60ª Reunião Anual da SBPC




H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 9. Artes

ARTES APLICADAS E DESIGN CONTEMPORÂNEO EM UBERABA (MG)

FRANCIANE RESENDE BORGES3
ADRIANA CAPRETZ BORGES DA SILVA MANHAS2

2. Profa. Dra. Depto. Arquit. e Urban. UNIUBE (Universidade de Uberaba) - Orient.
3. UNIUBE - Universidade de Uberaba (MG) - Departam. de Arquitetura e Urbanismo.


INTRODUÇÃO:
O trabalho “Artes Aplicadas e Design Contemporâneo em Uberaba (MG)” apresenta a catalogação e estudo das artes aplicadas produzidas a partir da década de 1980 na cidade de Uberaba (MG) desde design de jóias, roupas, sapatos, mobiliário, adornos e também o design de interiores. Justifica-se por ser uma produção respeitada e de alcance internacional, mas que não é divulgada no âmbito nacional, que emprega tecnologia avançada em sua manufatura e também considera a questão ambiental nas criações, a partir do uso de materiais alternativos e reciclados como plásticos, tecidos e vidros diversos, madeira reflorestada e sucata. Entende-se por “arte aplicada” a criação artística de objetos de uso cotidiano, diferente da chamada “arte pura”, criada com única intenção de ser apreciada, seja por meio de um quadro, uma escultura ou uma música. A partir do estudo de grandes nomes do design nacional que surgiram em Uberaba será mostrado o diferencial que o Estado de Minas Gerais apresenta em relação ao restante do país, traduzido em desenhos alegres, coloridos e inovadores, com emprego de alta tecnologia e atento às questões atuais relacionadas ao “desenho universal”, ergonomia e renovação ambiental.

METODOLOGIA:
O trabalho teve início com o levantamento bibliográfico sobre as artes aplicadas no Brasil e em Minas Gerais, chegando até Uberaba, a fim de entender as características comuns e específicas às mesmas, relacionando esta produção como reflexo de um conjunto de condições socioeconômicas, culturais e geográficas, com ênfase aos usos e costumes das casas brasileiras e da sociedade mineira. Entretanto, por se tratar de um estudo inédito, sua maior parte será empírica, e vem acontecendo com a pesquisa de campo por museus e acervos culturais da cidade, ateliês de artistas, fábricas diversas, escritórios de designers, feiras de artesanato locais, buscando recolher obras, projetos e informações relevantes, bem como fotos antigas, artigos de jornais e revistas, que contenham informações sobre as artes aplicadas produzidas na cidade, abrangendo desde o design de mobiliário, jóias, vestuário, até o artesanato decorativo local. A quantidade de artistas e designers a serem estudados ainda não é definida, uma vez que faz parte do estudo descobri-los na cidade.

RESULTADOS:
O “design” é o que torna um objeto ou um ambiente desejável ou funcional. Teve origem das “artes aplicadas”, surgidas a partir da necessidade de solução da crise na arte gerada pela sociedade industrial, que começou a repetir os objetos antes produzidos por artesãos, a gosto do usuário, geralmente seguindo tendências lançadas por nobres, mas ainda sem a preocupação com a funcionalidade ou com a inovação. Este foi aprimorado na Bauhaus, primeira escola do século XX que se propôs a unir a arte e a criação ao processo industrial. No Brasil, o design teve início com as primeiras criações em mobiliário feitas pelos arquitetos modernos na década de 1940. A década de 1970 e 1980 foi marcada pelo início da alta-costura no Brasil, com destaque para o estilista Marcos Vinícius Resende Gonçalves, o Markito, natural de Uberaba, ao lado de pioneiros como Zuzu Angel e Denner Pamplona. O trabalho também abrange as peças premiadas das designers de jóias da FR Hueb, Gláucia Silveira e Vânia Siqueira, a produção totalmente informatizada do Mobilifício Zago, além de diversas criações em design de interiores.

CONCLUSÕES:
Foi somente na década de 1990 que o design brasileiro teve sua inserção no tecido econômico nacional, através do Programa Brasileiro de Design, lançado em 1995 pelo Governo Federal. No ano seguinte, foi lançado pelo Governo do Estado de Minas Gerais o “Minas Design”, estruturado à semelhança do modelo nacional. Entretanto, as iniciativas estão muito mais direcionadas à produção do Estado localizada na região da capital, sendo que o Triângulo Mineiro, pólo moveleiro e joalheiro tão rico em criatividade e inovação, acaba por não ter sua produção reconhecida. Além de técnicas, materiais e procedimentos de última geração empregados, por exemplo, na fabricação de móveis (como o Mobilifício Zago, que exporta até para os Emirados Árabes) ou de jóias (como a FR Hueb), o design mineiro de Uberaba vem se preocupando com a questão ambiental, ao empregar materiais alternativos ou recicláveis em suas criações. O presente trabalho mostra esta produção de abrangência internacional e ao mesmo tempo desconhecida nacionalmente, contribuindo para a divulgação do patrimônio cultural de Uberaba.

Instituição de fomento: FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Artes aplicadas, Design, Uberaba

E-mail para contato: franciane.resende@gmail.com