60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Físico-Química

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DO BAIRRO JAMBEIRO – SÃO LUÍS, MA.

Thaysa Araguaia Pereira Figueiredo5
Jaqueline Diniz Pinho5
Lana Gabriela Mendes5
David Barros Muniz5
Edrien Allen Salgado Soares5
Odilon Teixeira de Melo6

5. Graduandos de Ciências Biológicas/Bolsistas – PET/Departamento de Biologia-UFMA
6. Prof. Dr. do Departamento de Oceanografia e Limnologia


INTRODUÇÃO:
A água para ser consumida pelo homem não pode conter substâncias dissolvidas em níveis tóxicos e nem transportar em suspensão microrganismos patogênicos. Uma das formas de avaliar a sua qualidade é a análise físico-química que determina características como turbidez, pH, odor e a presença de substâncias químicas oriundas dos terrenos por onde ela passou ou recebeu de contribuição como, por exemplo, cálcio, ferro, magnésio, etc. O bairro do Jambeiro localizado nas mediações da UFMA, São Luís–MA, é uma invasão que cresceu desorganizadamente gerando precárias condições de vida, que estão associadas principalmente a um córrego que corta o bairro e recebe durante o seu percurso desejos orgânicos e lixos domésticos. O córrego tem a nascente dentro do campus da universidade, se estende pelo bairro e, desemboca no rio Bacanga. O presente estudo teve como objetivo realizar uma avaliação preliminar da qualidade da água desse córrego e também dos poços artesanais utilizados para consumo da população, através de parâmetros físico–químicos. De forma que esses resultados possam ajudar essa população a desenvolver medidas profiláticas quanto às doenças e problemas vinculados ao uso de águas contaminadas ou sem tratamento, possibilitando uma melhor qualidade de vida aos moradores.

METODOLOGIA:
As amostras de água foram coletadas em frascos plásticos limpos com capacidade para 2,0 litros em seis pontos diferentes da área de estudo. As coletas foram sazonais, uma no período chuvoso (junho/07) e outra no período de estiagem (outubro/07). As amostras foram retiradas de dois poços de abastecimento da população (banho e consumo) localizados dentro da comunidade e, outros quatro pontos diferentes localizados no córrego: nascente; ponto precedente ao bairro; ponto dentro do bairro e foz. Em campo foi determinado o pH, temperatura, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica através de aparelhos específicos, tais como: pH-metro, YSI Multiparâmetro e condutivímetro, respectivamente. Ainda em campo utilizou-se o espectrofotômetro para determinar a cor e turbidez. Em laboratório analisou-se a concentração de cloretos e cloros residuais; amônio, cálcio, ferro, magnésio, nitrato e nitrito dissolvidos através da metodologia dos manuais de análise químicas de águas naturais de Standad Methods (1981) e Aminot et Chaussepied (1983).

RESULTADOS:
Os principais parâmetros avaliados neste trabalho foram o nitrato e ferro, como sendo de importância para a potabilidade do poço utilizado para consumo. Outros parâmetros tais como oxigênio dissolvido, pH, compostos inorgânicos nitrogenados, íons maiores e fosfatos foram também determinados, porém novas coletas serão necessárias para uma melhor avaliação da qualidade do corpo hídrico como um todo. No poço de consumo as concentrações de nitrato ficaram em torno de 3,5mg/L, não havendo mudanças de uma coleta para a outra. O pH permaneceu entre 5,5 e 5,3. Porém as concentrações de ferro variaram de 0,014mg/L a 0,36mg/L entre a 1ª e a 2ª coleta. Em relação ao Potássio as concentrações variaram de 4,5mg/L para 20mg/L. Essas altas oscilações significam que há uma influência da sazonalidade nas concentrações dessas substâncias, além de evidenciar que são mais concentradas no período com pouca precipitação. Excessos de ferro e potássio podem causar infartos e arritmias cardíacas. Apesar de todas as concentrações encontrarem-se dentro do limite de potabilidade pela Portaria 518 do Ministério da Saúde, há uma necessidade de estudos contínuos investigando qual a influência da sazonalidade sobre as concentrações de metais tanto nos poços quanto no riacho e como isso pode afetar a população.

CONCLUSÕES:
De acordo com a Portaria 518 do Ministério da Saúde de 2004 a água do poço no bairro Jambeiro se encontra dentro dos padrões de potabilidade. Apesar dos dados serem preliminares a água do poço não apresenta poluição química por nitrato e ferro principalmente. Observou-se “in loco” que não existe, por parte dos moradores, uma conscientização com relação às condições ambientais e de higiene. Uma vez que os mesmos jogam dejetos orgânicos sem nenhum tratamento no córrego e muitos, adultos e crianças, mantêm contato direto com as águas poluídas. Para uma avaliação ambiental mais abrangente é necessário amostragens mais freqüente, ou seja, no mínimo bimensal. Também há necessidade de um trabalho de educação ambiental em longo prazo na área para conscientizar melhor os residentes sobre os riscos da contaminação da água por agentes bacteriológicos e químicos. Convém ressaltar a urgência de autoridades para a situação calamitosa que se encontra a Comunidade.

Instituição de fomento: Laboratório de Hidrobiologia – LABOHIDRO/UFMA. São Luis, MA – Brasil.



Palavras-chave:  potabilidade, análise físico-quimica, água

E-mail para contato: thaysa_thatha@hotmail.com