60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia

A CONSTRUÇÃO DE VALORES ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO E DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Bruno Cesar Maldonado Rosa1
Adriano Ávila Goulart1
Thiara Vichiato Breda1

1. Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP


INTRODUÇÃO:
Atualmente nos deparamos com uma sociedade em crise social, econômica e educacional. Diante desse contexto, o Homem encontra-se cada vez mais individualista, afastando-se de valores cooperativistas e conservacionistas, tornando-se cada vez mais “irracional” ao agir por meio de competição e dominação ao invés de parceria e cooperação. Por princípios básicos da Biologia, podemos seguir por duas vertentes: a primeira, uma competição que levaria à extinção, a qual estamos caminhando, e a segunda que seria a simbiose, uma forma de harmonia do Homem com o meio sem que nenhum deles seja prejudicado. Em busca dessa harmonia, a Educação, principalmente a Ambiental, tem caráter fundamental para essa quebra de valores do paradigma capitalista industrial. Com isso, objetiva-se com este trabalho estimular nos alunos do Ensino Fundamental e Médio da E. E. Profª. Esmeralda S. Ferraz, no município de Ourinhos/SP, o ato de cidadania focando seu papel no meio ambiente, despertando a percepção ambiental, através do uso de metodologias diferenciadas das tradicionais e do contato direto com a natureza.

METODOLOGIA:
Pelo fato do projeto estar vinculado ao Programa Escola da Família, optou-se por não direcioná-lo a uma série específica, mas sim a todos os alunos e membros da comunidade local. Para desenvolver o projeto, foram selecionados três domingos consecutivos que tiveram como temas norteadores, meio ambiente e desperdício, água e a prática desenvolvida em campo, respectivamente. Para trabalhar-se o primeiro tema, utilizou-se como recurso, o filme “Ilha das Flores” de Jorge Furtado, que juntamente com a dinâmica de grupo “Teia da Vida”, fundamentaram-se a construção e a discussão dos conceitos de meio ambiente e desperdício. No segundo dia utilizou-se a música “hagua” do músico “Seu Jorge”, juntamente com a utilização da carta topográfica, fotografias aéreas, maquetes, mosaicos de fotografias do município de Ourinhos/SP. Com isso foi possível trabalhar os conceitos de desmatamento, área de preservação permanente (APP), mata ciliar, mata atlântica do interior, consumo d’água, saneamento, poluição das águas e suas respectivas doenças. No terceiro dia, aliando teoria com a prática, realizou-se o trabalho de campo no Parque Ecológico Municipal com dinâmicas como a “trilha cega” que busca despertar a percepção.

RESULTADOS:
Pela falta da inserção da Educação Ambiental no ensino, apesar da Lei 9.795/99 - Política Nacional para a Educação Ambiental, do Governo Federal, que rege a inclusão dessa temática de forma integrada em todas as disciplinas curriculares dos ensinos fundamental e médio, encontrou-se dificuldades para trabalhar conceitos básicos da Educação Ambiental, pois os alunos e professores não possuem uma base sólida a respeito, o que leva a uma banalização da Educação Ambiental, sendo vista como uma vertente da Ecologia ou da Biologia e não interdisciplinar. Mesmo diante das dificuldades encontradas, os alunos apresentaram motivação e interesse nos temas propostos, participando das discussões com exemplos práticos do cotidiano, ajudando-nos a construir os conceitos importantes para o despertar do exercício da cidadania. Isso foi permitido pelo fato de ter trabalhado de forma diferenciada, utilizando-se de metodologias inovadoras para a rotina dos alunos, que despertaram a curiosidade e a atenção, facilitando o processo de ensino-aprendizagem.

CONCLUSÕES:
Devido à importância da Educação Ambiental é necessária sua aplicação para indivíduos que ainda estão em processo de formação de valores, não definidos. O que levaria a mudança ou o direcionamento dos valores, e conseqüentemente, a reprodução de valores integrativos em uma nova sociedade. Ressalta-se, portanto a importância de projetos que complementem a Educação Ambiental ausentes nas salas de aula, além de práticas de experiências diretas com o meio natural a fim de aproximar o Homem da natureza, para que sejam formados cidadãos conscientes multiplicadores. Portanto conclui-se que ao aproximar o aluno da sua realidade sócio-ambiental podemos trabalhar, desenvolver e construir conceitos geográficos e ambientais que atrelados a percepção ambiental e ao contato direto com a natureza pode-se ressaltar o papel de cada individuo nos seus diferentes meio ambientes.



Palavras-chave:  Educação Ambiental, Meio Ambiente, Percepçâo

E-mail para contato: bruno.geografia@yahoo.com.br