60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE UBÁ-MG

Fernanda Aparecida de Oliveira1
Irani Aparecida de Almeida1
Eloisa Roberta da Silva1
Alan de Freitas Barbieri2
Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha1

1. Faculdade de Minas - FAMINAS - Muriaé-MG
2. Universidade Vale do Rio Verde - UninCor - Três Corações-MG


INTRODUÇÃO:
O envelhecimento não é simplesmente o passar do tempo, mas as manifestações de eventos biológicos que ocorrem ao longo da vida. Tem sido definido como uma perda progressiva das capacidades fisiológicas, culminando fatalmente com a morte. O envelhecimento conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando a tendência ao sedentarismo. Essas alterações, nos domínios biopsicossociais põem em risco a qualidade de vida do idoso por limitar a sua capacidade para realizar com vigor as suas atividades de cotidiano e aumentar a vulnerabilidade de sua saúde. A flexibilidade pode ser definida como a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos sem o risco de provocar lesão. Esta variável apresenta uma relação diretamente proporcional à idade até os 40 anos e inversamente proporcional a partir dos 41 anos. Os músculos constituem um componente fundamental da flexibilidade por suas propriedades elásticas. Diante do exposto o objetivo deste estudo foi avaliar a flexibilidade de idosos asilados no município de Ubá-MG.

METODOLOGIA:
Como instrumento de medida utilizou-se o NORMALFLEX, um teste adimensional para mensuração da flexibilidade, que visa minimizar as dificuldades encontradas por profissionais da área da saúde quando se vêem frente a grandes grupos de indivíduos e dispõem de pequenos períodos de tempo para realização dos testes. Os movimentos que compõe o NORMALFLEX estão relacionados às atividades de destreza cotidiana, refletindo primariamente a autonomia e a independência do indivíduo na realização de movimento que o possibilitam pentear os cabelos, vestir um casaco, lavar as costas, colocar um calçado, entre outros. A amostra foi composta de 30 indivíduos, dos quais 16 eram do gênero feminino e 14 do gênero masculino, com idades entre 56 e 89 (média: 72,5 anos). As coletas de dados foram realizadas nas Instituições para idosos (asilos) de Ubá-MG. Os testes foram aplicados no período vespertino, os indivíduos submetidos à amostra estavam com o fluxo sanguíneo corporal ativo, alimentados e preparados para se submeterem aos testes com segurança e garantia de maior fidedignidade dos resultados. Foi utilizada uma sala e cadeiras para a realização das mensurações.

RESULTADOS:
Após a avaliação verificou-se no Teste 1 que 3,3% do grupo não conseguia cruzar os dedos das mãos atrás da cabeça, 13,3% conseguia, 36,7% conseguia segurar os pulsos atrás da cabeça e 46,7% do grupo conseguia segurar os cotovelos atrás da cabeça. No Teste 2, verificou-se que 6,7% do grupo não conseguia cruzar os dedos com as mãos atrás das costas, 3,3% conseguia, 40% não conseguia segurar os pulsos com as mãos atrás das costas e 50% conseguia. No Teste 3, com os idosos de pé, realizando-se uma flexão de tronco com os joelhos estendidos, percebeu-se que 10% do grupo não conseguia tocar o joelhos, 76,7% conseguia, 13,3 conseguia tocar os tornozelos e nenhum conseguiu tocar os pés. No Teste 4, com os idosos em pé, com os pés afastados, com as mãos nos joelhos semi-flexionados, levando-se os braços entre as pernas, 6,7% do grupo não conseguia tocar as panturrilhas, 10% conseguia, 73,3% conseguia tocar os calcanhares e 10% conseguia colocar as palmas das mãos no solo. No Teste 5, sentados em uma cadeira com os joelhos flexionados e um pouco afastados, 6,7% do grupo não conseguia tocar os joelhos com os cotovelos, 33,3% conseguia, 43,3% conseguia tocar as coxas com o tronco e 16,7% dos idosos conseguia colocar o tronco entre as coxas.

CONCLUSÕES:
Contudo, após a análise e discussão dos resultados apresentados pode-se dizer que nos Testes 1 e 2 a maior parte dos idosos apresentaram flexibilidade muito boa nos membros superiores, no Teste 3, a grande maioria apresentou flexibilidade regular na flexão do tronco e no Teste 4 e 5 os idosos apresentaram um grau bom de flexibilidade para os membros inferiores, tal situação nos leva a concluir, que os níveis da flexibilidade nos idosos avaliados foram maiores nos membros superiores e menores nos membros inferiores. Desta forma, é importante salientar que o envelhecimento do indivíduo está relacionado com inúmeras alterações físicas e psicológicas. A falta de exercício físico está associada à redução de acuidade visual, audição e memória, o que pode levar o idoso ao isolamento, contribuindo consequentemente para a depressão e inatividade. A inatividade pode levar ao aparecimento ou a piora de doenças como a osteoporose, diabetes, obesidade, artrite, bem como hipertensão arterial sistêmica. Com isso, cabe agora as Instituições, organizarem protocolos de treinamento para melhoria da flexibilidade dos idosos, contribuindo assim, para uma vida saudável e ativa destes indivíduos.

Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS - e Universidade Vale do Rio Verde - UninCor



Palavras-chave:  Avaliação, Flexibilidade em idosos, Fisioterapia

E-mail para contato: ferfisioterapia2004@yahoo.com.br