60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional

NOVAS GEOGRAFIAS NO ESPAÇO URBANO-REGIONAL DE JUIZ DE FORA – MG

Gislaine da Silva de Souza1
Bruno Bottino de Paiva1
Maria Lúcia Pires Menezes1, 2

1. Departamento de Geociências / UFJF
2. Professora Doutora / Orientadora


INTRODUÇÃO:
Nestas duas últimas décadas assistimos sucessivas políticas de privatização de empresas-bases do Estado, uma massiva participação e injeção de capital financeiro, acompanhadas pela internacionalização nas ações das grandes corporações, efeitos simultâneos da recente reestruturação do modo de produção. Tais modificações evidenciam processos da dita Globalização. Nesse contexto, a cidade mineira de Juiz de Fora vem vivenciando uma intensificação na produção de seu espaço urbano que motiva novas espacialidades mais dinâmicas e interligadas às várias escalas do mundo contemporâneo. Assim, o presente trabalho analisa os recentes ajustes espaciais urbanos realizados na cidade de Juiz de Fora, bem como as “novas geografias” daí oriundas; e busca compreender o processo em curso materializado por novos equipamentos urbanos – entendidos como “fixos” geradores de novas dinâmicas que merecem análises, bem como a inserção da cidade nesse novo “espaço-tempo”.

METODOLOGIA:
Para a apreensão, análise e compreensão das novas geografias do espaço urbano-regional de Juiz de Fora buscamos nos orientar por fotografias aéreas juntamente com a realização de trabalhos de campo, que nos permitiram uma melhor visualização espacial e experiências empíricas. Essas informações foram consubstanciadas por dados obtidos no arquivo da prefeitura de Juiz de Fora e pesquisas bibliográficas e cartográficas. Tais informações basearam a identificação e a análise das novas formas espaciais a partir de referencial bibliográfico sobre Geografia Urbana suas escalas e seus processos na dinâmica espacial atual.

RESULTADOS:
O município de Juiz de Fora, constitui-se como uma cidade média pela sua importante posição geoeconômica funcional, centro regional da Zona da Mata mineira. Está interligado e une regiões metropolitanas como RJ e BH, assim como SP via Vale do Paraíba. Recentemente o processo de crescimento urbano segue o vetor de expansão em direção às margens da rodovia BR – 040. É acompanhado pelo implemento de equipamentos urbanos inovadores, frutos de novas dinâmicas econômicas e espaciais, que acenam para novas propostas de organização e aproveitamento do espaço econômico da cidade e região imediatos, e reafirmam-no na posição de polarizador de sua rede urbana regional. Assim, nossa hipótese inicial propõe que shopping, aeroporto, centros de negócios e inovações (Expominas–JF, La Rocca e Park Sul) e novos projetos urbanísticos configuram novas geografias locais e instauram, portanto, novas territorialidades articuladas com as demais dimensões escalares: regional, nacional e global. Logo, por novas geografias entende-se, a princípio, não apenas formas geográficas de per si (Correa, 1987), mas que sua existência cumpre a função de viabilizar uma nova rede de fluxos que perpassam o lugar articulando-o simultaneamente para dentro e para fora de seu espaço imediato e, portanto, singularizando-o.

CONCLUSÕES:
As modificações no espaço urbano-regional de Juiz de Fora, revelam não apenas mudanças físicas na paisagem, mas na estrutura da economia nacional em função dos novos parâmetros ditados pela economia globalizada. Através de uma análise mais crítica, percebemos nitidamente alterações na organização do espaço geográfico. Alterações que revelam um processo de expansão urbana ao longo dos eixos viários e rodoviários, com forte tendência à desconcentração e expansão do centro da cidade, o que é denominado por diversos autores de urbanização dispersa. Esta revela-se como forma espacial da reestruturação produtiva, liderada pelas novas logísticas que induzem a expansão urbana através da malha viária. Esta pesquisa tem como objeto empírico a região sudoeste de Juiz de Fora por revelar formas espaciais que expressam tal dinâmica através dos novos empreendimentos imobiliários (para classe média alta), do comércio setorial (móveis e automóveis), dos equipamentos de saúde e hospitalares, educacionais, e de cultura e lazer. Estes configuram um novo arranjo espacial demonstrativo da reestruturação produtiva brasileira inserida na atual economia globalizada.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Geografia Urbana, reestruturação produtiva, urbanização dispersa

E-mail para contato: gislainegeo@yahoo.com.br