60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Segundo autores como Hans Jonas, o processo tecnológico moderno instituiu mudanças inéditas em grandeza e complexidade que a antiga e a atual moldura ética não se enquadram. Essas alterações por um lado apontam perspectivas otimistas para o enfrentamento de problemas sócio-ambientais como, por exemplo, as pesquisas com células-tronco para a cura de doenças e a biotecnologia na produção de alimentos. Por outro lado, as perspectivas mais sombrias apontam para o risco de políticas e de técnicas desmedidas que podem comprometer a vida no planeta. O projeto de pesquisa “Educação Ambiental e Enfermagem”, do curso de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina, em umas das questões de pesquisa, buscou investigar como as questões ético-políticas referentes aos temas ambientais estão contempladas no Projeto Político Pedagógico (P. P. P.) e como esses aspectos são tratados pelas principais referências bibliográficas, considerando a Teoria Critica que orienta as concepções filosóficas dos cursos de enfermagem. A pesquisa realizada de agosto de 2007 a março de 2008 revelou elementos importantes que podem auxiliar na revisão conceitual de temas como ética, política e meio ambiente.

METODOLOGIA:

Tratou-se de uma pesquisa documental com análise do P.P.P. do curso e bibliográfica com consulta de artigos das principais bases de dados como Portal Capes e Bireme. A pesquisa foi realizada de 01 de agosto de 2007 a 31 de março de 2008, e teve caráter qualitativo.

RESULTADOS:

1. A ética tem como função fundamental, enquanto ciência teórica, refletir, clarificar, investigar uma determinada realidade, contribuindo para que no exercício profissional ou social, o homem compreenda os seus direitos e a sua responsabilidade em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. 2. Os interesses de mercado que objetivam elevados lucros em curto prazo geram mazelas sociais, produzem impactos ambientais e o desequilíbrio ecológico do qual poderão dificultar o controle e a erradicação de doenças comuns em países pobres assim como o retorno de doenças anteriormente tidas como controladas. 3. Segundo Aristóteles “o ético, o moral, o legal, são conceitos históricos e, portanto mutáveis”, conseqüentemente, sujeitos a transformações. Nos cursos superiores é importante que essa visão aristotélica seja observada na construção e reformulação de diretrizes que possam estabelecer regras de convivências, que contemplem não apenas o P.P.P. como instrumento normatizador, mas também as relações interpessoais. 4. A carência de referenciais éticos tem limitado a construção e reformulação de propostas de formação profissional, como na área da saúde, gerando incertezas e limitando as certezas do perfil de cidadão que se pretende formar.

CONCLUSÕES:

O distanciamento entre as questões conceituais que sustentam as reflexões filosóficas dos cursos superiores com a prática do cotidiano dessas instituições revela a falta de clareza às comunidades acadêmicas da função do Projeto Político Pedagógico. O entendimento é de que existe um afastamento entre os aspectos teóricos-conceituais com o ementário das disciplinas que constituem o currículo. A fragmentação dos conteúdos, transmite a mesma compreensão dada à um dos conceitos de Meio Ambiente, ou seja, metade de algo, e que não se completa. Os aspectos éticos abordados em sala ou na instituição dão conta apenas da ética na profissão, como se a questão ética pudesse ser abordada também de forma fracionada. É interessante que a questão da ética seja abordada de forma ampla a possibilitar condutas adequadas nas relações entres acadêmicos e professores, assim como a questão da saúde, que é conceituada, como sendo o resultado do bem estar psíquico, físico e social, e não somente como ausência de doença.

Instituição de fomento: Universidade do Estado de Santa Catarina

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Ética, Meio ambiente, Saúde

E-mail para contato: fabriela@gmail.com