60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

NÍVEL DE COMPLEXIDADE ASSISTENCIAL DE PACIENTES EM UMA UNIDADE DE CLÍNICA MÉDICA-CIRÚRGICA

Karina Jorgino Giacomello1
Edinêis de Brito Guirardello2
Maria Silvia Teixeira Giacomasso Vergílio1

1. Departamento Enfermagem - Faculdade Ciências Médicas -UNICAMP
2. Prof Dra- Orientadora


INTRODUÇÃO:
O dimensionamento de pessoal possibilita determinar o quantitativo e a categoria dos profissionais para prestar assistência e a classificação dos pacientes constitui uma das etapas para identificar o perfil dos pacientes nos diferentes níveis de complexidade de cuidado. Este estudo teve por objetivo classificar pacientes de uma unidade de clínica médico-cirúrgica, segundo o grau de complexidade de cuidados requerido pela enfermagem, bem como avaliar se existem diferenças nos níveis de complexidade em dois momentos distintos. Uma das justificativas do estudo deve-se ao fato da referida unidade ter sido reestruturada para atender pacientes que requerem maior demanda de cuidados de enfermagem, sem que houvesse alterações no quadro de pessoal. Deste modo, com essa pesquisa pretende-se colaborar para a adequação do quadro de pessoal de enfermagem.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, realizado em uma unidade de clínica médico-cirúrgica de um hospital de ensino do interior do Estado de São Paulo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas-UNICAMP. A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora em dois momentos distintos com intervalo de cinco meses, de segunda a sexta-feira no período da manhã. Participaram da amostra todos os pacientes internados durante os períodos da pesquisa. No primeiro momento, 23 dias, foram classificados 129 pacientes; no segundo, em 10 dias, 78 pacientes. Utilizou-se para classificação dos pacientes um instrumento específico, desenvolvido por Fugulin et al. (1994), que tem como objetivo categorizar pacientes em cinco níveis de complexidade assistencial, a saber: cuidados intensivos, semi-intensivos, alta-dependência, intermediários e auto-cuidado. Os dados coletados foram transferidos para uma planilha eletrônica no programa Microsoft Excel e analisados pela própria pesquisadora.

RESULTADOS:
No primeiro período, dos 128 pacientes obteve-se 754 observações e foram classificados como: 60,62% cuidado mínimo; 18,62% intermediários; 9,66% alta dependência; 1,8% semi-intensivos e 0,75% cuidados intensivos. No segundo momento dos 78 pacientes com 214 observações os resultados mostraram: 53,9% cuidado mínimo, 15,5% intermediários, 7,8% alta dependência, 5,8% semi-intensivos e 4,2% intensivos. Em ambos os períodos de coleta, foram classificados pacientes nos diferentes níveis de complexidade assistencial, com predomínio na categoria cuidados mínimos, porém com um percentual crescente de pacientes que requerem cuidados semi-intensivos e intensivos, o que não era esperado para essa unidade. O instrumento utilizado possibilitou classificar os pacientes em níveis de complexidade assistencial, entretanto para sua aplicação foi necessário realizar adaptações em alguns de seus indicadores assistenciais.

CONCLUSÕES:
Frente aos resultados obtidos, recomenda-se que a avaliação do nível de complexidade assistencial seja realizada de forma periódica e constante para que o gerente do serviço, de posse de dados objetivos, possa negociar com a administração da instituição a manutenção de um quantitativo de pessoal adequado ao nível de prestação do cuidado que os pacientes necessitam, Além de ter base para organizar melhor o seu sistema de prestação do cuidado, principalmente diante da presença de pacientes classificados em cuidados intensivos e semi-intensivos na unidade. Este seria outro aspecto importante a ser levado em consideração, uma vez que se torna necessário, além do redimensionamento do pessoal de enfermagem, a revisão dos recursos materiais, de equipamentos e a capacitação dos profissionais da equipe de enfermagem para o atendimento nesse nível de complexidade e, assim garantir a qualidade da assistência prestada.

Instituição de fomento: FAPESP-2007 (Proc: 06/58889-0)

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Dimensionamento de pessoal, Recursos humanos, Cuidadode enfermagem

E-mail para contato: vergilio@fcm.unicamp.br