60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A matriz energética brasileira apresenta estrutura bastante rígida, calcada na geração de energia a partir de usinas hidrelétricas. A crise energética de 2001 evidenciou o problema da dependência, uma vez que o país fica à mercê de variações no regime de chuvas. A fim de solucionar este problema, em 2002 foi criado o PROINFA, visando à diversificação da Matriz Energética Brasileira, através do uso de fontes renováveis. Neste cenário a energia eólica aponta como uma possibilidade viável, uma vez que apresenta poucas externalidades negativas e pode ser utilizada para inúmeras atividades. Na década de 1970, com a crise mundial do petróleo, a energia eólica recebeu grandes investimentos em pesquisas para o desenvolvimento de turbinas mais eficientes. Atualmente o uso da energia eólica apresenta crescimento anual de cerca de 30%, e os custos têm apresentado redução de cerca de 15% a cada dois anos, o que foi possível devido às economias de escala proporcionadas por avanços tecnológicos, e pelo crescimento do mercado. A proposta deste trabalho é fazer um esboço geral sobre a situação da Matriz Energética Brasileira, evidenciando o problema da dependência estrutural das usinas hidrelétricas, e estudar a viabilidade da implantação de fontes alternativas.

METODOLOGIA:

A metodologia empregada nesta pesquisa se baseou em levantamentos bibliográficos, no qual, primou-se por obedecer a uma série de etapas. Inicialmente, foi estudado o desenvolvimento econômico segundo Schumpeter em paralelo com a matriz energética brasileira. Em seguida, o trabalho se focou nas energias renováveis, em particular, na energia eólica. Por fim, investigou-se as inovações tecnológicas no setor de energia eólica que contribuíram para aumentar sua eficiência energética. As principais fontes de pesquisa foram obtidas através de livros, manuais, artigos científicos e sítios do governo, de universidades e de centros de pesquisa que desenvolvem projetos relacionados ao tema deste trabalho. Após a leitura de cada obra foi realizado o respectivo fichamento.

RESULTADOS:

Com este estudo, pôde-se comprovar que o mapa de ventos do Brasil apresenta boa distribuição deste recurso na Região Sul, por todo litoral nordestino, norte da Região Norte, no interior do Mato Grosso, de Minas Gerais e da Bahia. As usinas eólicas são economicamente viáveis por apresentar custo de investimento para a implantação dos aerogeradores e custos de manutenção e operação mais baratos que os das usinas hidroelétricas, perdendo apenas para o custo de geração. Uma vantagem para o Brasil seria a utilização de sistemas híbridos, em que ocorre a combinação de mais de uma fonte de energia. Os sistemas híbridos eólico-hidráulico aliviariam a demanda por água especialmente durante o período de estiagem, pois o recurso contido nos reservatórios poderia ser destinado à agricultura, e as usinas eólicas supririam parte da demanda por energia elétrica. Outro ponto importante é que as usinas eólicas podem contribuir não só com o Sistema Interligado Nacional, mas também são uma alternativa para suprir a demanda por energia elétrica em regiões afastadas dos ramais de distribuição, já que poderiam ser amplamente utilizadas em sistemas isolados na porção norte da Região Norte, todo litoral da Região Nordeste e em propriedades agrícolas da Região Sul.

CONCLUSÕES:

Este trabalho possibilitou a constatação de que a matriz energética brasileira é de fato inflexível por estar concentrada na geração de energia a partir de usinas hidrelétricas, o que implica na necessidade de introduzir novas fontes de energia. Dados recentes do IPCC apontam para um maior uso de fontes de energia renováveis. A energia eólica atende a estes dois aspectos e se mostra viável do ponto de vista econômico para certas regiões do país. As usinas eólicas apresentam custo de implantação e manutenção inferiores aos das usinas hidrelétricas. Ademais, as usinas eólicas podem satisfatoriamente atender sistemas isolados, têm grande potencial para crescimento e existe um programa de concessão de crédito que pode contribuir para a maior inserção da energia eólica na matriz energética do Brasil.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: desenvolvimento econômico, inovações tecnológicas, energia eólica

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