60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem

PROJETOS E GRUPOS PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL: UM ESTUDO A PARTIR DAS SIGNIFICAÇÕES IMAGINÁRIAS

Thaís Borges Marchi1
Edilson de Souza1
Helenise Sangoi Antunes1

1. universidade Federal de Santa Maria


INTRODUÇÃO:
Essa pesquisa buscou olhar para as representações sociais construídas pelos alunos de graduação dos cursos de Educação Especial e Pedagogia, que participaram de projetos e grupos de pesquisa no Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria. Nossa reflexão ressaltou a importância da pesquisa nos Cursos de Educação Especial e Pedagogia como possibilidade para o iniciante construir o seu processo de formação inicial, que, para nós, tem a participação em projetos e grupos de pesquisa como uma atividade crucial na Instituição de Ensino Superior. A questão que aqui nos interessa não é de ordem metodológica, ou mesmo epistemológica – relativa à pertinência dos temas pesquisados, à eventual contribuição para o conhecimento educacional ou à adequação da metodologia a ser empregada, não obstante a relevância dessas questões (o que pretendemos destacar é a qualidade formativa, isso é, o impacto, na formação do futuro professor, mas sim,) o que queremos levar em conta é a importância para o iniciante, aluno de graduação, a participação de discussões e debates relativos à formação inicial de professores. Acreditamos que essa experiência terá uma influência positiva no processo de formação dos futuros professores, permitindo-lhes antecipar problemas, sugerir e discutir alternativas que possam auxiliar na sua prática e na de outras pessoas.

METODOLOGIA:
Essa proposta está embasada numa metodologia qualitativa e a partir da produção teórica de Bogdan, Biklen (1994), principalmente, no que se refere às características desta abordagem e aos instrumentos de coleta de informações utilizados. Nesse sentido, essa investigação será um estudo que buscará compreender as concepções de pesquisa construídas no decorrer da vida acadêmica dos alunos do Centro de Educação da UFSM. A interação do pesquisador com os sujeitos da pesquisa constituiu-se num elemento significativo nas pesquisas qualitativas, conforme estudos desenvolvidos por Bogdan; Biklen (1994); Antunes (2000, 2005); Deslandes (1994), pois permite uma aproximação com os sujeitos da investigação possibilitando um conhecimento mais profundo do contexto sócio-cultural no qual eles estão inseridos. Os instrumentos de coleta de informações foram questionários e entrevistas semi-estruturadas. Nesse contexto metodológico, destacamos a entrevista semi-estruturada dos (as) acadêmicos (as), que, segundo Nóvoa (1992), constituíram-se numa forma de respeitar e ouvir a voz dos sujeitos da investigação, que na maioria das vezes, encontra-se silenciada e ignorada.

RESULTADOS:
Acreditamos que a participação do aluno de graduação nessas atividades o estimula a desenvolver trabalhos científicos, inserindo-se, desde cedo, nas atividades de pesquisa, possibilitando, assim, a formação do futuro investigador ou de um profissional mais capacitado. A pesquisa teve como objetivos principais conhecer as representações dos estudantes dos cursos de Pedagogia e de Educação Especial sobre a formação inicial de professores e também, identificar os fatores que influenciam a construção das representações desses alunos referentes à inserção em projetos e grupos de pesquisa e compreender a construção dos processos formativos dos alunos (as) dos Cursos de Educação Especial e Pedagogia. Para melhor apresentar nossa intenção de pesquisa, tentaremos expor um pouco mais sobre nosso entendimento a respeito de grupo de pesquisa e sua importância, e também, sobre a investigação em educação. Apresentaremos e discutiremos os princípios da teoria construída por Cornelius Castoriadis (1982, 1987, 1992, 1999), a respeito das dimensões do imaginário social instituído e instituinte, apostando na possibilidade de aproximação das significações sociais construídas pelos sujeitos ao longo do seu processo formativo.

CONCLUSÕES:
Ao buscar alternativas para a superação das representações imaginárias instituídas, notamos que alguns orientadores e líderes de projetos e grupos de pesquisa se posicionam de formas diferentes para que seus orientandos consigam compreender a importância do sujeito atuante e comprometido com uma prática social voltada para a melhoria social. Contudo, sabemos que o interesse para a mudança se depara com a tomada de consciência, que é um processo individual, que começa a partir das relações que o sujeito consegue estabelecer, olhar para o cenário que se constitui a sua volta, e perceber que não há as mesmas oportunidades a todos. O indivíduo deve perceber é que há pessoas com um pouco mais de oportunidade, que acaba distanciando e excluindo uns dos outros, sendo reforçada, segundo Castoriadis (1982), por um imaginário social instituído e autonomizado. Observamos que o sentido que se faz aqui, o de auto formar-se, é de um indivíduo distanciado da busca pela transformação social, preocupando-se unicamente com seu processo formativo, qualificando-se para disputar melhores condições profissionais e ascendendo socialmente, visto que são essas as representações sociais instituídas.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  imaginário social, grupos de pesquisa, formação inicial

E-mail para contato: this_sm@hotmail.com