60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

BUSCA DE SUBSTÂNCIAS CITOTÓXICAS A PARTIR DE ESPÉCIES VEGETAIS DA REGIÃO DE JEQUIÉ-BA

Luciana Couto Alves1
Eleane Monaliza de Cerqueira de Souza2
Edilma Guadalupe de Macêdo3
Vanderlúcia Fonseca de Paula4
Suzimone de Jesus Corrêia5

1. Aluna de Iniciação Científica, Departamento de Química e Exatas/UESB
2. Aluna de Iniciação Científica, Departamento de Química e Exatas/UESB
3. Pesquisador, Departamento de Ciências Biológicas/UESB
4. Professor orientador, Departamento de Química e Exatas/UESB
5. Professor orientador, Departamento de Química e Exatas/UESB


INTRODUÇÃO:
As plantas medicinais, por muitos anos, representaram a única fonte terapêutica para o homem. A partir do século XX, houve um avanço notável em estudos na área da química de produtos naturais em busca de substâncias ativas para diversas enfermidades tendo como objetivo o desenvolvimento de novos fármacos[3]. A investigação de compostos ativos pode ser feita adotando diferentes critérios de seleção do material vegetal, dentre eles destacam-se aquelas com base em conhecimento etnofarmacológicos e/ou quimiotaxonômico além da coleta aleatória que pode estar aliada a screening biológico. O ensaio de letalidade frente Artemia salina foi escolhido para triagem dos extratos e frações por ser de baixo custo, fácil execução, seguro e que além de ser útil na verificação da toxicidade de extratos, frações e substância de diferentes origens. Além disso, em trabalho de Anderson e colaboradores (1991) ficou demonstrada a eficiência do teste de letalidade como um ensaio de triagem para substâncias antitumorais.

METODOLOGIA:
Foram realizadas coletas dos materiais vegetais na localidade de Brejo Novo - Jequié nos meses de julho e agosto de 2006. As dezoito espécies foram catalogadas, identificadas e as exsicatas dos espécimens encontram-se depositadas no Hebário da UESB. Os diferentes órgãos das espécies coletadas foram secos, posteriormente triturados, pesados e submetido à maceração com hexano, metanol/etanol produzindo num total de 115 extratos orgânicos. Para os ensaios com A. salina Leach foram empregadas água do mar artificial preparadas segundo instruções do fabricante. Esta solução foi usada para eclosão dos ovos, no qual foram incubados por 48 horas em temperatura ambiente em um aquário. Foram preparadas amostras de 1000, 500, 200, 100 e 10 ppm. O teste de letalidade consiste em expor as larvas do microcrustáceo marinho em meio salino aos extratos orgânicos da espécie vegetal sob investigação. Dez larvas de A. salina Leach foram transferidas para frasco de 10 ml incolores contendo o extrato. Os testes foram realizados em triplicata. A contagem dos organismos mortos e vivos foram realizada após 24 H A mortalidade foi corrigida empregando-se a fórmula de Abbott: MC = [MTe (%)-MTbr (%)/100-MTbr (%)] 100, onde MC=mortalidade corrigida; MTbr = mortalidade do controle (branco).

RESULTADOS:
Os laboratórios de fitoquímica normalmente não estão preparados para a realização de ensaios biológicos elaborados. O ensaio da letalidade de organismos simples, como o microcrustáceo marinho A. salina, possibilita a avaliação da toxicidade geral e é considerado um bioensaio preliminar no estudo de extratos e metabólitos especiais com potencial atividade biológica. O referido teste está baseado na habilidade para matar naufius de A. salina cultivadas em laboratório. O ensaio é considerado uma ferramenta útil para atribuição preliminar de toxicidade e tem sido útil na detecção de toxinas, toxicidade de extratos de plantas, metais pesados, pesticidas etc. Dentre os extratos avaliados, seis apresentaram melhores resultados em atividade nas concentrações testadas sendo os espécimens Maytenus distichopylla (etanólico - casca do caule),Astronium concinnum (metanólico–folha), Maytenus distichopylla (etanólico–folha), Symplocos nitens(metanólico – casca do caule), Xylosma Sp1 (etanólico–caule), Zollermia illicifolia (etanólico–caule), respectivamente, 53%, 50%, 46%, 43%, 33%, 26%, na conc. de 1000 ppm. Alguns não foram citados devido apresentarem atividade menor que 25%.

CONCLUSÕES:
Pela análise dos dados de letalidade frente A. salina foram identificadas duas espécies potencialmente promissoras na busca por substâncias antitumorais. Esse trabalho permitiu confirmar que a coleta aleatória é uma das melhores abordagens para se encontrar espécies bioativas.

Instituição de fomento: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Artemia salina, citotóxidade, letalidade.

E-mail para contato: lucouto2006@yahoo.com.br