60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública

ESTUDO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ALUNOS DA 6ª SERIE DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA MUNICIPAL.

Leandro Neves Valeta1
Mariana de Senzi Zancul2

1. Mestrando da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara - UNESP
2. Doutoranda da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara - UNESP


INTRODUÇÃO:
A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, marcado por intensas mudanças corporais e emocionais. É o momento no qual a taxa de crescimento tem um grande aumento, o adolescente pode ganhar cerca de 20% de altura e 50% do peso de adulto durante este período. Dados da década passada já apontavam o Brasil como um país em transição nutricional em razão da crescente prevalência de obesidade e de doenças crônicas. O aumento da freqüência do excesso de peso está associado a vários fatores de risco para doenças metabólicas e cardiovasculares que afetam o indivíduo na fase adulta. A preocupação com uma boa alimentação na adolescência é fundamental para garantir uma boa saúde da população. Nas ultimas décadas, estudos realizados no Brasil e em várias partes do mundo têm sido conduzidos com o objetivo de avaliar o estado nutricional de adolescentes e todos, invariavelmente, apontam uma grande porcentagem de jovens, de ambos os sexos, com sobrepeso e obesidade. Entre outros problemas, o aumento do peso entre os adolescentes, pode causar uma grande insatisfação com a imagem corporal. Este trabalho teve como objetivo verificar o estado nutricional dos estudantes da 6ª série de uma escola municipal em Ribeirão Preto (SP).

METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo do perfil antropométrico tomando-se as medidas de peso e altura. Participaram do estudo 36 alunos, de ambos os sexos, sendo 19 estudantes do sexo masculino e 17 do sexo feminino. O registro das medidas antropométricas foi efetuado dentro da escola, no período das aulas, o peso foi aferido utilizando-se balança eletrônica digital (marca PLENNA MEA – 08128). As medidas foram tomadas com os alunos descalços usando roupas leves e sem portar objetos pesados. Para a aferição da estatura, uma fita métrica plástica foi afixada na parede sem rodapé e a estatura medida com os estudantes de meias ou descalços com auxilio de esquadro de madeira. Para a análise dos dados usou-se o programa de software Epi Info 2000, a classificação do estado nutricional dos adolescentes foi feita pelos percentis de acordo com os Índices de Massa Corporal (IMC) para idade e sexo.

RESULTADOS:
A análise dos dados permitiu verificar que 5,6% dos escolares apresentaram valores < P05, indicando baixo peso, 63,9% apresentaram valores entre P05 e P84,9 que indica que estão dentro da faixa de eutrofia, 19,4% dos escolares apresentaram valores entre P85 e P95, o que indica sobrepeso e 11,1% apresentam valores acima do P95, indicando obesidade. Somando-se os escolares com sobrepeso e obesidade obtém-se uma porcentagem de 30,5%. Comparando-se os escolares do sexo feminino e masculino, verificou-se uma porcentagem maior de sobrepeso nos alunos do sexo masculino em relação às alunas do sexo feminino. Os meninos apresentaram 31,6% de sobrepeso e 10,5% de obesidade, já as meninas apresentaram 6% de sobrepeso e 12% de obesidade. O tratamento da obesidade é bastante complexo e para que seja realmente eficaz é necessário o trabalho multiprofissional dentro da escola com professores de educação física e ciências trabalhando em conjunto com a família, além de uma intervenção precoce já que a obesidade é uma enfermidade de difícil tratamento.

CONCLUSÕES:
A obesidade na infância e adolescência já é considerada uma epidemia no mundo. No Brasil, como em outros países, a prevalência da obesidade aumentou cerca de 50% na última década e em média 80% dos adolescentes obesos provavelmente se tornarão adultos obesos. Para reverter esse quadro e trabalhar a promoção da saúde e a prevenção da obesidade são necessárias diferentes ações em diferentes esferas que incluem intervenções na forma de educação alimentar e nutricional visando não apenas a perda imediata de peso, mas também uma mudança nos hábitos alimentares a longo prazo. Portanto, são necessárias mudanças de atitudes que levem os indivíduos a adotar comportamentos mais saudáveis que possibilitem uma melhor qualidade de vida. Diante do que foi observado no estudo, considera-se que, dentro do contexto de vida dos adolescentes no qual estão presentes diferentes variáveis como o sedentarismo, grande apelo ao consumo, forte influência da família, da mídia, a escola pode exercer um papel fundamental tanto na promoção da educação nutricional com o objetivo de desenvolver atitudes e hábitos saudáveis como no incentivo à prática esportiva nas aulas de educação física visando à melhoria da qualidade de vida.



Palavras-chave:  Obesidade, Adolescência, Antropometria

E-mail para contato: leandro_valeta@yahoo.com.br