60ª Reunião Anual da SBPC




H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 1. Lingüística Aplicada

JORNAL FALADO: UM POTENCIALIZADOR DE SITUAÇÕES DE LEITURA E ESCRITA

JOSIVALDO BARBOSA DA SILVA1
POLLYANNA KEYLLA DO NASCIMENTO GOUVEIA DA SILVA1

1. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO - UNICAP


INTRODUÇÃO:
O presente trabalho surgiu a partir de pequenas produções do jornal falado feitas pelos alunos, nos corredores de uma escola pública na região metropolitana do Recife. Diante do fato, percebemos que usar o jornal falado no universo escolar é viável porque podemos ficar atentos ao processo de construção textual e verificar que os alunos sem o hábito da leitura e escrita passam a ler e a escrever, devido ao sentido que essa atividade dá as aulas de Língua Portuguesa. Além de toda uma estrutura de preparação e elaboração dos textos escritos exploramos a modalidade oral que deve ter o mesmo privilégio que o trabalho com a modalidade escrita. Nessa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) apontam a importância de, nas produções de textos orais, o aluno ser orientado a planejar a fala, valendo-se da linguagem escrita, a ajustar o texto à variedade lingüística adequada, de acordo com seu público, a reconsiderar seu planejamento prévio, ajustando-o conforme a reação de seu(s) interlocutores e a considerar a utilização de elementos não-lingüísticos como possíveis provedores de sentido. Nosso trabalho procura criar um modus operandi, a partir do jornal falado, que pudesse ser utilizado em diversos gêneros nas situações que envolvessem a leitura e a escrita.

METODOLOGIA:
Inicialmente, solicitamos aos alunos a análise de vários jornais impressos no Estado. Na etapa posterior, foram lidos e discutidos a estrutura de cada jornal local. O professor se encarregou de mediar a discussão e estimular a produção das notícias a serem faladas, levando em consideração os ajustes necessários que os alunos tiveram ao expressar a notícia oralmente. Na produção da notícia levamos em consideração um modus operandi,ou seja, as características do gênero estudado, o assunto que pretendiam abordar, o perfil do jornal e do público para o qual escreveriam. Ao terminar de escrever a notícia foi feita avaliação dos textos produzidos através de um trabalho de reescrita textual. Em seguida, escolhemos o apresentador que leu as notícias produzidas e criou-se nos grupos um cenário do telejornal. Por fim, houve apresentação do jornal falado para toda escola, através da exibição do vídeo produzido pela turma.

RESULTADOS:
Observamos que nossos alunos foram capazes de produzir notícias jornalísticas, levando em consideração a estrutura ou modo composicional. Constatamos ainda, a preocupação do aluno com a sua escrita e o interesse por assuntos da comunidade local. Isso ajudou a desenvolver o senso crítico, fez com que o grupo refletisse sobre a necessidade de ler para se atualizar e escrever melhor. Além de mobilizar todo corpo discente na leitura e produção de notícias.

CONCLUSÕES:
Concluímos que o processo de construção do jornal falado possibilitou uma maior integração do grupo, estimulando uma série de conexões entre os acontecimentos recentes na escola e na cidade. Além disso, abriu um caminho para a divulgação de idéias do próprio aluno. O trabalho com o jornal falado torna o aluno sujeito de sua história devido a sua participação ativa, com seu modo de falar e pensar a realidade constatadas nas produções textuais, pelas suas relações lógicas, conhecimento de mundo e senso crítico. Dessa forma, torna-se responsável e consciente de seu papel social.

Trabalho de Professor do Ensino Básico ou Técnico

Palavras-chave:  LEITURA, ESCRITA

E-mail para contato: josivaldoletras@uol.com.br