60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil

CONTADORES DE HISTÓRIA – O MUNDO DA FANTASIA ATUANDO NA FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS PEQUENAS

FRANCISCA MARIA MENDES MARQUES1
ADELCI HILDA MENDES MARQUES2, 3
ANDREA MANTELLI MARANGONI4

1. Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson – UNAR1
2. EMEIEF D. Rosa Padula Zurita-PMA2 e
3. Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos–UNIFEOB2
4. EMEIEF Dona Rosa Padula Zurita – PMA3


INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa visa mostrar a importância da utilização do recurso de Contadores de Histórias, aos professores no processo ensino-aprendizagem, bem como no desenvolvimento da criatividade, da desinibição e do gosto pela leitura, a fim de se formar seres críticos, em uma sociedade aprendente. A arte de contar histórias é um ato milenar. Em todas as culturas sabe-se da magia que esta ação provoca em seres humanos da mais tenra idade até a senilidade. Nas culturas tradicionais essa forma de comunicação sempre teve a função de armazenar, difundir e perpetuar conhecimentos e valores, configurados em relatos míticos, contos e lendas (MACHADO, 2002). A toda professora, da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, faz-se necessário uma postura de ótima contadora de história, pois com sua criatividade, inteligência, imaginação e toques de entusiasmo poderá penetrar, com mais facilidade, no mundo de fantasia em que as crianças vivem, levando-as assim, a uma aprendizagem de forma mais atraente e prazerosa.

METODOLOGIA:
Esta pesquisa foi organizada através de análise bibliográfica e observação do “Projeto Contadores de História”, o qual acontece nas salas de Ensino Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, em algumas EMEIEFs do município de Araras. Tal projeto é desenvolvido desde o ano de 2006, com docentes efetivos do Sistema Municipal de Ensino, que atuam em um período, em sala de aula regular, e em outro, como contador de história. Os participantes recebem uma formação inicial, o qual, no decorrer do ano letivo, possui reuniões quinzenais de acompanhamento, com a orientadora, a fim de acrescentar idéias, solucionar problemas, organizar novas histórias e desenvolver técnicas diferentes para se contar histórias. As observações foram realizadas em apenas uma escola central, nas salas de maternal a jardim III (03 a 06 anos). Algumas entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com as professoras da manhã e da tarde, para levantar os sentimentos e ações que possuíam com a presença das professoras contadoras de histórias. As crianças participaram de atividades realizadas com a intenção de levantar seus sentimentos sobre a história contada pela professora especialista, visto que esta usa roupas estilizadas, lenços coloridos, material de sucata, cineminhas, fantoches, entre outros materiais.

RESULTADOS:
Se interessar e gostar de histórias é o primeiro passo que o professor de Educação Infantil precisa assumir, para ser um bom contador de histórias. Além disso, faz-se necessário compartilhar com as crianças, boa literatura; utilização de ambientes prazerosos, vivenciar a história, ter boa linguagem, com pronúncia correta e enunciação clara, conhecer bem a seqüência dos acontecimentos (COELHO, 1998). O ato de contar histórias enriquece as experiências das crianças, desenvolve e amplia sua linguagem; organiza a lógica de seu pensamento; dão alegria aos que ouvem, contam ou inventam; auxilia na formação de atitudes direcionadas às boas leituras; estimula o desejo de conhecer novas literaturas; oportuniza leituras variadas; promove o desenvolvimento pessoal, estimulando a criatividade; leva as crianças a apreciarem o humor, a beleza, a qual procura trabalhar a reação dos personagens comparando-as com as suas ações, bem como seus julgamentos. Tanto crianças, quanto docentes acabam por mergulhar em um mundo de fantasia, onde realidade e sonho se entrelaçam, transformando-se em experiências prazerosas e de grande desenvolvimento para o grupo envolvido.

CONCLUSÕES:
Diante do exposto, pode-se concluir que este projeto tem ampliado consideravelmente, o interesse das crianças pelas histórias. Além disso, percebeu-se a melhora do vocabulário e do raciocínio lógico. Outro ponto, que há de se considerar, é o entusiasmo dos professores das classes regulares, com a interferência dos contadores de histórias. Estes têm passado a trabalhar com diversas outras histórias, a fim de desenvolver conteúdos dos eixos a serem desenvolvidos, no cotidiano escolar. O mundo de sonhos e fantasias têm trazido experiências de relevância para todos. “É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula...”.( ABRAMOVICH, 1995, p. 17).

Trabalho de Professor do Ensino Básico ou Técnico

Palavras-chave:  Contadores de história, sonhos e realidade, educação infantil

E-mail para contato: gumadu@terra.com.br