60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física

UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS: ESTUDO DE CASO DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS SP/MG

Fernanda Aparecida Leonardi1
Francisco Sérgio Bernardes Ladeira1

1. IG/UNICAMP
2. IG/UNICAMP


INTRODUÇÃO:
O Planalto de Poços de Caldas está localizado na borda ocidental da Mantiqueira, nos limites de Minas Gerais e São Paulo, no divisor d’águas entre os rios Grande, Pardo e Moji-Guaçu. Almeida (1964) destaca que essa zona é uma pequena unidade morfoestrutural representada por um planalto montanhoso, de configuração circular e está estritamente estabelecido numa chaminé de rochas eruptivas alcalinas. O Planalto de Poços de Caldas é área de interesse de muitos pesquisadores, pelas suas importantes jazidas de Urânio e Alumínio, pois representa a maior ocorrência alcalina do Brasil. O objetivo principal deste trabalho é classificar as grandes unidades geomorfológicas da área, segundo diferenças altimétricas e diferentes feições do relevo. Para tanto, primeiramente elaborou-se um MDE (Modelo Digital de Elevação) através da imagem SRTM e posteriormente foram observados e analisados em campo 99 pontos. Estes pontos foram mapeados e classificados em 4 unidades geomorfológicas distintas.

METODOLOGIA:
Para identificação das diferenças topográficas do Planalto de Poços de Caldas e classificação das Unidades Geomorfológicas foi elaborado o MDE através de uma imagem de radar SRTM. Além de dados altimétricos, o MDE/SRTM permitiu o mapeamento dos diferentes compartimentos e feições geomorfológicas da área, que posteriormente foram confirmadas em trabalho de campo. O MDE foi elaborado com o programa ENVI (Environment for Visualizing Images), utilizando os procedimentos técnicos descritos no Guia do ENVI, editado pela Sulsoft (2007). Mais tarde foram observados, analisados e fotografados em campo 99 pontos. Estes pontos foram mapeados confirmando os dados obtidos no MDE. Para a elaboração do mapeamento foram utilizados GPS (em campo) e o software Arc Map (gabinete). Também foram elaborados três perfis topográficos nas direções: N-S; SW-NE; NW-SE. Estes perfis foram traçados automaticamente através de imagens de radar SRTM no Arc Map. Estes mostram a altimetria da área e destacam as diferenças morfológicas nas quatro unidades geomórficas. Por fim, foram sistematizados os dados de campo e de laboratório, podendo inferir as características de cada Unidade do relevo do Planalto de Poços de Caldas.

RESULTADOS:
O MDE, os dados de campo e os perfis topográficos permitem a visualização das grandes unidades de relevo, a observação do forte controle estrutural do relevo e da drenagem na área. Podendo destacar: Unidade 1 - Escarpas de falhas nas bordas do Planalto (1500 a 1700 metros de altitude). Estas apresentam na sua porção externa, desníveis que não raro ultrapassam os 1.000 metros. As formas são muito dissecadas, com vales encaixados e comumente são abundantes as cachoeiras e extensos afloramentos rochosos, especialmente na porção sul. Nesta área nota-se queda de blocos e eventualmente escorregamentos de massa e na base da escarpa encontram-se materiais coluvionais, provenientes da erosão acentuada. Unidade 2 - Unidade de altitudes elevadas, de 1200 a 1500 metros de altitude no centro-leste e centro-oeste da área. Os vales não são tão encaixados, apesar de se caracterizarem por vales profundos. Unidade 3 - Relevos planálticos intermediários, porções mais colinosas, estando entre a borda e os relevos montanhosos do centro-leste e centro-oeste da área. Possui vales muito mais abertos, a dissecação vertical é bem menor, raramente chegam aos 100 metros, mas normalmente são inferiores a isso. Unidade 4 - Áreas de topografias bastante suaves, com vales abertos, associadas aos maiores canais de drenagem da área, sendo os principais o Ribeirão das Antas e das Vargens.

CONCLUSÕES:
Este trabalho traz uma idéia da compartimentação altimétrica da área, na qual oferecem relações de altitude de algumas superfícies erosivas e material constituinte, declividades das encostas, formas de relevo e permite uma visão mais abrangente da área. A associação com perfis de alteração indica que estas superfícies não correspondem exatamente a ocorrência de perfis de bauxita, sugerindo que o Planalto de Poços de Caldas apresenta forte controle estrutural, que também condiciona lineamentos de relevo e de drenagem.



Palavras-chave:  Geomorfologia, Planalto de Poços de Caldas, MDE

E-mail para contato: ferleonardi@gmail.com