60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismos

PRODUÇÃO DE MASSA MICELIAL DE FUNGOS BASIDIOMYCETES DA AMAZÔNIA

Jucileuza Santos1
Maria Dolores Fonseca1
Ademir Castro e Silva2
Esteban Garcia3
Solange Araújo1

1. Aluna Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais - UEA
2. Prof. Orientador
3. Profº MBT/UEA


INTRODUÇÃO:
Os fungos apresentam uma série de características econômicas e ecológicas que os transformaram em organismos indispensáveis para todo e qualquer ecossistema e presentes na vida de cada um de nós (PUTZKE, 2002). A maioria dos processos biotecnológicos utilizando basidiomycetes, baseia-se nos seus produtos metabólicos, como enzimas e polissacarídeos. A importância do aparato enzimático destes fungos está diretamente relacionada com a bioconversão de resíduos lignocelulósicos tanto para a produção de alimentos no cultivo de cogumelos comestíveis (MAU et al, 1991; SONG et al, 1991; STURION & RANZANI, 1997) quanto para a produção de polissacarídeos, que podem ser utilizados, principalmente, nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. Além disso, este mesmo aparato enzimático está relacionado com os processos de biodegradação de compostos xenobióticos, como por exemplo, na biorremediação de solos contaminados e no tratamento de efluentes da indústria papeleira e têxtil (MATHEUS & OKINO, 1998). Neste contexto, é imprescindível informações que vão subsidiar sobre o potencial da atividade enzimática desses fungos. A produção da massa micelial é fator importante nesse e em outros sentidos, como por exemplo, para uso em estudos sobre biosorção de metais pesados. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a produção de massa micelial de oito fungos amazônicos da classe basidiomycetes sob condição estacionária de crescimento.

METODOLOGIA:
Foram utilizadas amostras de carpóforos de fungos obtidas do material micológico depositado no laboratório de Biotecnologia da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Foram inoculados três discos de 9 mm de diâmetro do micélio em frascos de 250 mL contendo 100 mL de meio Agar malte com glicose (0,2%). Os frascos foram incubados a 28°C sob condição estacionária. As amostras foram coletadas no 4°, 8°, 12° e 16° dia para observação do período de maior produção micelial. A massa micelial foi obtida após filtragem de 100mL do meio de cultura (crescimento dos fungos) em kitasato com papel filtro Whatman n0 1, com sucessivas lavagens com 100mL de água destilada. Após esse processo o papel filtro foi seco em estufa a 45°C até peso constante. A massa micelial foi calculada através da seguinte equação: MM (%)=(peso final–peso inicial)/(peso inicial) x 100.

RESULTADOS:
Foram utilizados oito fungos da classe basidiomycetes: Lentinus sp, Trametes elegans, Lentinus crinitus, Fomes fasciatus, Pycnoporus sanguineos, 47_MBT, 57_MBT e 31_MBT. Em valores absolutos médios o fungo Trametes elegans, foi o que apresentou maior percentual de massa fúngica no período do experimento. O fungo 31_MBT apresentou-se mais agressivo na produção de massa micelial no quarto dia (~17%), diminuindo sua atividade à medida que o meio foi se exaurindo de nutrientes. Por outro lado, os outros fungos mostraram comportamento contrário, aumentando a produção micelial até o último dia do experimento.

CONCLUSÕES:
Os fungos Trametes elegans e 57_MBT, em função da formação da massa micelial 49% e 27% respectivamente, são potenciais para uso em estudo de biosorção de metais pesados. Serão determinadas posteriormente estudos sobre atividades enzimáticas dos fungos testados.

Instituição de fomento: FAPEAM



Palavras-chave:  fungo amazônico, massa micelial, metais pesados

E-mail para contato: jucileuzasantos@hotmail.com