60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 5. Informática na Educação

MOBILE LEARNING – USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS COMO AUXILIAR NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DE CURSOS A DISTÂNCIA

Adriane Treitero Cônsolo1
Maria da Graça Moreira Silva1, 2, 3

1. PUC-SP
2. Profa Dra.
3. Departamente da Ciência da Computação


INTRODUÇÃO:
Nestas últimas décadas estamos sofrendo mudanças de comportamento em nossa sociedade. Mudanças, essas, vindas de grandes estudos, pesquisas, descobertas dos mais sofisticados meios tecnológicos de informação e comunicação e pelas complexas inter-relações do mercado internacional cada vez mais globalizado, as quais proporcionam um conhecimento cada vez mais aprimorado, nos obrigando à aquisição de novos hábitos e ações. Nessa lógica, a educação não tem sido contrária ao desenvolvimento científico-tecnológico nem aos movimentos sociais. Exemplo disso é o E-learning uma das modalidades de educação tecnológica que utiliza a Internet como meio por onde o ensino é transportado. Outro exemplo, mais recente ainda, considerado uma ramificação do E-learning, o M-learning - mobile learning - que pode ter um grande significado no ensino-aprendizagem nos dias de hoje. As tecnologias de computação móvel encontram-se atualmente em franca evolução e parecem destinadas a transformar-se no novo paradigma dominante da computação (Myers et al., 2003 apud MARÇAL, ANDRADE e RIOS, 2005). Segundo Ahonen, 2003 e Syvänen, 2003 (apud idem.): A utilização de dispositivos móveis na educação criou um novo conceito, o chamado Mobile Learning ou m-Learning. Seu grande potencial encontra-se na utilização da tecnologia móvel como parte de um modelo de aprendizado integrado, caracterizado pelo uso de dispositivos de comunicação sem fio, de forma transparente e com alto grau de mobilidade. As tecnologias de computação móvel encontram-se recentemente em franca evolução e parecem destinadas a se transformar no novo paradigma dominante da computação atual e provavelmente das gerações futuras, segundo pontuam Myers et al. (apud Marçal et al, 2005). O estudo do uso de aparelhos celulares na educação se justifica inicialmente pelo número expressivo de usuários de aparelhos celulares. No Brasil, são 87, 4 milhões de usuários de aparelhos celulares se comparado com 22,1 milhões de pessoas que possuem acesso à computadores e Internet. Um dos principais motivadores do alto número de aparelhos celulares é o custo atual dos aparelhos e dos serviços de telefonia móvel, que nos últimos anos teve uma redução significativa se comparado ao preço de um computador, mesmo considerando os valores atuais com os computadores de baixo custo. Qual a conseqüência disso? A utilização de mensagens SMS foi selecionada devido a simplicidade do sistema, tanto de envio quanto de recebimento de mensagens; da freqüência de modelos de aparelhos celulares que dispõe o recurso e do baixo custo. Tendo em vista estes desafios, este trabalho busca investigar a introdução de dispositivos móveis, em especial a utilização dos aparelhos celulares no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, está em desenvolvimento uma pesquisa exploratória envolvendo o uso de celulares, por meio do envio e recebimento de mensagens de texto (SMS) como parte da comunicação entre professores e alunos de um curso a distância realizado pela internet. Nos tópicos a seguir serão apresentadas a fundamentação teórica e os procedimentos metodológicos da pesquisa em questão.

