60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL NUMA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Leticia Maria Pereira Rodrigues Gomes1
Dilana Silva dos Santos1
Gláucia Rodrigues Coelho1
José Leandro Soeiro Braga1
Elen de Fátima Lago Barros Costa1, 2

1. Centro Federal de Educação Tecnólogica do Maranhão
2. Profª.Mcs Elen de Fátima Lago Barros Costa -DHS– CEFET/MA- Orientadora


INTRODUÇÃO:
A discussão atual no que concerne a Educação Especial aponta o paradigma de inclusão como instrumento eficiente para o atendimento dos portadores de necessidades especiais. Esse tem sido, o discurso oficial dos governos, da sociedade civil organizada e dos diretamente envolvidos com essa problemática. Nessa perspectiva, integrar os alunos portadores de necessidades na escola exige um profissional com formação específica que possibilite a compreensão das potencialidades, das limitações e das diferenças dessa clientela. Um profissional apto a propor ações interativas com a comunidade escolar e que viabilize a tão proclamada educação inclusiva. Nesse sentido, este estudo, realizado como atividade de conclusão da disciplina de Educação Especial do CEFET/MA, objetivou analisar como os docentes, têm sido preparados para atender os indivíduos que são portadores de alguma dificuldade no processo ensino-aprendizagem, assim como, conhecer as políticas educacionais implementadas para o atendimento ao aluno especial. A relevância acadêmica e social desse estudo está principalmente no fato de que é necessário abrir sempre mais espaços para discussão de temas que envolvam a garantia de direitos constitucionalmente adquiridos e que ainda não foram materializados pelo poder público.

METODOLOGIA:
Visando melhor compreender o objeto de estudo em questão e no esforço de apropriação teórica desse processo, trabalhou-se numa perspectiva dialética, buscando entender a realidade em sua historicidade e totalidade. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, analisou-se toda a literatura acerca do histórico da Educação Especial no mundo e no Brasil; do paradigma da inclusão escolar para os portadores de necessidades especiais; e da política educacional maranhense para essa modalidade de ensino, assim como, realizou-se uma pesquisa documental acerca dos documentos normativos do governo federal e estadual, principalmente, no que concerne a formação de professores e diretrizes curriculares para essa modalidade de ensino. Na segunda etapa, realizou-se a pesquisa de campo,visitando a Secretaria Municipal de Educação para solicitar a autorização para a realizada pesquisa, em uma escola pública da rede municipal de ensino, CIEP Alberico Chaves em São Luís/MA, onde foram entrevistados 100% dos professores de classes inclusivas, 100% dos alunos portadores de necessidades especiais que se encontravam matriculados nessas salas.

RESULTADOS:
Na escola funcionam os 1º, 2º, 3ºe 4º ciclos do ensino fundamental. Apartir dos questionários aplicados observou-se relevância em alguns aspectos. A princípio direcionado aos alunos: No que diz respeito à metodologia aplicada pelos professores, 75% dos discentes afirmaram que é ruim; a respeito da aprendizagem dos alunos 80% sentem dificuldade. Quanto ao relacionamento aluno especial e aluno “normal” 75% disseram que é ruim (os alunos sentem–se discriminados e já foram agredidos pelos colegas); resultado semelhante aconteceu com relação aos professores, 60% dos alunos responderam que é ruim o relacionamento. Estes alegam que aqueles não lhes prestam assistência necessária. No que concerne os resultados dos docentes, 100% afirmaram que não participaram de formação alguma antes de ministrar aulas em turmas inclusivas. Este resultado levanta discussão, pois segundo as diretrizes voltadas para a educação especial, todo professor deve ter um treinamento antes de assumir salas inclusivas.. Sobre o relacionamento com os alunos especiais foi encontradas contradições na respostas dos professores, quando comparados com as respostas dos alunos incluídos , pois 100% daqueles disseram que boa.

CONCLUSÕES:
Apesar de todo o discurso oficial e das pressões sociais para a efetivação de uma política de inclusão escolar, em particular, dos portadores de necessidades especiais, percebe-se que a sociedade em geral e a comunidade escolar não tem se preparado adequadamente para materializar esse propósito. Os profissionais pesquisados, não foram formados ou capacitados para atender as especificidades e necessidades da clientela da Educação Especial. A política de formação de professores do governo federal e estadual não é eficiente, carecem de criatividade, objetividade e seriedade. Portanto é de primordial importância que se ofereça aos profissionais que trabalham com esse alunado, subsídios que fundamentem a sua prática. Logo é imprescindível um olhar mais comprometido por parte das autoridades competentes. Afinal, inclusão sem condição é exclusão.

Instituição de fomento: Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão -CEFET-MA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Educação Especial., Inclusão Escolar., Formação de Professores

E-mail para contato: pyta12@hotmail.com.