60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 65. Comunicação e Educação

BIOTECNOLOGIAS ESPALHADAS PELA INTERNET-RUA

Wenceslao Machado de Oliveira Júnior1
Susana Oliveira Dias2
Germana Barata2
Gustavo Torrezan3
André Malavazzi3
Glauco Roberto Silva4

1. Prof. Dr. Faculdade de Educação (FE/Unicamp)
2. Pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp)
3. Estagiário do Labjor/FE/Unicamp
4. Bolsista SAE da FE/Unicamp


INTRODUÇÃO:
Biotecnologias de Rua. Trata-se de um projeto que se propôs a explorar as potencialidades de múltiplas linguagens na criação de artefatos de divulgação das biotecnologias: mostras de cinema; vídeos; camisetas e folders; exposição; publicação de revista; encenações teatrais, instalações e homepage. O movimento de criar os artefatos resulta de pesquisas que passeiam tanto pela produção no campo das biotecnologias, quanto nas produções culturais as mais diversas – cinema, teatro, TV, rádio, literatura, pintura, fotografia e multimídias – com a intenção de potencializar as interações entre comunicação, educação e biotecnologias na interface entre ciências e artes. Neste pôster escolhemos a homepage, que está em desenvolvimento e estará no ar em maio de 2008, como deflagradora de formas de pensar um duplo movimento que o projeto busca fazer: levar as biotecnologias para as ruas e trazer as ruas para as biotecnologias. A pesquisa caminha em duas direções, ao mesmo tempo, na criação de conceitos e estéticas que atravessam uma página na internet que quer trazer à tona ritmos, cores, sons, textos e texturas das “biotecnologias de rua” e no pensar os efeitos desses artefatos junto ao público, numa percepção pública “de rua” das ciências.

METODOLOGIA:
A proposta original da homepage focalizava especialmente a divulgação de informações sobre as biotecnologias. No movimento de pesquisa das linguagens e potencialidades da Internet, bem como nas deformações que as biotecnologias sofrem na passagem dos laboratórios para outros espaços de produção cultural, a homepage ganhou novas dimensões. Tornou-se um espaço de criação de conhecimentos, de pesquisa, de interação com um público que é convidado a criar, a interagir, sendo a “comunicação científica” e a “educação científica” efeitos dessas escolhas, e não mais princípios que orientam a criação da homepage. A idéia é que a homepage capte uma ambiência de rua, com possibilidades de se constituir como rua e interagir com um público de internet-rua. As biotecnologias, nesse movimento, emergem mergulhadas em, e encharcadas de, cultura, política e ética.

RESULTADOS:
A homepage transformou-se num portal que congregará vários blogs. Na página inicial as linhas da cidade remetem a tessitura dos mapas e fotos aéreas do centro da cidade de Campinas (SP). Ao percorrer a tela esses traçados expandem, desmoronam, desabam, e abrem-se em imagens que remetem aos tecidos biológicos-culturais e levam aos ambientes. No total são 12 ambientes que exploram aspectos diversos das “biotecnologias de rua” e têm características estéticas próprias: muro de pixações (onde os usuários podem desenhar/criar imagens a partir do grande tema das biotecnologias e as imagens serão gravadas e podem ser acessadas feito um portfólio de imagens); pet shop; zoológico; supermercado; calçadão; salão de beleza; cinema; consultório médico; boteco; museu; terminal de ônibus; e uma rua (com informações do projeto).

CONCLUSÕES:
Pensar numa internet-biotecnologias-rua passa por uma aposta no que acontece com as biotecnologias nas passagens para outros espaços-tempos. Essa aposta tem resultado em pelo menos dois movimentos distintos na composição de uma ambiência de rua na homepage: a criação de ambiências que trazem à memória do usuário a imagem dos lugares enquanto espaços de criação de falas acerca do mundo e, ao mesmo tempo, indícios de como a biotecnologia circula/opera por ali, tanto como discursos quanto em suas muitas outras “materialidades” (objetos, processos, gestos, cuidados, ritmos, etc); mas também numa na criação de ambiências que pescam, entre objetos e discursos, um perfume, algo que exala dos lugares, e que pode movimentar pensamentos e produções com as biotecnologias e suas formas (conteúdos e expressões) de intervir na vida.

Instituição de fomento: CNPq sob o no. de processo 553572/2006-7, edital MCT/CNPq n. 12/2006 – Difusão e Popularização da C&T. Coord. Prof. Dr. Carlos Alberto Vogt.



Palavras-chave:  comunicação científica, biotecnologias, internet

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