60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ENTRE O ASSISTENCIALISMO E O EDUCAR

Maria Amélia Telles Baracho1
Tatiana Passos Zylberberg1

1. Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas


INTRODUÇÃO:
Desde a Constituição Brasileira de 1988, a Inclusão é prevista em lei, decretando que a escola regular tem a obrigação de receber os alunos. Entretanto, a almejada inclusão está ainda veiculada ao modelo assistencialista, isto é, ao invés de acolher os alunos em sua diversidade, dando oportunidades equivalentes a todos, os “incluídos” continuam sendo tratados mais em função dos estigmas que limitam, do que dos potencias que precisam ser estimulados. Todos os alunos deveriam ser inclusos na prática pedagógica independente de sua cor, sexo, religião, opção sexual ou política, condição física, psíquica ou sensorial, o que, muitas vezes não acontece, devido à maioria dos professores sentirem-se despreparados para lidarem com essa situação. Apesar de já ter havido uma maior conscientização do processo inclusivo dentro da sociedade e dos velhos paradigmas da educação escolar já serem contestados, a grande maioria das escolas ainda encontra dificuldades em colocá-lo em prática.

METODOLOGIA:
Durante o estágio de licenciatura em Educação Física ficou evidente a distância entre o discurso inclusivo e a intervenção pedagógica, o que intensificou a necessidade de realização de uma pesquisa de natureza qualitativa para desvelar este fenômeno. O diário de campo forneceu pistas relevantes sobre as incoerentes atitudes dos professores durante as aulas. Apesar de afirmarem trabalhar a educação inclusiva em suas aulas, suas intervenções tendiam a manter as diferenças como uma barreira. Observando principalmente as aulas de Educação Física nos ainda deparamos com conceitos que historicamente persistiram, como: exclusão, culto exacerbado ao corpo, dificuldade em incluir pessoas portadoras de necessidades especiais, e até maior freqüência masculina nas aulas de Educação Física escolar.

RESULTADOS:
Com a nossa análise, pudemos perceber que os educadores do Ensino Médio, muitas vezes, reforçam atitudes assistencialistas com os alunos em vez de incluí-los, ou seja, esquecem que qualquer aluno, independente de sua deficiência é capaz de aprender a fazer e, acabam fornecendo os conteúdos prontos, mesmo dando as respostas para os alunos finalizarem as atividades. As escolas, apenas recebem os alunos e estes devem adaptar-se ao ambiente, e não o ambiente a ele, a esse processo chamamos integração. Deve-se ressaltar que a exclusão nas escolas reflete o descontentamento e a discriminação que existe na sociedade como um todo.

CONCLUSÕES:
Considerando a diversidade encontrada na escola, devemos ficar atentos sobre o pensamento dos educadores sobre a mesma, se estes compreendem e valorizam-na em suas aulas. O assistencialismo não é o caminho para a escola proporcionar o ensino-aprendizagem, pois esta é responsável pela educação. A inclusão não é um processo fácil, mas nós sabemos que é possível. O corpo docente da escola deve estar preparado para acolher todos os alunos em sua diversidade. A escola é o lugar mais importante para compreender a diversidade humana. Entre as pistas que podem favorecer o processo de inclusão está o educar para a autonomia, dando ao aluno oportunidade de aprender e se sentir capaz de fazer. Basta aos educadores terem consciência e transformar o discurso inclusivo em atitude.



Palavras-chave:  Inclusão, Educação, Assistencialismo

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