60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 6. Ciência Política

A MILITÂNCIA FEMININA NO MOVIMENTO CORRENTEZA: DISCUTINDO A OCUPAÇÃO POLÍTICA

Pakizza Sherma Martins Braz1
Simone Vieira Batista1
Ligia Pereira dos Santos2

1. UEPB - Orientanda
2. UEPB - Orientadora Profª. Drª.


INTRODUÇÃO:
Introdução: À história das mulheres também não é apenas delas, mas, sim vem sendo extensiva à história da família, da educação, do trabalho, da literatura, da formação acadêmica, entre outras. É a trajetória do seu corpo desejante, da sua sexualidade, das marcas da violência, de suas neuroses, de seus amores e, sobretudo, da militância feminina que traz a mulher para o centro tanto como objeto, quanto sujeito dessa pesquisa, com enfoque nos estudos de gênero. Portanto objetivamos destacar a participação feminina, especificamente no Diretório Estudantil da Universidade Estadual da Paraíba, no estado da Paraíba, destacando a atuação da gestão Correnteza, nos campus dos cinco municípios e na capital, respectivamente: Campina Grande, Guarabira, Patos, Monteiro, Catolé do Rocha, João Pessoa. O Movimento Estudantil representa uma instância que se recusa ser tradicional, rompendo com o conservadorismo. Porém, a pesquisa constata que apesar da participação feminina no atual Movimento de Estudantes da referida Universidade, não ocorre, uma visibilidade de um novo projeto de sociedade que repouse sobre a equidade de gênero, revelando que as exclusões femininas da liderança têm raízes sociais e culturais profundamente sedimentadas no exercício de poder.

METODOLOGIA:
Metodologia: A proposta desta pesquisa repousa sobre uma compreensão não sexista, na luta por uma sociedade equânime, conforme a proposta do paradigma feminista (ELIZABETH BADINTER, 1993; AMINATTA FORNA, 1999), o debate sobre violência simbólica (PIERRE BOURDIEU, 1989), os estudos culturais (TOMAZ TADEU DA SILVA, 1999) que considera a utilização do conceito de gênero como uma construção sócio-histórica das distinções/diferenciações baseadas no sexo e gênero. A coleta de dados foi realizada através de documentos escritos, veiculados em panfletagens distribuídos na IES junto as alunas e alunos, no sentido de divulgação eleitoral, bem como, em ata de reunião do DCE. Os dados analisados apontam o sexismo como prática que favorece a desigualdade social no exercício de poder (MICHEL FOUCAULT, 1984).

RESULTADOS:
Resultados: É possível observar que apesar das mulheres representarem um terço de membros da atual chapa eleita do DCE, muito se tem a investigar no sentido de compreender a localização social dos cargos que diz respeito à construção de relevância na posição social. Na análise dos dados, foi possível perceber que cargos como Coordenação, Tesouraria e Secretaria Geral, apenas são representadas por estudantes do sexo masculino. Nas funções de Coordenação de Campus ocorre apenas, 1% de participação feminina. Na função de Tesouraria de Campus há apenas duas representantes femininas. No entanto, na função de Secretaria de Campus há uma representação de cinco estudantes do sexo feminino, cargo em sua maioria destinada as mulheres, já que tem sido consenso que as atividades de secretariar função “supostamente” a ser exercida por “agentes do cuidado”, no caso, indicada para o sexo feminino. As demais presenças femininas ocupam atividades apenas nos Departamentos, que não tem tanto participação decisória, quanto a Coordenação Geral nas práticas políticas do DCE. Destacamos que não existe uma única representação feminina junto ao CONSUNI, sendo apenas os titulares e suplentes do sexo masculino. No CONSEPE, verificamos apenas 1% de participação feminina, bem como, no Conselho Curador.

CONCLUSÕES:
Conclusão: Apesar desta realidade do Diretório Estudantil na IES em questão, há esperanças de que a cidadania seja ampliada com a presença feminina, cada vez mais marcante, semelhantemente a presença na liderança da Universidade Estadual da Paraíba como um todo, como é o caso da Reitora Profª. Drª. Marlene Alves que dirige tão bem os destinos acadêmicos da IES. Tal participação no Movimento Estudantil necessita crescer não apenas em caráter quantitativo, e, sim em qualitativo, com a capacitação político-administrativa de estudantes do sexo feminino da IES. Concluímos ser necessária à promoção de debates a respeito de como se processam as compreensões de gênero, contra a divisão binária sexista, e, por uma organização das mulheres acadêmicas no sentido de um engajamento nas decisões estudantis, na luta por um direito igualitário quanto aos cargos do DCE e representações no CONSUNI e CONSEPE, gerando assim uma gestão igualitária, no órgão representante das acadêmicas e acadêmicos da UEPB.

Instituição de fomento: UEPB PROEAC

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Educação, Política, Feminismo

E-mail para contato: pakizzasherma@hotmail.com