60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

O SUPERVISOR DE ESTÁGIO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Neusa Elisa Carignato Sposito1
Ana Maria de Andrade Caldeira2

1. Pós-Graduação Educação para a Ciência, Área: Ensino de Ciências, FC-Unesp/Bauru
2. Departamento de Educação, Faculdade de Ciências - Unesp/Bauru


INTRODUÇÃO:
O Estágio Supervisionado é um dos aspectos que integra o tema formação de professores e é evidenciado nesta pesquisa. Entende-se o Estágio Supervisionado como imbricado à Prática de Ensino. O Estágio Supervisionado – Termo I foi desenvolvido pelos licenciandos de Ciências Biológicas da Unesp de Bauru como uma proposta de estágio integrado entre a Instituição Ensino Superior – IES e a Escola de Educação Básica – EEB. As atividades desenvolvidas por eles foram além da sala de aula e abrangeram a EEB como um todo. Ao conviverem nesse universo escolar ampliado, foram orientados pelo professor-regente da disciplina e por outros profissionais presentes na EEB. Essa convivência foi imprescindível à formação dos futuros professores no sentido de conhecerem a escola em seus diferentes aspectos (gestão, físico e pedagógico), relacionarem-se com os profissionais lá existentes, com os alunos e pais. O objetivo desta pesquisa foi verificar quem, dentro da EEB, poderia ser o Supervisor de Estágio, segundo os licenciandos. A relevância desta pesquisa é apresentar dados pertinentes às discussões que ocorrem na área do Estágio Supervisionado integrado entre a IES e a EEB acerca da necessidade de delegar a alguém da EEB essa supervisão.

METODOLOGIA:
Trata-se de pesquisa qualitativa desenvolvida com 21 licenciandos (12 mulheres e 9 homens), do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Faculdade de Ciências, da UNESP de Bauru, diurno, no segundo semestre de 2006. Os licenciandos distribuíram-se em cinco diferentes escolas: em três escolas, em grupos, formados por cinco, seis e oito licenciandos e, em duas escolas, eles atuaram individualmente. A coleta de dados ocorreu, na IES, na última aula de disciplina de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado. Foi solicitado aos licenciados responderem, por escrito, às questões: 1. Você acha que deveria haver alguém da escola de educação básica fazendo a supervisão? 2. Quem poderia ser o/a supervisor/a?Justifique sua resposta. As respostas foram numeradas, lidas e interpretadas para, em seguida, serem categorizadas As categorias expressam a freqüência e a semelhança das respostas e são identificadas por letras maiúsculas do alfabeto.

RESULTADOS:
As respostas dos licenciandos à questão 1 foi a categoria A – sim (n=21, 100%). Essa categoria confirma o que a literatura e a legislação enfatizam acerca da necessidade do Supervisor de Estágio da EEB. Quanto à segunda, os resultados foram: Categoria A – coordenador (n=9, 42%), Categoria B – professora (n=7, 33%), Categoria C – diretora (n=2, 10%), Categoria D – pedagogo (n=1, 5%), Categoria E – funcionário (n=1, 5%) e Categoria F – em branco (n=1, 5%). Na categoria A, 42% deles sugerem como Supervisor de Estágio o coordenador e justificam que com essa pessoa poderiam conhecer melhor a espaço escolar, discutir mais apropriadamente o projeto de integração IES/EEB e avaliar os benefícios dessa intervenção. Na categoria B, 33% deles indicaram a professora para exercer este papel. Os estagiandos alegaram que a mesma deveria assistir às aulas dadas por eles para discutirem metodologias e conteúdo. Esse resultado demonstra a importância da professora em contribuir no processo ensino aprendizagem. Quanto às categorias C, D e E, totalizando 20%, as justificativas são semelhantes às da categoria A. Verifica-se, assim, que 62% dos licenciandos, ao indicarem outros profissionais como orientadores do estágio, apontam para a diversidade de aspectos que devem contemplados em sua formação.

CONCLUSÕES:
A necessidade urgente de serem elaborados projetos de estágios supervisionados em parceria entre a IES e EEB encontra uma série de dificuldades, entre as quais a definição de quem deveria ser o Supervisor de Estágio da EEB. Via de regra, aponta-se o/a professor/a-regente da EEB como o/a responsável. No entanto, ao se propor e executar um projeto em parceria, o universo da escola básica se amplia para além da sala de aula, ou seja, do ensino e da aprendizagem. Evidenciam-se aspectos em que outros profissionais da educação presentes na escola (coordenador pedagógico, diretor, pedagogo, assistente de direção, secretário de escola, etc) poderiam também contribuir e completar a formação do licenciando. Dessa forma, não caberia apenas à professora-regente mais uma incumbência dentre as várias que desempenha. As atividades do estágio supervisionado a partir de um projeto previamente elaborado seriam compartilhadas pelos diferentes profissionais da educação.



Palavras-chave:  Estágio Supervisionado, Supervisor de Estágio, Prática de Ensino

E-mail para contato: neusaelisa@fc.unesp.br