60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física

MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO: UMA ABORADAGEM ALTERNATIVA PARA O ENSINO MÉDIO

Henriette Righi1
Talita Raquel Luz Romero1
Ernest W. Hamburger1, 2

1. Instituto de Física e Estação Ciência da Universidade de São Paulo
2. Prof. Dr.


INTRODUÇÃO:
Esse trabalho objetiva oferecer aos professores de Física (e Ciências) uma alternativa, baseada na metodologia investigativa,para aulas de Termodinâmica no Ensino Médio. As duas atividades desta seqüência didática sobre calor latente, foram propostas pelo projeto ABC na Educação Científica - Mão na Massa da Estação Ciência, destinado para o ensino fundamental e adaptadas pela professora para atender as necessidades de sua turma, composta por 25 alunos do 2º ano do Ensino Médio. São estruturadas em cinco momentos: (i) situação problema; (ii) planejamento e elaboração de hipóteses; (iii) “experimentação em pequenos grupos”; (iv) discussão coletiva, e; (v) registro (FALCONI, S., ATHAYDE, B., MOZENA, E., 2007). O aluno aprende ao envolver-se progressivamente com as manifestações dos fenômenos naturais, fazendo levantamento de hipóteses, experimentando, errando, interagindo com os colegas e com o professor, expondo seus pontos de vista, suas suposições e confrontando-as com a dos outros para, através de resultados experimentais, testar sua validade.

METODOLOGIA:
Com relação às atividades destaca-se: (1)A problematização da situação tem o intuito de despertar o interesse dos alunos: O que acontece com um pedaço de gelo retirado do refrigerador e colocado à temperatura ambiente? Medindo a temperatura deste pedaço de gelo por algum tempo, o que esperamos que aconteça? Se continuarmos a medir a temperatura até que todo o gelo se derreta, o que ocorrerá? Este momento gerou muita discussão, foi realizado em grupos e também com a sala toda, sempre mediado pelo professor, para garantir que as hipóteses fossem justificadas, buscando as concepções dos alunos sobre o assunto. Uma vez estimulados, estabeleceu-se um acordo coletivo de como proceder para verificar a temperatura do gelo ao derreter. Todo o processo foi acompanhado de registro individual. (2)A 2ª atividade consistiu na procura da melhor maneira de apresentar os dados, com objetivo de destacar semelhanças e particularidades. Os alunos perceberam a importância do uso de gráficos e iniciou-se um estudo sobre a melhor maneira de construí-los. Quais devem ser os eixos? Como tratar os dados? E o que dizer da escala? Da reta média? Das possíveis análises? Estas e outras questões permitiram ao professor perceber as dificuldades e necessidade dos alunos para interpretar e construir gráficos.

RESULTADOS:
Com relação às atividades podemos destacar: (1) Ao final da atividade experimental os grupos elaboraram a 1ª conclusão e confeccionaram cartazes para apresentar os dados obtidos uns aos outros. Então, retomou-se a situação problema e os registros dos alunos com objetivo de incentivar uma discussão “mais próxima das noções científicas” e de construir uma primeira síntese coletiva. Por fim, desenvolveram o registro final em grupo, sendo incentivados a procurar diferentes formas de expor seus dados e conclusões, o mais detalhado possível. (2) Os dados foram distribuídos e trabalhados pelos grupos, resultando no final em um acordo coletivo. O resultado final deste momento foi apresentado, discutido e comparado atentamente com a primeira conclusão elaborada. Só após estes passos, os alunos puderam recorrer ao livro didático, com a finalidade de reformular, ou não, a síntese que elaboraram individualmente.

CONCLUSÕES:
Durante as atividades a discussão em grupo e coletiva foi fundamental, pois os alunos expressaram suas dúvidas, dificuldades e idéias prévias, como por exemplo, a confusão existente entre os conceitos de calor e temperatura. O registro individual permitiu que as idéias fossem retomadas e reformuladas adequadamente em busca da construção de um conhecimento que imprima significado aos alunos. A aplicação desta metodologia favoreceu a reflexão por parte dos alunos e uma maior interação professor/aluno. Assim como ao se trabalhar com o “erro” e a necessidade de reformular muitas vezes uma visão inicial de um determinado assunto, permite que o aluno perceba que o “conhecimento científico” está em constante construção.

Instituição de fomento: Projeto Mão na Massa pólo Estação Ciência, Colégio Eco

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Termodinâmica, Atividade investigativa, Fusão do gelo

E-mail para contato: henrighi@yahoo.com.br