menor, até a separação das espécies. Uma dificuldade inicial do trabalho foi padronizar as diagnoses, uma vez que o estudo identificou um conjunto muito variado de espécies, com características morfológicas muito diversificadas. Outra dificuldade encontrada foi a falta de informações sobre a distribuição geográfica de muitas espécies.

CONCLUSÕES:
É possível elaborar uma chave de identificação de espécies vegetais a partir da análise das suas características morfológicas vegetativas. Mesmo para grupos em que é difícil separar as espécies, como as Myrtaceae, a análise detalhada de características das folhas, extremidade dos ramos, permite a sua identificação.

Instituição de fomento: CNPq – bolsa PIBIC. Financiado pelo Programa BIOTA/FAPESP, projeto temático Gradiente Funcional (03/12595-7). Autorização COTEC/IF 41.065/2005 e IBAMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Floresta Ombrófila Densa, Ubatuba, SP

E-mail para contato: m_eltink@hotmail.com