60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

SÍNDROME DE DOWN: CONHECIMENTO DE RISCOS E ATUAÇÃO PROFISSIONAL PREVENTIVA

Alexsandro Silva Coura1
Clériston Felipe de Medeiros Cavalcante1
Eveline Pereira Vasconcelos de Arruda1
Lívia Manuella Gomes de Siqueira1
Inácia Sátiro Xavier de França2

1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA / DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
2. DOUTORA EM ENFERMAGEM / DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM - UEPB - ORIENTADOR


INTRODUÇÃO:
A Síndrome de Down (SD) corresponde à uma alteração genética, de trissomia no cromossomo do par 21, ocorrido durante a formação fetal, que tem como fatores de risco a idade materna acima de 35 anos e paterna acima de 45 anos; antecedentes familiares com histórico de erros genéticos; e desordens cromossômicos de um dos genitores.Com os avanços da genética é possível realizar o diagnóstico precoce da SD através do cariótipo. Este trouxe inúmeros benefícios, pois a equipe de saúde poderá garantir cuidados especiais e os pais poderão ser informados sobre a estimulação e os cuidados necessários para o melhor desenvolvimento desta criança. O Ministério da Saúde garante estratégias específicas na política de saúde para a melhor abordagem aos defeitos congênitos e ações de educação para os pais e familiares de crianças com a Síndrome. O estudo buscou investigar o conhecimento de médicos e enfermeiros sobre fatores de risco para Síndrome de Down, a prevalência de diagnósticos precoce desta Síndrome no âmbito do pré-natal realizados nas unidades de atuação e a conduta profissional no acolhimento social pós-diagnóstico.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com abordagem quanti-qualitativa. O cenário da pesquisa foi o município de Campina Grande, localizado no interior do estado da Paraíba, por constituir-se em uma macrorregião de saúde que congrega 70 municípios, destacando-se, então, quanto a sua atuação na atenção básica. O universo empírico corresponde a 40 Unidades Básicas de Saúde da Família, da zona urbana do referido município. Como participantes da investigação estão 19 médicos e 21 enfermeiros atuantes nessas unidades, cujo critério de inclusão foi a voluntariedade em participação no estudo. Para coleta de dados utilizou-se, como instrumento, um roteiro de entrevista semi-estruturada, aplicado no período de Julho/2007 a março/2008. Os dados obtidos foram submetidos à análise de discurso, e o seu produto está sendo apresentado em categorias, ilustradas com discursos e recortes de falas dos entrevistados. Por se tratar de uma pesquisa que envolve diretamente Seres Humanos, seu desenvolvimento seguiu as diretrizes emanadas na Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Para operacionalização sua, o projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética da Universidade Estadual da Paraíba e só, então, depois de ter recebido parecer favorável, teve sua execução iniciada.

RESULTADOS:
Os fatores de risco apontados pelos profissionais para concepto com SD são: idade avançada (70%), antecedentes familiares (50%), alcoolismo e outras drogas (15%), outros (25%). E desconhecem (15%). Detectou-se que 100% das UBS não diagnosticam precocemente a SD. Entretanto, caso houvesse esse tipo de diagnóstico, as UBS ofereceriam os seguintes apoios às mães/família de crianças com SD: Assistente Social (15%), Médico e Enfermeiro na puericultura (32,5%), encaminhamento para outro serviço (37,5%) e outros (42,5%). Emergiram as categorias: Conhecendo os riscos para concepto com SD; Desconhecendo os riscos para concepto com SD, Dificuldades para atuação preventiva.

CONCLUSÕES:
Os dados obtidos no estudo mostram que os seus resultados se tornam pertinentes e de relevância na saúde pública, devendo ser alvo de ações oficiais específicas, podendo contribuir para melhor assistência pediátrica quando do parto de criança com SD, e para subsidiar processos de educação em saúde para profissionais e usuários do sistema de saúde visando a melhoria do desenvolvimento orgânico e da sociabilidade das pessoas com SD. Os objetivos previamente expostos foram plenamente alcançados, concluindo-se que nas UBS há conhecimento limitado ou até inexistente dos profissionais (médicos e enfermeiros) sobre os fatores que determinam uma gestação de risco para SD, inacessibilidade das gestantes ao diagnóstico precoce, como também a ausência de um planejamento específico para conduzir a assistência às usuárias e suas famílias. Devido à inexistência do diagnóstico precoce para SD, as equipes não dispõem de serviços de apoio pré-estabelecidos, apresentando apenas suposições da maneira que realizariam este trabalho. Sugere-se atualização/capacitação profissional condizente com diretrizes do Ministério da Saúde para melhor abordagem e prevenção dos defeitos congênitos e ações de educação para os pais e familiares de crianças com SD.



Palavras-chave:  Síndrome de Down, Diagnóstico Precoce, Saúde Pública

E-mail para contato: livia_manu@hotmail.com