METODOLOGIA:
2. Mobile learning Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE-Censo 2000, apenas 10,6% da população brasileira tem computador em casa, desses, 40% tem telefone fixo e 20% com acesso a Internet. Já na Escola, o Censo apontou que 56% dos matriculados no ensino médio tinham em suas escolas laboratórios de informática. O Governo Federal lançou um projeto com a intenção de inovar os sistemas de ensino para melhorar a qualidade da educação no país, é o Projeto UCA – Um Computador por Aluno, são computadores portáteis, laptops, de baixo custo, girando em torno de US$140,00 (cento e quarenta dólares), patrocinados por empresas de tecnologia e Intitutos de pesquisa. Silveira (2007), em seu artigo Inclusão Digital, Software Livre e Globalização Contrahegemônica, ressalta duas questões importantes que nos levam a pensar: ...em um país com 11,4 % de analfabetos entre as pessoas acima de 10 anos de idade e com 50.7% da população recebendo até 2 salários mínimos, qual o sentido de se falar em exclusão digital? A exclusão digital não seria uma mera decorrência da exclusão social? Seu enfrentamento não seria conseqüência da melhoria de condições de vida e renda da sociedade Ter acesso ao computador não quer dizer incluir o aluno digitalmente, para haver inclusão digital, além do acesso aos computadores, é necessário disponibilizar recursos humanos para formar os usuários a operar a máquina. Mas, aprender a operação de computadores, por sua vez, também não é garantia de inclusão na chamada sociedade da informação e do conhecimento, a inclusão digital implica, sobretudo, no uso das tecnologias da informação e comunicação para o exercício pleno da cidadania. Outro componente para favorecer a inclusão é ter disponível serviços para a manutenção dos aparelhos, já que a população beneficiada é de baixa renda. Assim, quando pensamos em inclusão digital, devemos levar em consideração formas mais acessíveis, baratas e de mais fácil manuseio como o celular assume o papel atualmente. Desta forma, entendemos que o uso de aparelhos celulares pode ser tornar num futuro próximo uma ferramenta para inclusão social e digital. Em especial devido aos estudos e perspectivas de desenvolvimento de equipamentos com cada dia mais possibilidades de acesso a informações e possibilidades de interação. No item a seguir apresentaremos as implicações de seu uso no processo educacional. 2.1 Telefonia móvel um dispositivo educacional A cultura de rede, hoje em dia, não é mais o lugar das utopias coletivas e da net art anárquica. Cada vez mais complexas (e cada vez mais atreladas à agenda corporativa), as redes atuais espalham-se pelo espaço físico, transformando conectividade e mobilidade em termos que não se restringem mais ao domínio dos especialistas. Pergunte a qualquer garoto na esquina. No início do ano de 2007, o Brasil superou a marca de 100 milhões de telefones celulares em operação no Brasil, conforme informações da a Agencia Nacional de Telecomunicações, ANATEL. O primeiro mês de 2007, ano em que a Anatel completa 10 anos de atuação, encerrou com 100.717.141 assinantes no Serviço Móvel Pessoal (SMP), sendo 81.154.090 (80,58%) do pré-pago e, 19.563.051(19,42%), dos pós-pagos. O telefone móvel, ou também chamado telefone celular é conectado à rede telefônica através de ondas de rádio, permitindo assim sua mobilidade, ao passo que o telefone convencional (fixo) faz uso de fios. Mobilidade é o termo utilizado para identificar dispositivos que podem ser operados a distância ou sem fio e permitem a comunicação com outras pessoas e a obtenção de informações em qualquer lugar, a qualquer hora. O conceito de telefone celular foi desenvolvido em 1960, tornando-se comercialmente disponível a partir de 1983. Cada região atendida pelo Serviço de Telefonia Móvel Celular é dividida em pequenas áreas, chamadas células, que possuem uma Antena Celular (ou ERB - Estação Rádio Base), para receber e emitir informações aos telefones celulares que estão em operação naquela célula. Ao se deslocar com seu aparelho ligado, o usuário acessa de uma célula para outra e o sistema automaticamente transfere a sua ligação para a célula seguinte, sem que o assinante perceba. Este processo é chamado "Hand Off". Todas as células são ligadas às Centrais de Comutação e Controle (CCC) que, por sua vez, conectam-se à rede telefônica convencional. O indivíduo móvel é um nômade, que se move de um lugar para outro sem perder contato com o coletivo da “aldeia” eletrônica. Desde que estejam em sua rede de recepção, eles ainda estão (presumivelmente) disponíveis. (Lichty, 