60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 2. Currículo

IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL E FORMAÇÃO DOCENTE.

ARLETE PEREIRA MOURA.2
GLAUCIENE BARBOSA DE NEGREIROS.3

2. (1) Profª. Drª. Orientadora, Universidade Estadual da Paraíba (DE/UEPB)
3. 2) Bolsista PIBIC/UEPB/CNPq. Departamento de Educação/UEPB


INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa analisa a relação entre os processos de formação e a escolha do curso através do processo de identidade profissional. Sabemos que a formação de docentes, realizada através dos Cursos de Pedagogia, tradicionalmente, prioriza o conhecimento universal a ser transmitido e deixa à margem o sujeito em formação e a sua história pessoal. Essa tradição remonta a uma determinada concepção de educação vinculada à epistemologia da neutralidade, que confere cientificidade ao conhecimento à medida que o mantém, cada vez mais, distanciado da realidade. O conhecimento objetivado torna-se idealista e as pessoas coisificadas. Estas são destituídas de sua subjetividade e de suas necessidades materiais. Neste caso procuramos mapear aspectos da formação que possibilitam a inter-relação entre racionalidade/ subjetividade e a articulação destes à profissionalização docente.

METODOLOGIA:
Essa é uma pesquisa sócio-histórica, que vincula biografias de alunas a processos de formação por elas vivenciados. O significado do texto foi produzido no confronto com o contexto, de modo que, o/a pesquisado/a pode desvelar aspectos de sua subjetividade no processo de formação desenvolvido no espaço da convivência acadêmica. A pesquisa foi desenvolvida com 12 (doze) alunas do curso de pedagogia, turno noturno, habilitação educação infantil. As informações foram coletadas, através de entrevistas semi-estruturadas, os dados foram analisados, a partir das narrativas obtidas, e interpretados, à luz das abordagens teóricas sistematizadas. Para tanto, foram utilizados como pressupostos teóricos, Silva, Enguita, Young, Santomé e Hall, para fundamentar o estudo, e as reflexões empreendidas na área da profissionalização docente, identidade e currículo.

RESULTADOS:
Os resultados obtidos indicam os seguintes dados: 91,6% das entrevistadas revelam que a profissão professor é uma ocupação para o outro, ou seja, o curso de pedagogia serve para formar, educar pessoas, 8,3% revelam que o curso prepara para formar outros profissionais. Quanto às disciplinas, que contribuíram para a formação profissional, 50% indicaram disciplinas, onde as mesmas contribuíram para a formação intelectual, 33,2% não indicaram nenhuma disciplina, e 16,6% citaram disciplinas, mas estas contribuíram de uma forma instrumental, para a prática em sala de aula. Sobre o que aprenderam no curso a respeito da profissionalização do magistério, 16,6% indicam que o curso ensinou apenas deveres. 16,6% relatam que o curso ensina que deve ter formação continuada, 66,6% ensinam deveres e deixam a desejar, quanto os direitos.

CONCLUSÕES:
Logo, podemos concluir que a identificação individual e formação docente é um processo onde o currículo é determinante. Todavia, os currículos formalizam-se em torno de um perfil profissional, centram-se em conteúdos e em técnicas de ensino. Dessa forma analisa-se que o currículo escrito, proposto no projeto político pedagógico da Universidade é controverso segundo a maioria das entrevistadas, o currículo de fato é falho e os conteúdos assim como as práticas curriculares aplicados no processo de formação inicial muitas vezes não contemplam aspectos da subjetividade das mesmas, como também a valorização do magistério, previsto no documento da ANFOPE, como também na lei 9394/96, proposto em seu artigo sobre profissionais de educação. Deste modo percebe-se que o currículo da Universidade privilegia a racionalidade instrumental, e deixam à margem a subjetividade e a identidade individual da formanda.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Formação., profissionalização., magistério.

E-mail para contato: glaunegreiros@hotmail.com