60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

As técnicas de comunicação oral são ferramentas imprescindíveis para excelência da exteriorização do conhecimento científico, seja qual for a área de atuação profissional. O entendimento de conceitos que envolvam as técnicas da oratória e os aspectos relacionados ao comportamento humano, são fatores que se completam no ato da performance oratória. A utilização apropriada de expressões verbais e não-verbais, entre muitos aspectos, respeitando-se a peculiaridade de cada situação, é requisito indispensável para o sucesso do orador. Essa percepção parece ser de amplo conhecimento na vida acadêmica, entretanto, não plenamente exercida ou orientada. A ausência de preparação para o aprendizado e, conseqüente aperfeiçoamento na área da oratória, tem culminado em muitos casos, em fracassos na comunicação oral, que se perduram por anos na trajetória de muitos profissionais, limitando consequentemente, sua ascensão.

METODOLOGIA:

Visando entender o nível de compreensão do uso de aspectos chaves no desenvolvimento de uma apresentação oral (oratória) na vida acadêmico-estudantil, avaliou-se através de questionário, a percepção de estudantes do curso de graduação da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, das áreas de ciências exatas, educação e saúde. Oitenta e quatro questionários foram avaliados, com 20 questões de múltipla escolha, sobre os seguintes aspectos: cumprimento á platéia; controle da ansiedade ao falar; autocrítica; justificativas inadequadas; interação inicial com a platéia; utilização do humor; uso de pronomes pessoais; estrangeirismo; contato visual; conteúdo apresentado; persuasão; argumentação; interação perguntas-respostas; expressões verbal e não-verbal; gestos e postura; mobilidade do orador no auditório; voz; e agradecimentos finais. Cada questão em que se verificou acerto foi pontuada com 0,5 pontos, sendo a nota máxima 10,0 (dez). Para análise do conhecimento global de uma apresentação, utilizou-se o teste de Wilcoxon (P≤0,05), em função do gênero e da faixa etária dos estudantes. A análise descritiva dos dados para o nível de acerto de cada questão em particular, foi utilizada levando-se em consideração o total amostral de estudantes que responderam os questionários.

RESULTADOS:

Através dos resultados verificou-se que o gênero e a faixa etária dos avaliados não proporcionaram efeito sobre as notas obtidas e que estas, representaram, para o presente estudo, a percepção do estudante quanto ao conhecimento global sobre oratória. A nota média verificada foi de 4,6 e sugere um baixo de nível de conhecimento sobre comunicação oral. As notas obtidas variaram de 1,5 até 7,0. A questão que abordou sobre o uso da “argumentação” foi a que obteve menos acerto (5,95%) ao se considerar o total de estudantes avaliados. Onze questões obtiveram menos de 50% de acerto, sendo as questões em que se pode verificar um melhor discernimento pelos estudantes, as que versaram sobre o “uso de pronomes pessoais, autocrítica e conteúdo apresentado”, representando aproximadamente 73, 79 e 90% de acertos, respectivamente. De modo geral, verificou-se que os gêneros masculino e feminino obtiveram padrão similar de acertos das questões.

CONCLUSÕES:

O conhecimento sobre os aspectos gerais da comunicação oral (oratória) precisa ser aprimorado pelos estudantes de graduação. O limitado conhecimento e percepção sobre o assunto é possivelmente devido ao não aprendizado formal, assim como ao fato de não ser entendido como prioritário no meio acadêmico, uma vez que esse aprendizado não faz parte da grade curricular nas universidades.

Palavras-chave: Universidade, graduação, comunicação oral

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