60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física

A INFLUÊNCIA DOS FATORES FÍSICO-AMBIENTAIS NA EXPLORAÇÃO E USO DO ESPAÇO NO BREJO DE ALTITUDE TRIUNFO-PE

Márcia Maria da Silva1, 2, 3
Gleidce Tamires Alves de Oliveira1, 2, 4
Solange Gomes da Silva1, 2
Thaïs de Lourdes Correia de Andrade1, 2, 5

1. Universidade Federal de Pernambuco
2. Departamento de Ciências Geográficas/UFPE
3. Bolsista do Programa de Educação Tutorial de Geografia / UFPE
4. Colaboradora do Programa de Educação Tutorial de Geografia / UFPE
5. Profª Msc.- Departamento de Ciências Geográficas/UFPE


INTRODUÇÃO:
No semi-árido pernambucano assim como no nordeste existem áreas de exceção como brejos que podem ser de altitude, exposição, pé de serra e corredor de vento, neste caso estudou-se o brejo de altitude Triunfo localizado no município homônimo, na Serra da Baixa Verde. Identifica-se aí a influência que os fatores físico-ambientais têm na forma de exploração e uso do solo urbano e rural. Nesse espaço, devido às características naturais mais semelhantes à região da Mata do que do Sertão observou-se à presença da cana-de-açúcar, para a produção da rapadura, a produção de cereais, frutas, hortaliças, até mesmo, café. Ocupação esta bem diferente daquela observada nas áreas que estão a seu entorno, onde dominam condições típicas de semi-árido. Além disso, há belezas naturais como clima, vegetação e recursos hidrográficos (cachoeiras), arquitetônicas, e até os produtos retirados do uso do solo para a agricultura, ou seja, o caso dos engenheiros que produzem não apenas a rapadura, mais também a cachaça.

METODOLOGIA:
Em uma primeira fase do trabalho foi realizado levantamento e leitura de bibliografia sobre o assunto, a exemplo de livros, revistas, monografias e dissertações. Por sua vez, nesse momento, ainda foram coletados dados estatísticos fornecidos pelo IBGE sobre o município, analisados gráficos, tabela e feitas consultas e mapas e ao RADAMBRASIL. Em uma segunda fase, além das atividades de gabinete, de análise e interpretação do material coletado, foram realizados visitas a campo para observação “inloco” buscando fazer uma analogia do material que foi levantado com a realidade vivenciada na região. Para isso foram feitas entrevistas, aplicados questionários e registros em fotografias

RESULTADOS:
À exploração e uso do espaço que ocorre no brejo de Triunfo, muitas vezes feita de forma inadequada pelas atividades agrícola e turística, vem causando um processo de degradação ambiental do brejo. A retirada da mata, uso inadequado dos solos, ocupação em áreas de maior declive, manejo tradicional e rudimentar do solo pela agricultura e pelo turismo que inicialmente tinha uma proposta ecológica e que vem adquirindo uma tendência mais industrializada. Entretanto, foi o aspecto natural que atraiu essa atividade, que buscava aspectos diferentes para atrair o turista e que encontrou em meio ao semi-árido uma área totalmente diferenciada do seu entorno, com a presença da Floresta Estacional Semidecidual Montana, com temperaturas que podem chegar a 8º C durante o inverno. O Governo do Estado junto com o Governo dos municípios implementou um programa de incentivo ao desenvolvimento da atividade turística, intitulada “Circuito do Frio”, em cidades serrana de Pernambuco tendo a utilização do potencial representado pelos aspectos climáticos, associados aos geomorfológicos como principal impulsionador. Mas essa forma de exploração e uso do solo vem sendo acompanhada de degradação ambiental, visto que tanto turistas bem como os moradores acabam poluindo o brejo.

CONCLUSÕES:
A ocupação e exploração do espaço no brejo estudado trazem tanto aspectos positivos como negativos. É notório que o turismo trouxe um aquecimento para a economia do município, pois investimentos foram realizados na infra-estrutura, representada pelas pousadas, restaurantes e bares. Entretanto a degradação causada pela atividade turística e agrícola está prejudicando o brejo em seu caráter físico-ambiental. Os brejos são áreas de forte interesse para preservação, pois são áreas de paleoclimas e também pelas suas peculiaridades como suas características contrastantes com a área a qual o brejo encontra-se circunscrito que é o semi-árido. É nesse momento que se faz necessário um planejamento adequado para o uso das áreas naturais, sem que se deixe de lado, o conhecimento da Geografia Física. Conscientizando a população e os investidores através de um planejamento racional, envolvendo o potencial existente, e acompanhado as ações desenvolvidas. Por sua vez, cabe ao setor público fiscalizar estas ações, com vistas a procura minimizar os impactos negativos que podem vir a ser identificados. Outro aspecto observado foi a grande influência dos fatores físico-ambientais representados pelo relevo, cachoeiras e corredeiras como potencias para a atividade

Instituição de fomento: Universidade Federal de Pernambuco



Palavras-chave:  Brejo de Altitude, Degradação Ambiental, Preservação

E-mail para contato: marcy.geo@gmail.com