60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal

ESTIMATIVA DA DIVERSIDADE GENÉTICA EM LINHAGENS DO CULTIVAR UEM-2 DE MILHO PIPOCA (ZEA MAYS L.).

Ivone Batista de Oliveira Eloi1
Claudete Aparecida Mangolin1
Maria de Fátima Pires da Silva Machado1

1. Universidade Estadual de Maringá - UEM


INTRODUÇÃO:
O melhoramento do milho pipoca pode ser considerado como uma atividade recente no Brasil, uma vez que teve seu início no ano agrícola de 1991/1992; recentemente foram lançados híbridos intervarietais no mercado de sementes. No Ensaio Nacional de Milho Pipoca (92/93), foram lançadas 10 variedades e 5 híbridos intervarietais, não estando presente nenhum híbrido de linhagens. Nesse sentido, em 1996 foi iniciado um programa de melhoramento deste milho na Universidade Estadual de Maringá. Inicialmente um composto de base ampla com vista ao melhoramento intrapopulacional (UEM-1) foi formado. Em seguida, duas populações procedentes de fazendas locais na Região de Maringá (UEM-2 e UEM-3), com dois ciclos de seleção entre e dentro de progênies meios-irmãos, foram escolhidas para a extração de linhagens. Como a obtenção de híbridos a partir muitas linhagens é um processo oneroso em tempo e capital, o investimento em técnicas para predizer a heterose das linhagens antes dos testes de campo, permite investir em cruzamentos promissores, reduzindo os trabalhos de polinização e o tamanho dos experimentos de campo. Os primeiros estudos se basearam nas estimativas de diversidade genética, através de análise multivariada, com base nas características morfológicas; e em seguida baseadas em nível de DNA. RAPD é considerada uma metodologia relativamente mais simples que outras, assim, a proposta deste estudo foi utilizar estes marcadores para estimar a diversidade genética nas linhagens do cultivar UEM-2, no sentido de orientar os cruzamentos com as linhagens do cultivar UEM-3 adequados para a obtenção de híbridos F1, e assim agilizar o programa de melhoramento de milho pipoca na região.

METODOLOGIA:
DNAs de 50 plantas de milho pipoca (5 de cada cultivar) foram extraídos segundo o método descrito por Hoisington et al. (1994). Estes DNAs foram quantificados e usados para a amplificação. A seleção de primers foi realizada com a amplificação de três DNAs: P1, P8 e P9, utilizando-se de primers do Kit A, Kit B, kit C, Kit F, Kit I, Kit L, Kit M e Kit P, (Operon Technologies Inc, - Alameda, CA, USA), totalizando 83 primers avaliados. Destes primers testados foram selecionados 10. Os primers OPA-03, OPA- 12, OPB-01, OPB-07, OPB-17, OPC-05, OPC-11, OPF-05, OPL-11, OPM-02 foram usados para amplificar o DNA de 5 plantas de cada uma das 10 linhagens desenvolvidas a partir do cultivar UEM-2. As reações de amplificações foram feitas seguindo os procedimentos adotados por William et al. (1990), com pequenas modificações, implementadas na etapa de seleção dos primers. Para a análise dos resultados, cada fragmento de DNA amplificado está sendo analisado como um caráter fenotípico distinto e independente dos demais, de modo que as ‘bandas’ em comum entre as amostras das linhagens representam similaridades genéticas, enquanto que as não comuns representam diferenças genéticas. Os resultados serão usados para construir uma matriz binária onde a presença da banda terá valor 1, e para a ausência será dado o valor 0 (zero). Para análise da matriz será utilizado o programa NTSYS – pc Program, versão 1.70 (Rohlf, 1989).

RESULTADOS:
Dos 83 primers testados somente 10 (OPA-03, OPA-12, OPB-01, OPB-07, OPB-17, OPC-05, OPC-11, OPF-05, OPL-11, OPM-02) foram utilizados para amplificar o DNA da cultivar UEM-2. Quando estes primers foram usados para amplificar o DNA das 5 plantas de cada uma das 10 linhagens de milho pipoca, um total de 129 fragmentos foram obtidos, destes 32 foram monomórficos e 67 polimórficos, caracterizando um polimorfismo de 75,2% para estas linhagens. O primer com maior potencial para discriminar as linhagens foi o OPC-11 com 100% de fragmentos polimórficos. O padrão de bandas amplificadas para cada primer reflete a variabilidade observada entre as linhagens, e esta informação será utilizada para quantificar a diversidade genética, e orientar os processos de cruzamentos com as linhagens do cultivar UEM-3 adequados para a obtenção de híbridos F1.

CONCLUSÕES:
A variabilidade genética estimada para as linhagens extraídas da cultivar UEM-2 (75,2%), usando fragmentos de DNA aleatoriamente amplificados (RAPD) é promissora para selecionar e orientar os cruzamentos com outras linhagens, no sentido de produzir híbridos interlinhagens.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Zea mays, RAPD, diversidade genética

E-mail para contato: ivoneeloi@yahoo.com.br