60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo

AVALIAÇÃO DO REUSO DO CHORUME NA AGRICULTURA ATRAVÉS DE TESTES DE TOXICIDADE CRÔNICA EM SEMENTES DE CEREAIS

Monalisa Franco1
José Euclides Stipp Paterniani1
Fernanda Gabriela Garcia2
Giceane dos Santos Matos2
Ronaldo Teixeira Pelegrini2

1. Feagri - UNICAMP
2. Ceset - UNICAMP


INTRODUÇÃO:
O chorume é um líquido escuro, proveniente de aterros sanitários e lixões, que apresenta em sua composição altas concentrações de compostos orgânicos como carboidratos, proteínas, gorduras, substâncias fenólicas, entre outras, originados da degradação de substâncias que facilmente são metabolizadas. Entretanto o percolado apresenta também diversas substâncias de interesse para agricultura como: nitrogênio, fósforo, carbono e micronutrientes e a avaliação do seu uso, pós-tratamentos, na irrigação é possível através de ensaios de toxicidade, que são importantes ferramentas utilizadas no controle de poluição e determinam as concentrações permissíveis de agentes químicos para o desenvolvimento/sobrevivência de determinados organismos vivos. Portanto estudo visou desenvolver ensaios de toxicidade crônica para avaliar a maior concentração de percolado de aterro sanitário que não se observa efeitos deletérios estatisticamente significativos (CENO) e a menor concentração que se observa efeito tóxico (CEO) empregando sementes de cereais como organismos teste.

METODOLOGIA:
Para a realização dos estudos foram utilizadas as espécies: Tritico secale, Cryza sativa, Helianthus annuus, Triticum aestivum, Avena sativa, Zea mays e Phaseolus vulgaris, nas quais avaliou-se a taxa de germinação após 120 horas de exposição aos estressores. No desenvolvimento da técnica foram realizados estudos preliminares com alguns poluentes presentes no chorume: soluções de Fenol, Cobre e Amônia em água de diluição otimizada para cada espécie no valor de pH 7,2 por meio de solução tampão de KH2PO4 e K2HPO4.

RESULTADOS:
As concentrações obtidas na qual estabeleceu-se o CENO e CEO, variaram para cada substância e espécie de cereal. Nos testes com as substâncias fenol, Cu e NH4+ encontrou-se o CENO nas faixas de 300 a 900 mg/L, 10 a 50 mg/L e 250 a 1050mg/L, respectivamente, e CEO variando de 400 a 1000mg/L, 25 a 100mg/L e 300 a 1100mg/L, respectivamente. O cobre demonstrou ser o estressor mais tóxico dentre os estudados. Também foram realizados testes com diluições de chorume bruto, filtrado e fotocatalisado (TiO2) pós-filtração lenta que apresentaram valores de CENO nas faixas de 20 a 35%, 20 a 50% e 15 a 50%, e CEO variando de 25 a 40%, 25 a 55% e 20 a 55% respectivamente.

CONCLUSÕES:
Através dos estudos pôde-se concluir que as espécies de cereais estudadas reagem de diferentes maneiras às soluções empregadas e as espécies Zea mays, Phaseolus vulgaris, Triticum aestivum e Tritico secale apresentaram os melhores resultados como metodologia de toxicidade crônica para avaliar a possibilidade de utilização do percolado tratado por processo de filtração lenta e fotocatálise na irrigação de cereais.

Instituição de fomento: PIBIC/CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Toxicidade, Percolado, Sementes de cereais

E-mail para contato: monalisa.franco@agr.unicamp.br