60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA DOENÇA CONSTRUÍDAS POR IDOSOS DOENTES CRÔNICOS (HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA)

Priscila Magalhães Barros1
Suerde Miranda de Oliveira Brito2
Maria do Carmo Eulálio3

1. Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Profa. Dra. / Orientadora - Depto de Psicologia - UEPB
3. Profa. Dra. / Co-orientadora - Depto de Psicologia - UEPB


INTRODUÇÃO:
A cidade de Campina Grande possui 355.331 habitantes e destes, 32.958 (9,8%) possuem idade igual ou superior a 60 anos. Percebe-se um número elevado de idosos e com tendência a aumentar como a tendência mundial, portanto, faz-se necessário estudos que ajudem a compreender mais essa faixa-etária, principalmente os que já possuem limites como é o caso dos idosos portadores de doenças crônicas. Entendemos que estudar os sentimentos correlacionados a doença crônica pode ser um fator de melhor lidar com essa população, já que pode vislumbrar alguns pontos que poderão ser mais bem trabalhados visando um bem estar, conseqüentemente, um melhor enfrentamento da doença. Esta pesquisa constitui um desmembramento de uma pesquisa maior aprovada no Edital MS/CNPq/FAPESQ, intitulada “Avaliação da qualidade de vida de idosos usuários dos SUS e portadores de doenças crônicas: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)” e que está sendo realizada por uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar. O objetivo foi apreender e analisar os significados das Representações Sociais construídas por estes idosos, usuários dos SUS e portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

METODOLOGIA:
O estudo foi de tipo transversal e descritivo, com abordagem de pesquisa quanti-qualitativa. A amostra foi composta por 20 pessoas com idade a partir de 60 anos, portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), de ambos os sexos e usuários do SUS. Utilizamos como instrumento de coleta de dados o Teste de Associação Livre de Palavras, o questionário sócio-demográfico e a entrevista semi-diretiva. Foram aplicados nos próprios domicílios dos idosos cadastrados e atendidos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona rural, o distrito de São José da Mata, pertencente ao município de Campina Grande – Paraíba, na Clinica Escola da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, que atende idosos portadores de DPOC. Para a análise dos discursos dos participantes foi utilizada a análise de conteúdo categorial temática e para os dados objetivos, recorreu-se à estatística descritiva. A escolha da amostra foi não-probabilística e o critério de abordagem aos sujeitos aconteceu por acessibilidade e aceitabilidade. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética respeitando a Resolução N° 196, de 10 de outubro de 1996.

RESULTADOS:
É interessante destacar que a grande maioria dos idosos participantes da pesquisa (70%) afirma ser casada. Esse fato pode estar relacionado à incapacidade imposta pela doença e a necessidade de uma pessoa que assuma a função de cuidadora. Podemos constatar que exercem muitas vezes a funções de “cuidador” e, simultaneamente, recebem cuidados, já que tantos 55% vivem apenas com o cônjuge. Pode-se observar que a maior parcela das evocações associadas à doença que portam (30,9%) relaciona-se com os aspectos negativos referentes à doença. Encontramos em comum no relato desses idosos, a queixa compartilhada dos impedimentos impostos pela doença. Os hipertensos queixam-se mais fortemente das limitações alimentares que se submetem (46,15%), enquanto que os doentes pulmonares pronunciam sentimentos de invalidez (71,42%) relacionados às limitações para realizar atividades simples do cotidiano. Devido ao caráter crônico-agudo da DPOC, encontramos com maior ênfase a idéia de “medo” (proveniente da própria falta de ar sintomatológica da doença).

CONCLUSÕES:
É interessante destacar que a grande maioria dos idosos participantes da pesquisa (70%) afirma ser casada. Esse fato pode estar relacionado à incapacidade imposta pela doença e a necessidade de uma pessoa que assuma a função de cuidadora. Podemos constatar que exercem muitas vezes a funções de “cuidador” e, simultaneamente, recebem cuidados, já que tantos 55% vivem apenas com o cônjuge. Pode-se observar que a maior parcela das evocações associadas à doença que portam (30,9%) relaciona-se com os aspectos negativos referentes à doença. Encontramos em comum no relato desses idosos, a queixa compartilhada dos impedimentos impostos pela doença. Os hipertensos queixam-se mais fortemente das limitações alimentares que se submetem (46,15%), enquanto que os doentes pulmonares pronunciam sentimentos de invalidez (71,42%) relacionados às limitações para realizar atividades simples do cotidiano. Devido ao caráter crônico-agudo da DPOC, encontramos com maior ênfase a idéia de “medo” (proveniente da própria falta de ar sintomatológica da doença).

Instituição de fomento: PIBIC - CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  representações sociais, idosos, doenças crônicas

E-mail para contato: pri_x@hotmail.com