60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

INCLUSÃO SOCIAL: UTOPIA OU REALIDADE?

Alessandra Borges Norinho1
Maria Salete Costa1, 2

1. FACULDADE MOZARTEUM DE SÃO PAULO / FAMOSP
2. Orientadora


INTRODUÇÃO:
Este trabalho propõe discutir a inclusão escolar e social, em um conceito de educação para a cidadania, promovendo, assim, ambientes motivadores, objetivando colaborar na preparação da escola para a construção de uma sociedade com igualdade de oportunidades, que envolva as questões ligadas às necessidades especiais, aos fatores cognitivos, afetivos, comportamentais e sociais. Reflete sobre os desafios que a escola enfrenta para incluir e garantir uma educação de qualidade. Parte dos alunos que freqüentam a escola pública, pertencem a uma classe desfavorecida da sociedade e são geralmente os alunos com menor número de oportunidades dentro da escola, conseqüentemente ficam sujeitos a uma série de preconceitos fora e dentro dela. São esses os alunos que necessitam mais oportunidades e qualidade na aprendizagem. Discutimos então as diversas faces do preconceito, da exclusão social e a educação como prática para a cidadania, que servirá como base para a formação e sustentação da escola inclusiva, na qual prevaleça a compreensão do mundo e os significados atribuídos a ele. A escola forma o cidadão que poderá incluir ou excluir, na medida em que contribui para tornarem visíveis ou invisíveis os processos discriminatórios aos quais as pessoas são expostas

METODOLOGIA:
Para o estudo do tema foram utilizados dois procedimentos, o primeiro uma pesquisa bibliográfica e documental que possibilitou uma revisão da literatura, buscando autores como: Gentili, Freire, Mittler, Pacheco, Gadotti, Larrosa, Morin, Perrenoud, Sacristán, Stainback e Delors, entre outros. Por meio da pesquisa buscou-se definir conceitos e categorias relativas à inclusão escolar, tais como preconceito, exclusão social, cidadania, educação inclusiva, qualidade na educação e currículo. No segundo momento realizou-se uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. Para a coleta de dados, foram utilizados procedimentos de entrevista e análise documental em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental, localizada na zona oeste do Município de São Paulo, escolhida por se tratar de uma referência de educação de qualidade. A entrevista foi realizada com o corpo docente e discente da escola e a análise de documentos contemplou o Projeto Pedagógico da Escola e os Projetos Especiais.

RESULTADOS:
A educação inclusiva possibilita que as pessoas assumam seu papel na sociedade. A pesquisa revelou em relação ao projeto da escola, que o mesmo deve ser elaborado para explorar o pensamento critico, para oferecer ao aluno a oportunidade de se constituir como cidadão, para propor projetos de intervenções na comunidade, para operacionalizar espaços para os alunos se colocarem, para repensarem seus papeis na sociedade, para reivindicar seus direitos, para conhecer seus deveres e contribuir na construção de uma nova sociedade. A escola pesquisada tem como diferencial o comprometimento de todos os envolvidos. As ações que desenvolve refletem sua concepção. As práticas desenvolvidas têm como objetivo propiciar ao aluno o aprender a aprender, o aprender a ser, o aprender a fazer e o aprender a conviver, traduzindo dessa forma os quatro pilares da educação. Nas escolas de qualidade, o ambiente é estimulador e motivador; priorizam tanto os aspectos cognitivos, quanto os afetivos. Tornam-se, assim, ambientes educacionais em que todos os alunos têm a possibilidade de desenvolver-se, realizam parcerias com as famílias e a comunidade. Efetivam um ensino de qualidade quanto às ações educativas, que se baseiam na solidariedade, na troca e no comprometimento de todos.

CONCLUSÕES:
A escola e a sociedade ao intitularem-se igualitárias, perpetuaram desigualdades e negaram efetivas oportunidades. Garantiram acesso à educação, mas não ao ensino de qualidade. Ensinar a todos, criando oportunidades de desenvolvimento das potencialidades, traduz uma educação de qualidade, baseada em uma prática educativa inclusiva, no sentido de envolver a todos. A escola necessita superar uma concepção de abordagem fragmentada, pois esta não atende aos interesses dos alunos reais que a freqüentam. A prática pedagógica deve ser repensada por toda a escola, tendo como eixos a ética e os direitos humanos. Criando oportunidades de formação continuada aos professores, viabiliza a construção de uma nova fase na educação. A escola deve ser um ambiente democrático que atenda a diversidade e a pluralidade, baseado no diálogo entre as diferenças e no respeito às especificidades de cada sujeito. Deve propiciar um ambiente que favoreça a construção da autonomia, e que possibilite ao aluno construir seus saberes, seus significados, e que não predetermine opiniões e decisões. A educação não é a alavanca da transformação social, nem sua única responsável, mas sem ela essa transformação não se concretiza; é por meio dela que formamos o cidadão que irá atuar e interferir na realidade.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Ambiente, Cidadania, Educação de Qualidade

E-mail para contato: ale.nori@hotmail.com