60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Físico-Química

PREPARO DE MICROEMULSÕES COMBUSÍVEIS EMPREGANDO ÓLEO DE BABAÇU, AGUARDENTE COMERCIAL E ISOBUTANOL.

Karlene Kelen Marques Mendonça1
Hilton Costa Louzeiro3
Kiany Sirley Ribeiro Brandão3
Jonas Batista Reis1
Adeilton Pereira Maciel4, 1
Fernando Carvalho Silva2, 1

1. Universidade Federal do Maranhão / Departamento de Química
2. Prof. Dr.- Orientador
3. Universidade Federal da Paraíba/ Pós Graduação em Química
4. Prof. Dr.


INTRODUÇÃO:
O emprego de óleos vegetais como combustíveis representa uma alternativa real ao óleo diesel visto que é um recurso renovável e apresenta vantagens nos aspectos sociais, econômicos e ambientais, e ajuda na redução da emissão de gases tóxicos para a atmosfera. Mas a sua alta viscosidade implica em uma desvantagem para uso direto em motores a diesel, porque ocasiona a formação de resíduos sólidos. No sentido de amenizar esse problema surgem os sistemas microemulsionados que podem ser usados como combustíveis. As microemulsões são definidas como sistemas termodinamicamente estáveis, isotrópicos e transparentes, constituídas de duas fases uma orgânica (óleo) e outra inorgânica (água) estabilizadas por compostos tensoativos e, podem ser usadas como combustíveis, que apresentam em sua composição óleos vegetais provenientes de fontes renováveis com viscosidade semelhante ao diesel. O objetivo deste trabalho é preparar combustíveis a base de microemulsões, constituídas por óleo de babaçu, solução aquosa de etanol ou aguardente como fase aquosa, surfactante não iônico e construir o diagrama de fases para obtenção da região de formação dos sistemas microemulsionados.

METODOLOGIA:
Para preparar as microemulsões utilizou-se o óleo de babaçu, solução aquosa de álcool etílico 40%, aguardentes comercias PITU (teor alcoólico = 40 %) e PIRASSUNUNGA 51 (teor alcoólico = 39 %) utilizadas como fase aquosa e isobutanol como tensoativo. Realizou-se o teste solubilidade dos componentes. Determinou-se a região de monofásica através da análise dos diagramas de fases. O método para construção dos diagramas baseia-se na titulação volumétrica com pesagem analítica das proporções volumétricas, a fim de se obter as proporções mássicas respectivas. Para construção do diagrama partiu-se de várias proporções no binário formado pela fase apolar (óleo) e solução aquosa (etanol + água), e cada ponto foi titulado com o tensoativo (isobutanol). A partir dos volumes gastos em cada titulação foram calculadas as frações em massa destes componentes. Os valores obtidos foram usados para obtenção da curva de solubilidade.

RESULTADOS:
Foi determinada a viscosidade cinemática do óleo de babaçu segundo as Normas da American Society for Testing and Materials (ASTM) D 445 apresentando um valor de 32,475 mm2/s. No teste de solubilidade observou-se que o óleo de babaçu com a solução de etanol 40% e a aguardente são imiscíveis entre si, já o isobutanol é totalmente solúvel tanto no óleo quanto na solução etanólica. Nos diagramas de fases obtidos à temperatura ambiente observou-se a formação de duas regiões uma acima e outra abaixo da curva de miscibilidade, as formulações acima da curva, região de uma fase, existirão como uma fase visível na forma de microemulsões termodinamicamente estáveis, enquanto que a região abaixo da curva, região de duas fases, serão instáveis e terão duas fases de imiscibilidade visíveis. Os diagramas em que se utilizou como a solução de etanol 40% como fase aquosa apresentou o mesmo perfil daquele obtido com a aguardente comercial. O efeito do teor de água no sistema pôde ser observado nos diagramas onde foi verificado que a hidratação do etanol diminui a região monofásica sendo necessárias maiores volumes de surfactante para estabilizar a solubilização das fases.

CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos indicam que com diferentes proporções de fase orgânica é possível formular sistemas microemulsionados, que poderão ser usados como combustíveis. O diagrama de fases constitui-se uma ferramenta importante no estudo das microemulsões, uma vez que, por meio dele pode-se observar o comportamento dos componentes que formam as microemulsões, bem como conhecer a região de miscibilidade dos mesmos. A aguardente pode ser usada como fase aquosa no preparo de sistemas microemulsionados combustíveis.

Instituição de fomento: CNPq, FAPEMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Microemulsões, Babaçu, Combustíveis

E-mail para contato: kkmm.ufma@gmail.com