60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal

AVALIAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA BRUTA DO XIQUE-XIQUE APÓS ENRIQUECIMENTO PROTÉICO EM DIFERENTES TRATAMENTOS.

Marcelo Marques Fontes1
José Pires Dantas1, 2
Ana Flávia Felix Farias1
Gilberlândio Nunes da Silva1
José Marcelo Barbosa1
Gilvan Ferreira Leite1

1. Depto. de Química – DQ – UEPB – Campina Grande - PB
2. Prof. Dr.


INTRODUÇÃO:
O Nordeste brasileiro é uma região bastante castigada por causa do grande período de estiagem. Esse desastre atinge as regiões do interior do Semi-árido, deixando sempre em estado de indigência a população afetada. Como as atividades nessa Região são basicamente a agricultura e a criação de animais de pequeno e médio porte, a estiagem prolongada torna essa atividade praticamente inviável, pois as principais fontes de alimentos para os animais são escassas. No que se refere à alimentação dos rebanhos, o Xique-xique (Pilosscereus gounellei), é uma das matérias-primas usadas, principalmente para animais criados nestas áreas. O uso dessa cactácea ocorre com grande freqüência no período seco do ano, quando os animais se ressentem da escassez de pasto provocada pelo regime irregular de chuvas. É exatamente nessa época, quando o pasto deixa de ser à base de alimentação dos rebanhos, que a Pilosscereus gounellei atinge a maturação e, conseqüentemente, oferece melhores condições para a alimentação animal. Essa característica demonstra a importância de se utilizar à planta no período da seca. Em face do exposto, este trabalho tem como objetivo avaliar o teor de proteína bruta do xique-xique após enriquecimento protéico em diferentes tratamentos.

METODOLOGIA:
Em condições de campo, na fazenda Nova Palmeira - PB foram coletadas plantas de Xique-xique, o mesmo foi queimado deixando esfriar, para a realização da trituração em uma máquina forrageira modelo Trapp JK700. Após a trituração da cactácea, foram feitos 3 tratamentos: tratamento 1 (T1) - Massa neutra; tratamento 2 (T2) - Massa neutra + Sais ( Uréia, Fosfato Bicálcico, Sulfato de Magnésio e Cloreto de Sódio); tratamento 3 (T3) - Massa neutra + Sais + Fermento Biológico. Para 500 kg da massa triturada foram utilizados 6 kg de uréia, 2 kg de fosfato bicálcico, 1 kg de sulfato de magnésio, 2 kg de cloreto de sódio e 2 kg de fermento biológico. Nos tratamentos foram coletadas amostras em média 1 kg da massa tratada, a partir de 12h00min a 48h00min de fermentação. As amostras foram submetidas à secagem em uma estufa de circulação de ar, mantidas a 50°C, após seca, foram avaliados o teor de proteína em cada tratamento em diferentes horas de fermentação, conforme a metodologia Tedesco et al.,1985, no decorrer do período, no Laboratório do Semi-Árido da Universidade Estadual da Paraíba. Os tratamentos serão avaliados em caprinos desmamados, em um período de 4 meses.

RESULTADOS:
O Xique-xique utilizado nesse experimento apresentou uma média de matéria seca aproximadamente igual a 30,00%, sendo superior aos valores obtidos por Silva et al.;(1998), com 13,59%. Embora o Xique-xique não seja uma ração completa, pois não atende completamente as necessidades nutricionais impostas pelos animais. Por apresentar um baixo teor de matéria seca, a sua associação a uma forragem, oriunda da caatinga, contribui para sobrevivência do animal durante os períodos drásticos da seca. Quanto à percentagem de proteína bruta referente à cactácea, a mesma apresentou diferentes níveis de proteínas nos seguintes estágios de fermentação, em 12h:00min: T1 9,025%, T2 34,46%, T3 42,10%; em 24h:00min: T1 10,15%, T2 32,47%, T3 38,40%; em 36h:00min: T1 8,39%, T2 31,72%, T3 39,72%; em 48h:00min: T1 8,47%, T2 28,45%, T3 45,11%. As análises indicaram que a cactácea no tratamento T3 e com 48h:00min de fermentação apresenta uma maior porcentagem de proteína bruta, sendo adequada para o uso.

CONCLUSÕES:
Os resultados das análises evidenciam que a melhor forma de utilização do Xique-xique é com 48horas de fermentação e no respectivo tratamento 3, porém por ter um baixo teor de matérias seca, faz necessário a adição de outro material volumoso. Mostrando que é possível o enriquecimento protéico da cactácea através de tratamentos, tornando viável a sua utilização.

Instituição de fomento: Universidade Estadual da Paraíba

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Xique-xique, Proteína bruta, Pilosscereus gounellei

E-mail para contato: marcelof87@hotmail.com