60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Assim como no agronegócio mundial, o agronegócio brasileiro está sofrendo um processo de transformações e modernizações que o leva a um desenvolvimento de suas atividades e reconhecimento de sua importância no desenvolvimento do país, através da geração de renda, empregos e divisas. De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (2007), o leite não só é uma fonte de riquezas, mas também um importante pilar da economia mineira. O estado de Minas Gerais é o maior produtor nacional de leite, com 7,2 bilhões de litros/ano, totalizando um terço de toda a produção no país, sendo que o excedente exportável do Estado chega a 3,5 bilhões de litros/ano. E o rebanho leiteiro, também o maior do país, é composto por 7 milhões de vacas. Uma atividade que gera 1,2 milhão de empregos e na qual mais de 70% dos produtores são de pequeno porte, com uma produção diária abaixo de 100 litros, tendo grande representatividade social. Em 2005, a mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba se destacou por representar 24,47% da produção leiteira mineira (EMBRAPA, 2007). Nesse sentido, o presente trabalho busca analisar e descrever algumas das principais características da produção pecuarista na referida mesorregião.

METODOLOGIA:

Buscando-se um embasamento ao trabalho, foi realizada pesquisa bibliográfica, de natureza teórica e de natureza técnica, acerca da literatura disponível pertinente à pecuária leiteira. O trabalho teve como fonte de dados uma amostra de 247 produtores pecuaristas mineiros nas regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. Tais dados compõem o banco de dados do qual foi elaborado o relatório “Diagnóstico da Pecuária Leiteira de Minas Gerais em 2005”, publicado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG. As informações foram geradas a partir do cruzamento de dados da amostra considerando as seguintes variáveis: município, cliente, área, produtividade, experiência na atividade, escolaridade, treinamento, crédito. Dividiu-se a amostra em três estratos conforme o tamanho da propriedade, da seguinte forma: i) propriedades com até 50 ha; ii) propriedades com área entre 50 e 200 ha; e, iii) propriedades com área superior a 200 ha. Da mesma forma, também considerou-se três diferentes patamares de produtividade: i) até 30% dos produtores com menor produtividade; ii) entre 30% e 60% dos produtores, considerados com produtividade média; e, iii) acima de 60% dos produtores, com alta produtividade.

RESULTADOS:

Os resultados apontam uma relação entre tamanho da propriedade e utilização da mesma na atividade pecuária, de modo que, quanto menor a propriedade, maior o percentual de utilização da área na atividade. Observou-se também que, quanto maior a propriedade também maior é a produtividade média por vaca em lactação. Quanto aos clientes, predominam as cooperativas agropecuárias existentes na região, correspondendo a 82% do destino do leite pelos produtores. Cerca de 24% dos produtores participam de treinamentos, independente do grau de escolaridade. Os dados mostram uma relação entre produtividade e participação em treinamentos, de forma que para níveis mais elevados de produtividade ocorre maior percentual de produtores participantes. Não houve diferença significativa na variável produtividade entre as amostras de produtores com e sem acesso ao crédito.

CONCLUSÕES:

Conforme a amostra analisada na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, o tamanho da propriedade demonstrou relação inversa com o percentual da área destinada à pecuária leiteira. Contudo, a produtividade média por vaca em lactação apresenta uma correlação com tamanho da propriedade. Portanto, os resultados sugerem não haver relação entre especialização na atividade e produtividade das vacas em lactação, no âmbito da propriedade. Assim, as causas explicativas podem estar em variáveis como o tipo de tecnologia empregada, formas de manejo, perfil do plantel, dentre outras. Com relação ao destino do leite, as cooperativas apresentaram-se como principal cliente, nos diversos municípios que compõem a mesorregião, o que demonstra senso de organização dos produtores por meio de tais formatos organizacionais para a intermediação em suas relações no mercado. Por fim, percebeu-se também que a participação em treinamentos influencia positivamente a produtividade, sugerindo a ocorrência da aplicação da capacitação no âmbito da atividade.

Palavras-chave: Pecuária leiteira, Produtividade, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba

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