60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA: OS DESAFIOS DA INTERDISCIPLINARIDADE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

LILA FRANCISCA DE OLIVEIRA REIS MATOS1
ANDRÉIA DA SILVA PEREIRA1
GECILANE FERREIRA1
GERMANO GUARIM NETO 2

1. Biólogas, Mestrandas em Educação da UFMT
2. Prof. Dr. - Departamento de Botânica e Ecologia - UFMT


INTRODUÇÃO:
Os desafios no processo ensino-aprendizagem são grandes, onde encontramos obstáculos que necessitam de superação, e para isso, uma luta diária é travada em cada unidade escolar. Projetos têm sido elaborados com objetivos grandiosos para superar esses obstáculos, e o professor é essencial nesse processo, sendo “instrumento” especial e dotado de atributos capaz de mover e modificar a realidade de seus alunos. Os objetivos dessa pesquisa foram de analisar os conceitos dos professores na abordagem sobre a educação ambiental, verificando como é trabalhado a educação ambiental com alunos de 3ª a 8ª séries em suas respectivas disciplinas, levando em consideração o aspecto da interdisciplinaridade sugerida pelos PCN’s (Parâmetros curriculares Nacionais) e as verdadeiras práticas pedagógicas no âmbito desse tema transversal que é a educação ambiental. Essa pesquisa foi realizada com professores de uma escola na região central de Cuiabá. O total de entrevistados foi de 10 educadores de diversas áreas. Os resultados obtidos revelam que existem dificuldades em se trabalhar a educação ambiental interdisciplinarmente, demonstrando que é um tema a mais e adequado aos conteúdos dentro das possibilidades do cotidiano escolar.

METODOLOGIA:
“basta ser homem para ser capaz de captar os dados da realidade”. (Paulo Freire) Buscando a realidade do contexto escolar, verificando a percepção ambiental dos professores da escola presbiteriana de Cuiabá, foi através do enfoque qualitativo etnográfico que a presente pesquisa colheu seus dados e baseou-se em seus resultados. A pesquisa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. (Bogdan e Biklen, 1994, p. 59). Segundo Ludke e André (1986), uma investigação qualitativa na educação, do tipo etnográfico, tem uma boa aceitação na área educacional, pois apresenta grande potencial para estudar as questões relacionadas á escola. A coleta de dados foi realizada com professores de uma escola particular na região central de Cuiabá que lecionam de 3ª série até 8ª série do ensino fundamental. Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com os docentes retratando aquilo que é trabalhado dentro do tema educação ambiental em suas respectivas disciplinas.

RESULTADOS:
O grupo dos entrevistados totalizou em dez docentes. Sendo de diversas áreas do conhecimento. As respostas sobre o que entendem sobre meio ambiente resumem em uma “percepção de igualdade”: É tudo que está ao nosso redor, é um conceito geral dos quais os professores entraram em um consenso. Os conceitos sobre o que é educação ambiental foram baseados em respostas semelhantes. Confundindo muitas vezes e igualando o conceito de conscientização com sensibilização. Percebem-se ainda algumas confusões entre ecologia e educação ambiental. O desenvolvimento sustentável que é um termo da educação ambiental ainda não é tão conhecido, ou melhor, entendido por maior parte dos professores. Apesar de que essas palavras seja algo complicado de se por em prática, diante do contexto ambiental em que vivemos, percebemos que não há um reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. O plano de aula e sua execução utilizando a educação ambiental com os alunos são realizados na medida do possível, onde o conteúdo proposto possa abordar o meio ambiente, é visto ainda com uma visão reducionista do que seria realmente “fazer” educação ambiental. As estratégias são baseadas em textos, recortes, colagens, leituras, pontuação para limpeza da sala. Atividades aplicadas dentro das possibilidades do cotidiano da escola. Muitas vezes pontuadas apenas em datas comemorativas. Sendo assim, os resultados obtidos revelam deficiências não só da escola pesquisada, mas de todas aquelas que têm procurado implantar em seu currículo, em todas as disciplinas a verdadeira educação ambiental, que sensibilize a comunidade escolar.

CONCLUSÕES:
Os desafios vivenciados a cada momento dentro dos espaços escolares provavelmente será vencido quando, professores, alunos, e toda sua comunidade escolar entenderem a educação ambiental como algo particular, local e global. Trazendo assim possibilidades de se praticar realmente uma sensibilização que seja capaz de reverter em mudanças sociais impactantes, envolventes e eficientes. Concordo, quando Dias (2004, p. 50) escreve: ...quando cada um internalizar a necessidade dessa mudança e fizer a sua parte poderemos alcançar as mudanças de percepção em nossas relações com o ambiente e com nós mesmos, agindo assim em prol da sustentabilidade. No entanto, não somos inocentes a ponto de achar que todas as escolas ofereçam as mesmas possibilidades ou oportunidades, e entendemos que haja diversos fatores da escola, como número de alunos e de professores, predisposição destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da diretoria de realmente implementar um projeto ambiental que vá alterar a rotina na escola, mas havendo a internalização, isso pode ser possível.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  EDUCAÇÃO AMBIENTAL, INTERDISCIPLINARIDADE, ESCOLA

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