2006). Segundo Mendes (2006), consultora na unidade estratégica de negócio e-Learning da Sinfic, Mlearning (Mobile Learning) é um desenvolvimento do E-learning (Eletronic Learning, ou aprendizagem por meios eletrônicos) o qual se originou do D-Learning (Distance Learning ou educação a distância). Como promover a inclusão digital por meio da utilização de aparelhos celulares? M-learning é uma nova forma de interação por meio de dispositivos móveis. Dispositivos como celulares, PDAsiii, leitores de áudio digital, câmaras de vídeo, computadores portáteis e etc. Uma nova forma de aprendizagem se insere no contexto do século XXI. Marcos Telles (2006) ressalta a importância do papel destinado ao telefone celular na educação fundamental e média. Em um futuro próximo, segundo o autor, alunos e professores irão para a escola com pleno domínio do uso dessa tecnologia, o que ainda não acontece com computadores e PDAs, ou seja, teríamos que aproveitar mais essa habilidade adquirida e investir no uso do celular auxiliando a educação. A quantidade de aparelhos celulares juntamente com os preços baixos faz com que quase todas as camadas da população possam ter acesso ao celular. A exigência do público em relação a processamento dos aparelhos faz com que o preço abaixe colocando novos modelos no mercado. Assim, o serviço de SMS por ser uma função existente em todos os aparelhos modernos e por ser um serviço de baixo custo, ele está acessível a todas as pessoas que possuem celular. Para Lehner et al., (apud Marçal et al., 2005): ...os dispositivos de comunicação sem fio oferecem a uma extensão natural da educação a distância via computadores, pois contribuem para a facilidade de acesso ao aprendizado, por exemplo, na obtenção de conteúdo específico para um determinado assunto, sem hora e local pré-estabelecidos. (p.4) O que podemos esperar tanto em termos de inovações dos dispositivos tecnológicos, quanto em relação ao futuro mesmo das formas de educação em um mundo cada vez mais móvel? Uma das características é a possibilidade imersiva do uso dessas tecnologias, isto é, o aluno poderá estar em contato em diferentes horários e locais. O projeto OLPC (One Laptop Per Children) prevê o uso de um computador móvel (laptop) por criança para provocar mudanças no processo de ensino e aprendizagem. Concebido por Nicolas Negroponte se baseia nas idéias de Seymor Papert sobre construcionismo, que entende que a construção do conhecimento possa ser baseada na realização de ações concretas resultando em produtos, baseando-se no construtivismo Piagetiano. Para o autor, com todos usando computadores ao mesmo tempo, será inconcebível que a educação seja igual a educação do passado, para o pesquisador existirão novas formas de aprendizagem e cabe a nós inventar o futuro. Outra característica da aprendizagem com esses dispositivos é a própria mobilidade, nesta perspectiva, os estudantes podem fazer uso imersivo dos computadores conectados à internet, não apenas em laboratórios de informática com acesso uma ou duas vezes por semana, mas no uso em sala de aula, no desenvolvimento de projetos em grupos, em estudos de meio e em casa. O uso de aparelhos celulares vai de encontro a essas possibilidades, de imersão e mobilidade e da computação ubíqua. Marçal et al. (2005) apontam alguns exemplos de utilização de dispositivos móveis na educação: • Melhorar os recursos para o aprendizado do aluno, que poderá contar com um dispositivo computacional para execução de tarefas, anotação de idéias, consulta de informações via Internet, registro de fatos através de câmera digital, gravação de sons e outras funcionalidades existentes; • Prover acesso aos conteúdos didáticos em qualquer lugar e a qualquer momento, de acordo com a conectividade do dispositivo; • Aumentar as possibilidades de acesso ao conteúdo, incrementando e incentivando a utilização dos serviços providos pela instituição, educacional ou empresarial; • Expandir o corpo de professores e as estratégias de aprendizado disponíveis, através de novas tecnologias que dão suporte tanto à aprendizagem formal como à informal; • Fornecer meios para o desenvolvimento de métodos inovadores de ensino e de treinamento, utilizando os novos recursos de computação e de mobilidade. (p.3) O Short Message Service (SMS)iv, é um serviço disponível em telefones celulares que permite o envio de mensagens curtas entre estes equipamentos e entre outros dispositivos de mão como palm e handheld (computadores de mão) e até entre telefones fixos (linha-fixa). O serviço de SMS permite o envio de mensagens com até 160 caracteres. O serviço funciona