60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

ESTUDO SOCIOAMBIENTAL NO ENTORNO DO IGARAPÉ DA ROCINHA E INTERVENÇÃO AMBIENTAL POR CRIANÇAS DAS SÉRIES INICIAIS

Maria de Fatima Vilhena da Silva1
Jeusadete Vieira Barros2
Francisco Hermes Santos da Silva1

1. Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Científico – UFPA
2. Professora do Núcleo Pedagógico Integrado da UFPA


INTRODUÇÃO:
O presente trabalho aborda questões socioambientais referentes à população que vive no entorno do Igarapé da Rocinha localizado na cidade de Vigia de Nazaré, Estado do Pará, apontando problemas de ordem educacionais necessárias para melhoria das condições ambientais que estão provocando degradação do referido Igarapé. O objetivo desta pesquisa foi estudar a situação real econômica que interfere nas relações sociais e ambientais do entorno do ambiente em pauta; promover estudo in lócus com crianças das séries iniciais cuja finalidade foi motivá-las a tomar decisões que intervenham diretamente nos problemas detectados por elas.

METODOLOGIA:
A metodologia da pesquisa constou de entrevista com os 136 famílias, tendo em média 484 pessoas que moram às margens do Igarapé da Rocinha cujas questões direcionam para estudar o grau de instrução, origem dos moradores, condições de moradia quanto ao tipo de casa, de sanitários, coleta de lixo e consumo de água; constou também de aula-passeio com 56 crianças, estudantes da 4ª série do ensino fundamental para conhecerem as condições daquele local e a partir das observações, percepção ambiental e tomada de consciência dos problemas ali existentes, produzirem conhecimento dentro dos conceitos de educação ambiental e proporem soluções efetivas.

RESULTADOS:
Os resultados quanto ao grau de instrução mostraram que 59,09% dos moradores possuem ensino fundamental completo e 14,25% têm ensino fundamental incompleto. Dessa amostra apenas 0,41% possuem ensino superior completo e na mesma proporção têm ensino superior incompleto. Desses moradores temos 5,37% de analfabetos e 2,47% não estudam. Os entrevistados são em 57% oriundos de outros municípios, morando no entorno do Igarapé entre 16 a 30 anos. As casas são 90% construídas em madeira, estilo palafita, suas instalações sanitários são precárias e os dejetos são lançados diretamente nas águas do referido igarapé provocando maus odores, contaminação das águas e poluição do ambiente. Quanto ao lixo foi registrado, a partir das observações das crianças, grande quantidade de plásticos, partes de móveis, pneus, garrafas pet, restos de animais e de comidas deterioradas entre outros que são encontrados dentro e fora do igarapé. Ao perguntar-se aos moradores se o lixo lhes era problema 96,64% respondeu que não traz quaisquer problemas, o que levou as crianças pensar em trabalhos voltados para uso do ambiente e das pessoas ali residentes com relação à saúde ambiental. A água consumida pelos entrevistados é na maioria proveniente da Companhia de Saneamento do Pará, no entanto as tubulações são deficitárias e entram, em muitos pontos, em contato com a água contaminada do igarapé em questão. Os informantes, desejam que o Igarapé seja aterrado. As crianças diante dessas questões propuseram fazer placas de advertência aos moradores quanto aos problemas do lixo no igarapé e nas suas margens e da necessidade de preservação do ambiente. Os estudantes discutiram propostas para a coleta e tipo de acondicionamento do lixo. As placas foram preparadas em grupos de 5 crianças, orientadas pelos professores e colocadas em locais de grande movimento de pedestres e que apresentavam grande volume de lixo.

CONCLUSÕES:
Concluímos que trabalhos de educação ambiental são necessários a populações ribeirinhas e a escola a partir das crianças pode contribuir com mudanças de atitudes e preservação de espaços urbanos que têm grande significado para uma cidade como Vigia que têm seus rios e igarapés como patrimônios naturais.



Palavras-chave:  educação ambiental, igarapé, séries iniciais

E-mail para contato: fvilhena23@gmail.com