E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 5. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca
DESCRIÇÃO DA FROTA PESQUEIRA ARTESANAL DA COMUNIDADE DO JARAGUÁ- MACEIÓ/ALAGOAS
Jordana Rangely de Almeida Santos1 Nídia Noemi Fabré1, 2 Vandick da Silva Batista1 Cibele Tiburtino Cavalcante de Lima3 Cynthia Diniz Souza1 Morgana Maria Macedo1
1. Laboratório de Ecologia de Peixes e Pesca - LABMAR- ICBS. UFAL 2. Profª. Drª. Orientadora 3. Universidade Federal de Alagoas- UFAL
INTRODUÇÃO:Conforme estudos recentes sobre a pesca do litoral nordestino, realizados pelo Programa REVIZEE, a captura de organismos marinhos no Nordeste é realizada, principalmente, pela pesca artesanal, praticada com tecnologia tradicional de baixa autonomia de navegação.
No estudo da dinâmica populacional de peixes, as estatísticas de captura e esforço de pesca constituem dados essenciais, principalmente quando se esta iniciando o estudo do sistema, e quando se dispõe de poucos recursos para sua investigação (Gulland, 1965).
O presente trabalho refere-se à frota artesanal da principal comunidade pesqueira do litoral alagoano, localizado na Praia da Avenida. O objetivo proposto é descrever a pesca artesanal considerando as características da frota pesqueira e os apetrechos de pesca. Este estudo permitirá subsidiar medidas de poder de pesca, assim como estimar o esforço de pesca praticado pela principal comunidade de pescadores do Litoral alagoano sediada no Jaraguá.
METODOLOGIA:O trabalho de campo foi iniciado em maio de 2007 e estendeu-se até novembro do mesmo ano, tendo sido efetuadas coletas de campo semanais.
Foi realizado um levantamento censitário na comunidade pesqueira de Jaraguá/Praia da Avenida, com a finalidade de identificar e quantificar os pescadores que trabalham com teleósteos e elasmobrânquios. Com o intuito de caracterizar a frota pesqueira, durante o levantamento censitário foram registradas as seguintes informações: tamanho, material e comprimento da embarcação; potência do motor; tipos de apetrechos utilizados na pescaria; duração das viagens de pesca; entre outras.
RESULTADOS:A frota pesqueira de Jaraguá que explora os recursos marinhos costeiros está composta por 57 barcos, sendo 55 (96,5%) de madeira e os restantes de fibra de vidro. Associada a frota existem cerca de 20 pequenas embarcações, em sua maioria canoas, que podem ser utilizadas no transporte de pessoas, insumos e pescado. O comprimento dos barcos varia entre 5m e 15m, havendo uma relação entre o tipo de apetrecho utilizado e o tamanho da embarcação. Os menores barcos, com comprimento médio de 7,20±1,50m, pescam com rede de espera, localmente chamada de caceia; e os maiores, comprimento médio de 9,58±1,95m, pescam com arrasto e tem maior potência no motor. Nos barcos que exploram peixes, o comprimento e a potência do motor apresentam uma relação linear. Contudo, barcos maiores que 8m tendem a instalar motores mais potentes que o indicado pelo comprimento da embarcação.
Os tipos de apetrecho utilizados, em ordem decrescente de importância numérica são: arrasto, caceia, linha, rede de lagosta, arpão e espinhel.
A maior dedicação em termos de horas de pesca foi realizada pelos pescadores de linha, que têm uma autonomia máxima de 192 horas no mar, bem como o número de pescadores (2 ou 3) por viagem de pesca .
CONCLUSÕES:Embora exista uma grande diversidade nas artes de pesca utilizada no Jaraguá, evidenciou-se que o esforço realizado pela frota esta dirigido principalmente à exploração de recursos ícticos. Pois, dos 57 barcos que constituem a frota artesanal da comunidade estudada, 34 são destinados a exploração destes recursos, utilizando para isso linha e/ou caceia, como apetrecho de pesca.
A heterogeneidade da frota, em relação ao tamanho por tipo de embarcação, foi confirmada através das diferenças dos comprimentos médios entre os barcos que utilizam como apretecho de pesca arrasto, caceia e linha.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Jaraguá, Pesca, Artesanal
E-mail para contato: cibele.tiburtino@gmail.com
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