60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva

AÇÃO “IN VITRO” DE EXTRATOS ETANÓLICO E HEXÂNICO DA CUTIEIRA (JOANNESIA PRINCEPS) SOBRE AS LARVAS DE TERCEIRO ESTÁDIO DE ESTRONGILÍDEOS DE EQÜINO

Claudia Bezerra da Silva1
Marcus Sandes Pires2
Hélio Fernandes Machado Júnior3
Márcia Cristina Campos de Oliveira4
Argemiro Sanavria5

1. Bolsista de IC/CNPq/UFRuralRJ, Discente do curso de Medicina Veterinária
2. Acadêmico de Pós-graduação/UFRuralRJ, Mestrando em Ciências Veterinárias
3. Professor Associado I- Instituto de Tecnologia da UFRuralRJ
4. Professora Adjunta I/ ICE/ Departamento de Química
5. Professor Associado I- Instituto de Veterinária / DESP - UFRuralRJ - Orientador


INTRODUÇÃO:
Os helmintos do gênero Strongylus sp são parasitas naturais dos eqüinos, que promovem elevados problemas e resultam em queda de desempenho dos animais acometidos. O controle das helmintoses em eqüinos baseia-se na utilização de produtos químicos convencionais. O uso indiscriminado destes anti-helmínticos promove o aparecimento de resistência, gerando a necessidade de produtos alternativos e de baixo custo (ROIER et al, 2004). A árvore Joannesia princeps, conhecida popularmente como Cutieira, é amplamente distribuída no Brasil (LORENZI, 2002). As sementes desta planta pesam em média seis gramas e contém de trinta e sete à cinqüenta e cinco por cento de um óleo (MORS & RIZZINI, 1966) de aspecto amarelo-claro, transparente, secativo e inodoro MANIERI & CHIMELO, 1989; ALMEIDA et al., 2000). Possuem uma atividade laxativa, e a partir do embrião da semente, pode ser obtido um anti-helmíntico (FREIRE, 1963). O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito in vitro de diferentes extratos da semente de Cutieira (Joannesia princeps) sobre larvas de terceiro estágio de Strongylus sp de eqüinos.

METODOLOGIA:
A partir de fezes coletadas diretamente da ampola retal de três eqüinos, realizou-se a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) através da técnica de GORDON e WHITLOCK modificada (WHITLOCK, 1948), verificando-se média de 1000 OPG. As fezes foram homogeneizadas, sendo separados 200g e desse material formaram-se seis grupos de coprocultura contendo 20g de fezes cada. Nestes grupos foram utilizados três tratamentos, dois extratos etanólico e hexânico da semente de J. princeps, ambos com duas concentrações de 0,5 ml e 1,0 ml por 20g de fezes, e um com água destilada na mesma concentração. Durante sete dias, as amostras foram mantidas à 27ºC em B.O.D. As larvas infectantes foram recuperadas em 10ml de água destilada e o numero foi quantificado e identificado em 0,05ml. Os dados foram avaliados através de uma analise descritiva com 95% de confiança das médias encontradas na contagem das larvas infectantes.

RESULTADOS:
Observou-se uma redução no número de larvas infectantes de Strongylus sp. nas coproculturas tratadas com os extratos obtidos a partir da semente de J. princeps, quando comparadas ao grupo controle que recebeu somente água destilada (Tabela 1). Em relação à utilização de plantas medicinais, AMORIM et al. (1998), destaca a ação anti-helmíntica de erva de santa-maria (Chenopodium ambrosioides) na forma de infuso sobre larvas de estrongilídeos de primeiro e terceiro instar em eqüinos. Da mesma forma, destaca-se a utilização de melão de são-caetano sobre verminoses, ação anti-térmica e anti-inflamatória (CRUZ, 1985). Quanto aos extratos vegetais (Neen, Erva de Santa-Maria, Hortelã, Melão de São Caetano) com ação anti-helmíntica em formas larvares de nematóides de caprinos observaram-se resultados satisfatórios apenas para erva de santa-maria (CASTRO et al., 2003). Contudo, mais estudos na busca de princípios ativos de plantas com atividades farmacológicas de interesse veterinário devem ser realizados no intuito de minimizar os gastos dos proprietários rurais.

CONCLUSÕES:
Todos os extratos de J. princeps testados foram efetivos na redução do número de larvas infectantes de terceiro instar de Strongylus sp quando comparados ao grupo controle. O tratamento das fezes com extrato Etanólico na dose de 1ml em 20g de fezes foi mais efetivo na redução das larvas quando comparado aos demais grupos tratados. Novos estudos com ensaios in vivo estão sendo realizados para se efetivar a hipótese da J. princeps atuar fitoterapicamente no controle das helmintoses.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  fitoterápico, anti-helmíntico, Helmintose equina

E-mail para contato: dinha_medvet@ig.com.br