mesmo com o aparelho não estando disponível ou ocupado. Já o Multimedia Messaging Service (MMS), é um serviço que além de permitir ao usuário mandar mensagens de textos com caracteres ilimitados como também mensagens multimídiaticas com recursos audiovisuais, imagens, sons e gráficos. Os celulares possuem diversos outros serviços, como acesso à Internet (WAP), permitindo que o usuário possa acessar informações de bancos, escolas, portais, interagir por Chat bem como receber e enviar e-mails. Outros serviços voltados para o entretenimento, mas não disponíveis em todos os aparelhos ou sujeitos a tarifação são: interagir por meio de Chat; tirar fotos usando câmeras Fotográficas, filmar, Jogar, fazer download ou trocar imagens, sons, serviços ou vídeos, acessar informações via voz (portal de voz) e textos (SMS), dentre outros. A prática das Flash Mobs, manifestações relâmpago organizadas pela troca espontânea de mensagens instantâneas de texto, foi descrita por Howard Rheingold como entretenimento autoorganizado. As inúmeras Flash Mobs realizadas recentemente demonstram como os telefones celulares servem para mobilizar as pessoas com rapidez, pelos mais diversos motivos. (Nicholson, 2005). Considerando as possibilidades de interação destes dispositivos, no próximo item apresentaremos sua interface e as implicações para a educação. 2.2 Interface e a interatividade dos dispositivos móveis na educação O papel da interface é traduzir informação digital do computador para o ser humano de modo a torná-la compreensível para nós. As interfaces adquirem significados em comparação com tecnologias anteriores. Pode-se citar o caso da máquina de filmar e do cinema narrativo que foram designados como uma mistura de fotografia e teatro. O mesmo caso se dá em celulares considerados como telefones móveis, esses aparelhos, atualmente, podem ser mais comparados com micro-computadores, controles remotos e também interfaces sociais coletivas do que com só com aparelhos móveis, é o que afirma Silva (2006) em seu texto Do Ciber ao Híbrido: Tecnologias Móveis como interfaces em espaços híbridos. De acordo a autora, os aparelhos móveis criam uma nova forma de interação, o chamado espaço híbrido, uma vez que celulares movimentam-se pelos espaços urbanos. Discutir sobre espaço físico ou digital não faz mais sentido, os aparelhos móveis possibilitaram uma junção desses dois espaços. Junção, essa, que possibilita tanto a interação social como a informacional. A pessoa pode se comunicar com outras pessoas e pode obter informações da Internet. A interação com o aparelho móvel difere muito de país para país, nos paises escandinavos e Asiáticos, por exemplo, o comando de voz é um dos possíveis recursos menos utilizados no celular. Da mesma forma, o acesso à Internet no Japão, através desses dispositivos, é bem natural, a Internet faz parte do ambiente social, os jovens não estão acostumados a pararem tudo o que estão fazendo para, assim, poder sentar em frente a um computador e conectar a Internet, esta já faz parte de seu cotidiano, funcionando como uma ferramenta disponível para informações e comunicação em todos os momentos. Segundo Keegan (2002) o telefone móvel está se transformando em um dispositivo para aprendizagem pessoal com acesso do Internet e uma ampla gama de possibilidades para manter o estudante a distância em contato a instituição, com os serviços de suporte, em contato com materiais e com seus colegas de aprendizagem, tanto no ambiente de aprendizagem propriamente dito como no trabalho, ou em viagens. A revista eletrônica ArteMov (2006) ressalta que Textos, imagens e sons tornam-se ubíquos, com o surgimento de aparelhos portáteis como os PDAs e os cada vez mais turbinados telefones celulares, explosivos em todos os sentidos da palavra. Em forma de código, circulam por todo canto. Espalham-se próximos ao corpo, ou distribuem-se pelo espaço físico. (Edição 0,. P.1) Neste sentido, a um pulsar de botão, a mensagem pode estar acessível onde o usuário esteja, a mensagem chega até o sujeito, junto ao mesmo, de forma íntima. Para Mendes, o uso de dispositivos móveis pode se constituir desde ume mensagem SMS, lembrando o aluno de uma data importante, da entrega díade um trabalho, ou indicando a disponibilização de mais um módulo de curso na plataforma de e-learning. Neste contexto, segundo a autora a modalidade é complementar ao sistema de e-learning. Diante do exposto, pretendemos discutir no item a seguir o uso dos dispositivos móveis em uma pesquisa em desenvolvimento na cidade de São Paulo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP.

