60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 5. Antropologia Urbana

É O FIM DA VÁRZEA: UM ENSAIO ETNOGRÁFICO SOBRE NARRATIVAS E SOCIABILIDADE EM UM TIME DE FUTEBOL DE VÁRZEA NA CIDADE DE PORTO ALEGRE:

Rafael Martins Lopo1
Cornelia Eckert1
Ana Luiza Carvalho da Rocha1, 2

1. Banco de Imagens e Efeitos Visuais / PPGAS - IFCH - UFRGS
2. Orientadora


INTRODUÇÃO:
Este trabalho, inserido na pesquisa do Banco de Imagens e Efeitos Visuais, procura problematizar as narrativas e sociabilidades de integrantes de um time de futebol de várzea dentro das questões levantadas pela prática etnográfica no mundo urbano contemporâneo. Os problemas levantados durante o trabalho de campo referem-se primordialmente ao agenciamento da memória do grupo de jogadores em questão, através de suas narrativas e sociabilidades, e o tratamento documental dos dados produzidos por meio de material audio-visual.

METODOLOGIA:
O time em questão é o Martins de Lima, e foi fundado há cerca e dois anos, formado por antigos jogadores de outro time, o Guarany, tendo se estabelecido na mesma sede do antigo clube, na rua de mesmo nome. O grupo pesquisado inclui, portanto, além dos jogadores do time, todos que estão envolvidos nestes processos de mudança constante, de conflito e reformulação do time em meio à sua rede social. O espaço de investigação privilegiado é o campo de jogo, mais precisamente suas “margens”, onde torcedores, jogadores aposentados, familiares, técnicos, e “palpiteiros” acompanham os jogos e elaboram os significados que marcam as transformações no universo do futebol de várzea. Além do campo de jogo, outro espaço importante é a sede do clube, que serve como bar para a maioria dos integrantes do time.

RESULTADOS:
É preciso entender o que significa, para estes homens e para este grupo social específico, este encontro semanal, o jogo na várzea, e as trocas simbólicas que delimitam seu cotidiano. A organização de dados pela forma de coleções etnográficas, método de pesquisa do BIEV sobre a memória coletiva da cidade, torna-se primordial para se entender melhor as inter-relações entre as imagens que compõem o imaginário da vida urbana portoalegrente e as imagens produzidas, com a utilização de elementos audiovisuais no processo de pesquisa.

CONCLUSÕES:
Há aqui uma certa pertença à um espaço situado na cidade, a “varzea”, que é contado e re-figurado pelas experiências destes jogadores e participantes do time. É nos encontros e na sociabilidade cotidiana que os sentidos desta atividade lúdica é reforçada enquanto um código de emoções e um ethos específico.

Instituição de fomento: CNPQ

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Memória Coletiva, Formas de Sociabilidade, Antropologia Visual

E-mail para contato: rafaellopo@gmail.com