60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia

AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DO EXTRATO ETANÓLICO DA CASCA DO CAULE DE LAFOENSIA PACARI ST. HIL (PACARÍ).EM MODELOS DE DOR E INFLAMAÇÃO.

Marcus Vinícius Mariano Nascimento1
Pablinny Moreira Galdino1
Lécia Garcia Matos1
José realino de Paula2
Elson Alves Costa1

1. Laboratorio de Farmacologia de Produtos Naturais DCiF/ICB/UFG.
2. Faculdade de Farmácia/UFG.


INTRODUÇÃO:
O pacari, Lafoensia pacari St. Hil. (Lytharaceae), é encontrado em cerrado ralo, tratando-se de uma planta arbustiva de até 5 m de altura. A casca do caule de pacari (Lafoensia pacari St. Hil.) é utilizada na forma de decocto como cicatrizante. O pó obtido da folha seca é usado durante as refeições e recomendado para gastrite e úlcera. Outra forma de preparo da planta para o uso é a maceração, cujo macerado é utilizado para banhar feridas para cicatrização. O extrato metanólico da casca do caule de Lafoensia pacari, e suas diferentes frações, apresentaram atividade anti-oxidante ao inibir a enzima xantina oxidase, propriedade atribuída ao ácido elágico, presente em grande quantidade nesta espécie. O extrato metanólico da casca de Lafoensia pacari produziu uma melhora no tratamento dos sintomas da dispepsia, no entanto não mostrou efeito antibacteriano sobre a helicobacter pylori (da Mota Menezes e cols., 2006) .Efeito antipirético, além atividade antiinflamatório, visto pelo método de infecção por Toxocara canis (inibindo a produção de interleucina-5) foi demonstrado com o extrato etanólico de Lafoensia pacari, por Rogério e cols. (2003 e 2006).Este trabalho objetivou avaliar as atividades analgésica e antiinflamatória do extrato etanólico da casca do caule de pacarí (EEP).

METODOLOGIA:
O EEP foi obtido por maceração (72h) em etanol (70% v/v, rend16,1%). Foram utilizados camundongos albinos machos Swiss, (25-35g). Avaliação da atividade por contorções abdominais induzidas por Ácido Acético, administrou-se nos animais ácido acético a 1,2 % v/v (10mL/kg), i.p. As contorções abdominais foram contadas durante o período de 30 min. A dor induzida pela formalina, após a injeção intraplantar na pata posterior direita de 20µL de formalina 3% v/v, permitindo avaliar dois tipos de dor, a de origem neurogênica (0-5min), e a de origem inflamatória (15-30min). Os animais foram observados em caixa de acrílico. Avaliação da flexão de cauda permite a avaliar o tempo que o animal leva para retirar a cauda do estímulo térmico doloroso. Avaliação do edema de orelha, animal recebeu 20mL de solução de óleo de cróton (2,5% v/v) em acetona na orelha direita e acetona orelha esquerda. Após 4 horas os animais foram sacrificados e segmentos idênticos foram tomados de ambas as orelhas. Avaliação da peritonite permite avalia a migração leucocitária para a cavidade peritoneal, os animais foram injetados i.p. com 0,25mL de carragenina. Após 4 horas os animais foram sacrificados e coletados o líquido peritonial.

RESULTADOS:
O número de contorções abdominais induzidas por ácido acético no grupo controle foi de 100,00 + 3,12. Os tratamentos com EEP 0,1, 0,3 ou 1,0 g/kg reduziram o número de contorções para 86,30 + 3,56; 55,90 + 4,74 e 42,20 + 3,45 respectivamente. A maior dose do extrato reduziu a dor induzida por formalina na primeira e segunda fase; no grupo pré-tratado com veículo a reatividade de nocicepção na primeira fase foi de 102,3 + 10,8 s. e com EEP foi de 58,8 + 11,8 s. Na segunda fase os animais do grupo controle apresentaram uma reatividade nociceptiva de 239,6 + 29,3 s, o pré-tratamento com EEP reduziu esse tempo para 45 + 16,2 s. Na flexão de cauda, os tratamentos com EEP 0,1, 0,3 ou 1,0 g/kg, não modificaram a reatividade dos animais ao estímulo doloroso. A administração do EEP reduziu o edema de orelha, o grupo controle apresentou edema de 16,8 + 0,61 mg, os grupos tratados com EEP nas doses de 0,1, 0,3 ou 1,0 g/kg apresentaram edema de 11,3 + 0,87; 8,9 + 1,07; 6,7 + 0,75 mg, respectivamente. Na migração de leucócitos totais para a cavidade peritoneal, o grupo controle apresentou migração de 11,5 + 1,3 x 106 leucócitos/mL, enquanto que os grupos tratados com EEP 0,3 ou 1,0 g/kg reduziu para 7,7 + 0,6 x 106 leucócitos/mL e 6,8 + 0,4 x 106 leucócitos/mL respectivamente.

CONCLUSÕES:
Estes resultados demonstram que os princípios ativos presentes na casca do caule de Pacarí, com atividade analgésica foram extraídos com o etanol. Esta atividade envolve mecanismos capazes de reduzir à dor neurogênica, a atividade antiinflamatória referida para esta espécie vegetal pode explicar sua ação analgésica na dor inflamatória, justificando em parte a utilização popular da planta. Com a purificação deste extrato buscaremos identificar os princípios ativos e elucidar os mecanismos de ação envolvidos.

Instituição de fomento: PRPPG/UFG e CNPQ

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Lafoensia pacari, efeito antinociceptivo, efeito antiinflamatório

E-mail para contato: marcuslao04@hotmail.com