RESULTADOS:
Este artigo apresenta o projeto de investigação em desenvolvimento, o estudo do uso de dispositivos móveis como agentes complementares à mediação pedagógica em um curso a distância realizado em sua maior parte por meio da internet. O experimento consiste no envio de mensagens SMS aos alunos do curso intitulado Educação a Distância na Prática, realizado pela Coordenadoria Geral de Especialização Aperfeiçoamento e Extensão, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (COGEAE). Tem como público-alvo professores, educadores, coordenadores de cursos de graduação e profissionais de áreas diversas em busca de subsídios para o desenvolvimento de Educação a Distância. Apresenta, de forma integrada, processos interativos, ferramentas tecnológicas e abordagens em Educação a Distância, cujo objetivo é preparar profissionais para criar, mediar e orientar cursos a distância em suas organizações, compreendendo as etapas envolvidas no processo. O curso compõe-se de encontros presenciais e 52 horas a distância com integração entre alunos, professores e recursos de apoio: A parte presencial é formada por aulas expositivas dialogadas, debates, atividades em grupo e estudos de casos; As atividades a distância compreendem vivências em ambiente virtual e de autoria, pelos alunos, de novas atividades em EAD com a respectiva mediação; Este curso norteia-se numa abordagem construtivista fazendo uso de estratégias para a construção de conhecimento, na medida em que dá ao aluno a oportunidade de desenvolver suas habilidades cognitivas, extrapolando o próprio conteúdo pré-definido, proporcionando a busca de informações em outros contextos, testando estratégias e descobrindo novas formas de atuação. No ano de 2006 foi desenvolvido um projeto-piloto que consistiu na apresentação do trabalho de pesquisa aos alunos do curso, na aplicação de questionários de levantamento de perfil, no envio de mensagens de SMS com acompanhamento de cada aluno em sua atividade. Em março de 2007, como o início de uma nova turma no curso de EAD na Prática, iniciou-se a aplicação propriamente dita deste projeto. Investigaram-se 30 alunos por meio de um questionário eletrônico, os resultados do questionário são apresentados a seguir. A maioria, 76%, dos alunos disseram não trabalhar com Educação a Distância, o que mostra que o curso está servindo como apoio inicial aos alunos de áreas de conhecimento diferenciado. Em relação a utilização da Internet, envio e recebimento de e-mails, navegação e pesquisa e educação a distância todas os sujeitos (100%) disseram utilizar. Os alunos, sujeitos da pesquisa, em sua maioria possuem conhecimentos mais específicos na utilização de computadores e Internet com fins educacionais (EAD e apoio ao presencial) e em comunidades de relacionamento, podemos perceber que todos os itens propostos tiveram uma grande porcentagem de escolha. Em relação ao acesso à Internet, 100 % dos usuários acessa a internet por meio de Banda Larga (conexão de acesso rápido). O principal local de acesso à Internet pelos entrevistados é em casa (63,3%) e no trabalho (36,6%). Ninguém disse ser a escola/universidade o principal lugar de acesso. O acesso à Internet não depende de apenas um local, dando uma maior flexibilidade aos alunos. Em relação ao uso de ferramentas de comunicação pela Internet, 67% dos sujeitos disseram usar troca de mensagens instantâneas síncronas Poucos sujeitos disseram conhecer alguma ferramenta para publicação eletrônica do tipo Blogv ou Wiki vi. Na parte do questionário voltada para informações do uso de aparelhos celulares, 100% dos usuários informaram usar celular diariamente. Quanto ao tempo de uso do celular, 50%,dos sujeitos fazem uso do celular há mais de 5 anos e outros 50% dos entrevistados fazem uso do celular há mais de 10 anos, ninguém disse usar celular há menos de 5 anos, o que significa que são usuários já acostumados a sua operação. Esses dados indicam que o celular faz parte do dia-a-dia