60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: A ADESÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

LARISSA OLIVEIRA ROCHA1
SERGIANE BISINOTO ALVES1
KARINA SUZUKI2
REGIANE APARECIDA SANTOS SOARES BARRETO3

1. Aluna de Iniciação Científica - Faculdade de Enfermagem - UFG
2. Professora Assistente II - Faculdade de Enfermagem - UFG
3. Professora Assistente II - Faculdade de Enfermagem - UFG - Orientador


INTRODUÇÃO:
Apesar da importância das mãos na cadeia de transmissão das infecções hospitalares (IH) e os efeitos dos procedimentos de higienização na diminuição das taxas de infecção, muitos profissionais têm uma atitude passiva diante do problema, enquanto que os serviços adotam formas pouco originais e criativas para envolver os profissionais em campanhas educativas de higienização das mãos (HM). Como graduanda de enfermagem, em atividades práticas realizadas na Sala de Recuperação Pós-Anestésica – SRPA chamou-nos atenção a pequena freqüência com que a equipe de enfermagem higieniza suas mãos. A ausência deste cuidado pode acarretar aumento do risco de transmissão de microrganismos e, consequentemente, das IH, além da elevação de riscos de colonização ou infecção dos profissionais por microrganismos adquiridos do paciente e exaltar a morbidade, mortalidade e custos à instituição. Sabendo disto e somado à participação no NEPIH – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infecção Hospitalar, estes fatos nos motivaram a investigar esta prática no referido setor. Este estudo objetiva verificar a freqüência e identificar a técnica utilizada para a higienização das mãos entre os profissionais da equipe de enfermagem da SRPA.

METODOLOGIA:
Estudo descritivo quantitativo, realizado de agosto/2006 a julho/2007, em um hospital escola de Goiânia-GO. A população do estudo é composta pela equipe de enfermagem da SRPA e a amostra pelos profissionais escalados no local, durante o período de coleta de dados. Os dados foram obtidos por meio de observação e registrados em dois formulários tipo check list. O Projeto Integrado do qual faz parte este estudo, foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa Humana e Animal, sob o protocolo nº. 017/2005. A coleta de dados transcorreu de outubro-dezembro/2006, nos turnos matutino e vespertino, durante três vezes por semana, em dias e turnos de trabalho intercalados, totalizando 30 horas e 25 minutos. Os dados foram distribuídos em tabelas e analisados por meio de estatística descritiva.

RESULTADOS:
Verificou-se adesão à higienização prévia das mãos de 2,95% dos técnicos de enfermagem e de 15,93% dos enfermeiros. Após a realização de procedimentos, 6,34% dos técnicos de enfermagem e 17,70% dos enfermeiros higienizaram as mãos. Os procedimentos com maior adesão à higienização prévia das mãos foram: desinfecção concorrente, preparo e/ou administração de medicamentos e manutenção de irrigação vesical. Os procedimentos nos quais os profissionais mais higienizaram as mãos após a sua execução, foram: manutenção de irrigação vesical, preparo do leito e preparo e/ou administração de medicamentos. Foram observados 8 sujeitos quanto à técnica recomendada de HM. A retirada de adornos previamente à HM foi realizada por 7 sujeitos. Apenas 1 realizou enxágüe e secagem unidirecionais. O papel-toalha usado para secar as mãos, também deve ser usado para fechar a torneira, impedindo a re-contaminação das mãos, sendo realizado por 6 participantes. Todos ignoraram a fricção das unhas. O dorso das mãos foi friccionado por 7, mas apenas 3 fizeram fricção das falanges distais, polegares e sulcos interdigitais e 5 das falanges mediais. Destaca-se que apenas 1 sujeito friccionou o punho. Com relação ao uso do sabão, foi observado que 5 utilizaram, e 3 executaram a técnica apenas com água.

CONCLUSÕES:
Apesar da simplicidade e grande importância, a HM é e, infelizmente, continuará sendo um desafio dos controladores de infecção, pois nota-se, por meio deste e de outros estudos, que a resistência dos profissionais em realizá-la ainda permanece. Há que se ressaltar que tais resultados devem ser divulgados no cenário da pesquisa como um meio de incentivo à prática da higienização correta das mãos pelos profissionais da unidade, já que a realidade observada mostra uma baixa adesão. Estratégias de intervenção que propiciem o aumento da adesão dos profissionais a esta prática devem ser insistentemente realizadas. É necessário que estes estudos continuem sendo realizados, pois a intenção é contribuir para a melhoria da qualidade de atendimento ao usuário do serviço, reduzindo os índices de infecção, já que a HM com água e sabão é um dos procedimentos mais eficazes na prevenção de infecções hospitalares.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Infecção Hospitalar, Lavagem de mãos, Enfermagem em Pós-Anestésico

E-mail para contato: larisssarocha@yahoo.com.br