60ª Reunião Anual da SBPC




H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 8. Teatro e Ópera

PROJETO MEU LAR DE IMAGENS: MEMÓRIA E TEATRO NO LAR UNIVERSITÄRIO ROSA AMÉLIA GOMES BOGÉA

Ivaldo Cantanhede Junior1
Marinildes de Brito Souza1
Arão Paranaguá de Santana1

1. Universidade Federal do Maranhão


INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta os resultados da aplicação do projeto de extensão “Meu Lar de Imagens”, e evidencia a necessidade de contribuir para o resgate da identidade pessoal das moradoras do Lar Universitário Rosa Amélia Gomes Bogéa (LURAGB) da Universidade Federal do Maranhão, rememorando a origem social e o trajeto de vida, tanto como moradoras quanto como atrizes sociais e políticas. As atividades buscaram resgatar a memória das moradoras do LURAGB, de suas histórias de vida, através da prática dramática e da improvisação como método de aprendizagem, reafirmando a auto-aceitação no contexto de Casa de Estudante e contribuindo para a construção do auto-conhecimento através da linguagem teatral, sendo este o principal procedimento para a valorização e o respeito entre as mesmas, em face de suas diversidades pessoais, históricas e culturais. A oportunidade da realização das oficinas na Casa de Estudante Feminina, possibilitou experienciar a atividade docente ao entrar em contato com identidades diversas, além de novas visões sobre o teatro nas perspectivas de alunas de curso como Geografia, História, Pedagogia, Biblioteconomia, Jornalismo, Artes Plásticas e Economia.

METODOLOGIA:
A realização das oficinas se deu no Lar Universitário, sendo desenvolvido um trabalho pautado na linguagem dos jogos teatrais, contando ainda com recursos áudios-visuais, fotográficos, acervo pessoal (cartas, comprovantes, agendas, etc.) e até mesmo o universo imaginário e criador possibilitando uma nova forma de fazer e contar história. Dessa forma, elaboramos um jogo de amarelinha (baseado no jogo de amarelinha tradicional), onde foi incitada a descoberta do outro e um reencontro consigo mesmo. A essa proposta se incluiu o espaço como agente modificador da realidade e captamos dele tudo aquilo que nele interfere e como interfere na vida das participantes. Usufruiu-se dos jogos teatrais, dessa vez com ênfase no espaço e em sua percepção. A avaliação se pautou em diários de bordo e em protocolos, ao quais foram socializados durante os encontros – ao final de cada encontro abria-se para uma breve conversa sobre as atividades do dia e sobre as imagens da oficina, e ainda uma avaliação do ver e ser visto. Por fim, fez-se uma avaliação geral de todo o projeto com os coordenadores, as participantes e o professor orientador.

RESULTADOS:
O Projeto Meu Lar de Imagens teve como principal objeto de estudo o resgate da memória, a partir das experiências de vida das moradoras da casa de estudante, buscando na memória uma prática urgente de aceitação e valorização das origens no espaço coletivo composto pelas moradoras. Para tanto, fez-se uso do sistema de Jogos Teatrais e Improvisacionais propostos por Viola Spolin, Ingrid Dormien Koudela e Beatriz Cabral, alcançando um melhor desenvolvimento das jogadoras no processo, além de viabilizar a prática dramática. Desde sua concepção, o projeto trouxe em seu conteúdo além dos demais, outro objetivo fundamental, que foi a explanação do processo chave (amarelinha) e apresentação da parte áudio-visual, este apresentando o processo de execução da amarelinha como um todo, relatos pessoais, e de vivência na sua atual residência, sendo este um memorial vivo das participantes que se configura em seus depoimentos, a trajetória de cada uma até a casa.

CONCLUSÕES:
Baseando-se no contexto de Casa de Estudante, onde histórias de vida se diversificam e ao mesmo tempo se confrontam, tem-se a necessidade de resgatar a origem social das agentes envolvidas, tanto quanto sua identidade pessoal, o que proporciona um novo discurso entre as relações de convivência. A oportunidade da realização do trabalho foi viabilizada pela necessidade do tema e, sobretudo do campo de trabalho escolhido. As oficinas não conseguiram abranger todas as moradoras, devido a interesses particulares, no entanto, obteve-se a aproximação e cumplicidade das participantes através dos relatos de histórias de vida e do conhecimento das origens de cada uma possibilitado pelo jogo da amarelinha, Diário de Bordo e protocolos, além de extenso documento áudio-visual das atividades realizadas, dos jogos e depoimentos pessoais, tendo-os como registro de memória das moradoras e da residência estudantil. Por fim, contribuir de maneira significativa para uma relação de respeito e aceitação das diferenças. Não obstante, restituí-las no contexto político e social de casa de estudante.



Palavras-chave:  Memória, Jogos Teatrais, Improvisação

E-mail para contato: arcanjo158@hotmail.com