da maioria dessas pessoas e é um dispositivo de comunicação importante nos dias de hoje, possibilitando a instantaneidade. Atualmente, a compressão do tamanho e a convergência de ferramentas em único dispositivo aumenta a usabilidade e acessibilidade. Fazer e receber ligação - 96,6% e enviar e receber mensagens de texto (SMS) - 83,3% são as funções mais utilizadas pelos entrevistados, seguido de 70% de usuários da agenda telefônica e o uso da Internet pelo celular (WAP) com 20%. Desta forma, o envio de mensagens de texto pelo celular significa que pode ser um veículo de comunicação importante já que 83,3% dos alunos disseram utilizar. Perguntamos a finalidade da utilização das mensagens. A maior parte dos sujeitos respondeu que, lembretes do tipo "Estou chegando, vou me atrasar,..." foi a opção de maior freqüência pelos alunos com 66,6% do total que utiliza esse serviço, 10% disseram não utilizar mensagens de textos. Perguntamos em quais ocasiões, de quem eles recebem mensagens de textos, mensagens de operadoras foi a opção mais escolhida com 83,3%. Na questão sobre a dificuldade da utilização dos recursos do celular, 26,6% dos sujeitos disseram não ter dificuldades, 56,6% citaram ter dificuldade com o acesso à Internet (WAP); 13,3% citaram dificuldades no acesso aos jogos e 3,33% disseram ter dificuldade com mensagens de texto. 63% disseram nunca terem navegado na Internet pelo celular e os outros 37% disseram ter acessado sites de suas operadoras, sites de portais como Uol e Terra e sites bancários. O questionário apresentava uma questão perguntado a opinião dos alunos em relação a utilização do celular na Educação a Distância. Dos pesquisados 50% disseram que Seria Muito Bom Experimentar; 43,3% disseram que Acha interessante mas nunca ouviu falar, 6,6% acham que è uma inovação e acredita que possa contribuir, mas futuramente. Nenhum dos sujeitos selecionou as opções: Não acredita que possa trazer benefícios para a educação, e a opção Acredita que nessa modalidade, o celular não pode ser útil. Em seguida a essa pergunta, a última questão foi “Você levaria a sério um encontro no Chat marcado com uma simples mensagem de texto? Dos alunos pesquisados 97% responderam Sim e apenas 3% assinalaram Não. Esse resultado foi interessante e durante o experimento será marcado um Chat por meio do celular. O instrumento de coleta de dados de levantamento de perfil dos alunos do nos revela que, em sua maioria, o público é usuário freqüente de computadores e de Internet, bem como de ferramentas de uso educacional. Esse público possui acesso à Internet em diversas localidades por banda larga e não apresentou dificuldades específicas no uso de computadores ou do próprio ambiente virtual de aprendizagem utilizado durante o curso, embora usuários de aparelhos celulares, os mesmos não utilizam os serviços de Internet pelo celular. Diante deste cenário, foi possível selecionar e classificar os dados coletados a partir das mensagens enviadas pelos alunos durante desenvolvimento da investigação, que serão descritas no próximo item. 3.1 Temas para o envio Para o envio de mensagens SMS pelo celular foram selecionadas três categorias de mensagens: • Mensagens Administrativas: mensagens com conteúdo voltado para a parte técnica do ambiente do curso. Por exemplo, mensagens de habilitação de conteúdos, data de término do prazo de entrega de alguma atividade, etc. Exemplo de mensagens enviadas: “Faltam 2 dias para a abertura do módulo IV”. "Hoje estamos iniciando o modulo 3, já teve oportunidade de participar?"; "Ola, hoje teremos o Chat Mediação online as 20:30h, as orientações para acesso estão no Moodle. Nos vemos mais tarde". • Mensagens Pedagógicas: mensagens de conteúdo relacionado ao assunto do curso. Por exemplo, dica de sites com conteúdo relacionado, sugestões de leituras, etc. Exemplo de mensagens: “Participe do Fórum Parangolé, está interessante”. • Mensagens Motivacionais: mensagens que dêem algum tipo de incentivo