60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 16. Orientação e Aconselhamento

O COTIDIANO DOS ORIENTADORES EDUCACIONAIS: REFLEXÕES A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO

Locimar Massalai1
Dalva Felipe de Oliveira1
Dulce Terezinha Heineck1
Lediane Fani Felzke1

1. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná


INTRODUÇÃO:
A vida cotidiana é caracterizada como aquela feita dos mesmos gestos, movimentos e ritos que marcam a existência. É a vida de todos os dias de homens e mulheres de qualquer tempo e espaço, possível de ser descrita. Interessante frisar que o espaço de rotinas corriqueiras está permeado de relações possíveis de serem descobertas, descritas e modificadas. Então a vida de todos os dias não pode ser recusada ou negada como fonte de pesquisa e de conhecimento. Neste sentido este trabalho descreve o dia a dia das orientadoras educacionais em uma escola de periferia na cidade de Ji-Paraná, Rondônia, envolta com questões que são próprias de cada comunidade escolar e questões que são comuns às escolas brasileiras. O objetivo da pesquisa foi analisar a prática cotidiana das orientadoras educacionais da Escola Estadual Cravo.

METODOLOGIA:
O olhar foi centralizado sobre a prática cotidiana dos Orientadores Educacionais da Escola Estadual Cravo que fica situada em um bairro periférico do município de Ji-Paraná/RO. Para atingir os objetivos propostos recorreu-se a método etnográfico, pois o mesmo se mostrou o mais adequado para a realização desta pesquisa. Como instrumentos e técnicas de pesquisa foram utilizadas a revisão bibliográfica e a observação participante. Além destas, recorreu-se a entrevista semi-estruturada que foi aplicada junto a supervisora, diretora e vice-diretora da escola. Foram consultados os documentos e projetos da escola.

RESULTADOS:
A Escola Cravo atende a Educação Básica do Ensino Fundamental de nove anos, de 1ª a 5ª séries, de acordo com a resolução 131/ 06 CEE/ RO, nos períodos matutino e vespertino, totalizando um número de 279 alunos matriculados. O fazer cotidiano das orientadoras de acordo com os dados obtidos se traduz no atendimento aos alunos com as mais diversificadas causas que vão desde problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem até problemas de adaptação na escola. Afirmaram que traçaram um plano de metas que segue as diretrizes do projeto pedagógico. Para os professores, o trabalho das orientadoras é bom já que os ajuda nas dificuldades com os alunos e com a família. Em função do número de atendimentos não resta tempo às orientadoras para realizar palestras junto a comunidade escolar. Para os alunos o fazer da orientadora só aparece em situações de brigas e de indisciplina na escola.

CONCLUSÕES:
Os dados coletados demonstraram que na densidade do cotidiano de uma escola está implícita uma cultura que é influenciada pelas linguagens e símbolos dos sujeitos. Nesse contexto, observou-se que a prática das orientadoras tem relação íntima com as ocorrências cotidianas que a ela se prendem, situações que acontecem no dia a dia da escola, na vida dos alunos, pais e professores. Ressalta-se ainda que as orientadoras em geral não percebem as contradições da cultura escolar e do seu próprio fazer e têm dificuldade de se afirmar na escola enquanto profissionais da educação com funções específicas. Como a demanda é expressiva o tempo fica reduzido a ações pontuais e poucos são os momentos em que as orientadoras questionam a ação educativa.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Orientação Educacional, Cultura escolar, Cotidiano

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