60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 1. Construções Rurais

AMBIÊNCIA TÉRMICA E AÉREA EM INCUBAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE

João Carlos Rosada Pantano1
Marta dos Santos Baracho1, 2
Irenilza de Alencar Nääs1
Débora Passos Alvarenga1
Ana Carolina de Souza Gigli1

1. Departamento de Construções Rurais e Ambiência - FEAGRI-UNICAMP
2. Professora Doutora. Orientadora- Faculdade de Americana- FAM.


INTRODUÇÃO:
De acordo com GONZALEZ (1994), a produção industrial de pintos de corte e postura constitui um dos fatores de maior importância no desenvolvimento da moderna indústria avícola. O processo produtivo do incubatório é constituído de entradas (ovos incubáveis), transformação biológica dessas entradas em produtos (pintos de um dia), agregando valores (GUSTIN, 2003a). BRAMWELL (2002) reporta que os parâmetros de qualidade de eclosão têm aumentado devido às tentativas de se maximizar a eclodibilidade. A temperatura é o fator ambiental mais importante e crítico que afeta diretamente a eclodibilidade. A umidade relativa (UR) é outro ponto a ser levado em consideração. É verdade que a UR dentro da incubadora pode variar muito mais que a temperatura, mas não produzirá sérios danos a eclodibilidade; no entanto, deverá ser mantida em determinada amplitude para assegurar obtenção de bons resultados (DECUYPERE et al., 2003). Existem diversas técnicas para avaliar a ventilação e a qualidade do ar no interior de uma instalação, sendo uma dessas técnicas a mensuração e análise da concentração de CO2 deste local (PERSILY, 1996). O objetivo deste trabalho foi correlacionar os dados de concentração de CO2 com os de temperatura, umidade do ar e velocidade do vento em incubação de frango de corte.

METODOLOGIA:
O experimento foi realizado em incubatório comercial, localizado no município de Amparo, no Estado de São Paulo. Foram coletados dados sobre condições térmicas e aéreas em três lotes de produção, referentes ao interior de incubadora. Para o monitoramento das variáveis climáticas foram utilizados equipamentos Termohigroanemômetros Modelo HTA 4200 PACER®, para coleta de dados referentes à Temperatura de Bulbo Seco (TBS) e Umidade Relativa (UR). A análise de gases (CO2) foi realizada utilizando-se de bomba de sucção e tubos calorimétricos Dräger (100-3.000 ppm). Para a análise estatística dos dados coletados utilizou-se software MiniTab 14® para que fossem estabelecidas as correlações ou associações entre o conjunto das variáveis amostradas (associação de [CO2] com TBS, UR e VA e; sendo que, o grau de associação entre essas variáveis foi avaliado pelos coeficientes de Correlação de Pearson.

RESULTADOS:
A temperatura manteve-se abaixo do valor ideal 37,88°C (BAROTT, 1937) para obtenção de uma boa eclodibilidade em todos os lotes, o que pode levar a retardo do desenvolvimento embrionário, induzindo surgimento de embriões com má-formação e atraso na eclosão dos ovos de acordo com GUSTIN (2003). Considera-se que a umidade relativa dentro deste ambiente pode variar mais do que a temperatura, no entanto deve estar em uma faixa de 50-60%, como foi observado no segundo e terceiro lote, e no primeiro lote estão abaixo desta variação, o que provoca o aumento da evaporação dos embriões. As concentrações de CO2 não representaram situações de risco para os animais visto que o limite máximo está situado em 3000ppm e a concentração habitual de CO2 na atmosfera encontra-se numa faixa de 500 a 750ppm. (MIRAGLIOTTA, 2005). A partir do teste de correlação de Pearson para os dados de ambiência na incubadora, somente foi encontrada correlação entre a concentração de CO2 (ppm) e UR (%), de significância moderada (p-valor<0,001) e com uma correlação negativa de moderada magnitude (Correlação de Pearson = - 0,377). As demais variáveis não apresentam associação de interesse, visto que p-valor > 0,05 e/ou a correlação de Pearson muito fraca.

CONCLUSÕES:
Os dados de ambiência térmica observados neste trabalho foram considerados baixos, quando comparados com o que é sugerido pela literatura e as concentrações de CO2 não representaram situações de risco. Com esses resultados destaca-se a importância de programas de biosseguridade em incubatórios, estabelecendo um manejo adequado, proporcionando ambientes homogêneos, garantindo, com isso, maior qualidade dos pintinhos.

Instituição de fomento: FAPESP e CNPq.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  gases, incubatório

E-mail para contato: joaopantano@yahoo.com.br