60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismos

ATIVIDADE β-GLICOSIDASE DO FUNGO AMAZÔNICO PYCNOPORUS SANGUINEUS (L.F.) MURR

Cynara da Cruz Carmo1
Ademir Castro e Silva2
Jucileuza Conceição dos Santos3
Maria Dolores Pinheiro Fonseca3
Andrey Azedo Damasceno4

1. Aluna Doutorado - Universidade Federal do Amazonas
2. Prof. Dr. Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais - Orientador
3. Aluna Mestrado - Universidade do Estado do Amazonas
4. Aluno Graduação - Universidade do Estado do Amazonas


INTRODUÇÃO:
A biodiversidade amazônica se conta em termos sempre superlativos em números de plantas, peixes, aves, mamíferos, animais marinhos e insetos, sem contar os microorganismos que são milhões de espécies. As enzimas de natureza hidrolíticas como celulases, xilanases e glicosidases e/ou outros agentes não enzimáticos produzidos por fungos que degradam a madeira, apresentam um enorme potencial biotecnológico. Apesar de freqüentemente degradarem a madeira, os fungos apresentam grande versatilidade com relação aos substratos a serem degradados, podendo ser utilizados nas mais diversas áreas de biorremediação, desde que são capazes de degradar hidrocarbonetos aromáticos, compostos bifenílicos, produtos originados em indústria têxtil, papel e celulose. (PUTZKE, 2002; AUST,1990; BARR, 1994). Com o intuito de investigar o potencial hidrolítico do fungo amazônico degradador de madeira, Pycnoporus sanguineus(L.:F.) Murr, foi realizada a atividade enzimática ß-glicosidase, sob a condição estacionária e sob agitação a 180 rpm.

METODOLOGIA:
Foram utilizadas amostras do fungo Pycnoporus sanguineus, obtidas a partir de linhagens que encontram-se armazenadas em meio Sabouraud no Laboratório de Microbiologia da ESS/UEA (Escola Superior de Saúde/Universidade do Estado do Amazonas). O estudo foi desenvolvido nos laboratórios de Microbiologia da Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Foi utilizada a metodologia proposta por Tan et al.,(1987), que utiliza p-nitrofenil-β-D-Glicosideo (pNPG) como substrato para a atividade β-Glicosidase. Para determinação da atividade enzimática 0,1 mL de caldo filtrado e 0,4 mL de uma solução 0,2% (p/v) de pNPG, em 50 mM de tampão acetato de sódio (pH 4,8), foram incubados a 50º C durante 30 minutos. Após incubação, a reação foi interrompida pela adição de 1,0 mL de uma solução 10% (p/v) de bicarbonato de sódio. O p-nitrofenil liberado foi medido por absorbância em 410 nm, e comparado com curva padrão de glicose.

RESULTADOS:
A β-glicosidase, uma enzima produzida em quantidades elevadas pela maioria dos fungos celulolíticos (Woodwar & Wiseman, 1982), esteve presente em maior quantidade na condição sob agitação. Ressalta-se, entretanto, que na condição estacionária e presença de glicose no meio de cultura, essa atividade enzimática alcançou patamar similar dessa enzima evidenciando o possível uso da glicose na atividade da β-glicosidase.

CONCLUSÕES:
Portanto, o crescimento sob agitação é onde se obtém a maior atividade β-glicosidase do fungo Pycnoporus sanguineus. Os resultados obtidos confirmam a hipótese de que o fungo testado apresenta potencial hidrolítico. Face ainda aos resultados obtidos podemos acrescentar a necessidade de novos estudos no que se refere a possíveis indutores para maximização da atividade enzimática que possuem interesse comercial.



Palavras-chave:  Pycnoporus sanguineus, enzimas hidrolíticas, glicosidase

E-mail para contato: cynara_carmo@yahoo.com.br