ao aluno. Mensagens que geralmente fogem do dever do aluno em relação ao andamento do curso. Por exemplo, um bom feriado ou informação do bom desempenho nas atividades. Exemplo de mensagens: “Bom fim-de-semana!”, Aproveite o feriado! Feliz Páscoa. É interessante pontuar que imediatamente após o envio os alunos retornam as mensagens de texto também por meio de SMS, por ligação telefônica ou por e-mail. • Com o envio de mensagens como “Obrigado pela Informação”. • Após o envio da mensagem de desejo de Bom fim-de-semana recebemos uma mensagem com o texto “Pra vcs igualmente” (sic). Alguns alunos justificam sua ausência, outros agradecem ou comentam a resposta. Numa pesquisa inicial, pelo menos 50% dos alunos retornaram as mensagens imediatamente após seu recebimento. As mensagens foram comentadas também nos fóruns e seguiu-se uma comunicação ampliando a da sala de aula virtual. Identificou-se que imediatamente após o envio das mensagens a freqüência de acesso ao ambiente virtual foi intensificada. È importante pontuar que não foram observadas interações entre os participantes usando o celular O projeto de pesquisa está em andamento e prevê ainda o uso do SMS para agendamento de uma sessão de bate-papo e o uso mais intensivo para mediação pedagógica. Optou-se pelo envio inicial de mensagens de cunho administrativo e gradualmente a inclusão de mensagens pedagógicas.

CONCLUSÕES:
Juntamente com a pesquisa realizada com os alunos e levando em conta a quantidade de experiências, o uso de dispositivos móveis no processo de ensino e aprendizagem pode se tornar uma promissora possibilidade. Em relação a complementar as ações do professor e servindo como um suporte ao aluno, a meta se torna totalmente alcançável. Utilizamos as mensagens de texto, como um recurso de lembrete ao aluno de educação a distância e comprovarmos a eficiência que as mensagens de texto tiveram. O aluno desse tipo de modalidade de educação se sente normalmente distante do professor e do resto dos colegas, a solução proposta encurtou distâncias, fez com que o aluno se sentisse mais próximo e recebeu a sensação de uma maior atenção não apenas dentro do ambiente do curso, estendendo, assim, a interação. A percepção de satisfação dos alunos, no encontro presencial, após relembrá-los que as mensagens de texto faziam parte do curso, foi gratificante. A curiosidade pairava na atenção dos alunos deixando-os motivados, incentivados e ansiosos pelo recebimento do próximo SMS. Assim, verifica-se que o uso de celular como um dispositivo móvel educacional poderá complementar as ações do professor frente aos novos desafios educacionais, ou seja, permitirá a abertura e trará maiores possibilidades de interação, comunicação, participação, troca, colaboração entre os envolvidos, viabilizando assim, a criação de comunidades de aprendizagem com as mensagens SMS. É notório que a introdução destes dispositivos no processo educacional devem ser acompanhadas de mudanças expressivas nos métodos de ensino. Observa-se a necessidade de um maior envolvimento e preparação do professor ao inseri-los em seu contexto de atuação. Ao trabalhar com a telefonia móvel na educação, é importante descobrir suas potencialidades e elaborar estratégias inovadoras para introduzi-las no momento certo de acordo com a necessidade do ambiente e atividades que serão propostas aos alunos, seja em cursos presenciais ou a distância, pois a utilização inadequada implicará em barreiras e dificuldades para o desenvolvimento de uma aprendizagem efetiva. Acreditamos ser necessário o desenvolvimento de pesquisas para introduzir os dispositivos móveis na Educação, pois como afirma Marçal et al (2005), contribuem para a facilidade de acesso ao aprendizado, além de manter o contato entre os participantes, com a instituição e serviços de suporte (Keegan, 2002).

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Educação a Distância, Mediação, SMS

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