60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA RELACIONADA COM AS ÁREAS DE RISCOS NO MUNICÍPIO DE SANTANA DE PARNAÍBA, SÃO PAULO

Edson Cabral2
Michele Flores Pereira1

1. Graduanda - Departamento de Geografia (PUC/SP)
2. Orientador - Professor Doutor em Geografia (PUC/SP)


INTRODUÇÃO:
Este trabalho aborda aspectos predominantemente físicos da degradação ambiental, os termos áreas degradadas e degradação têm sido utilizados para denominar os efeitos ambientais considerados negativos, envolvendo todos os processos que conduzem à diminuição da vida ou a possibilidade de aproveitamento econômico de um determinado terreno, além das mudanças ocorridas nas características físicas, químicas e biológicas dos solos, prejudicando o desenvolvimento econômico e social da cidade. Os principais fatores naturais responsáveis pelo desenvolvimento da degradação ambiental são: o clima (especialmente a distribuição pluviométrica), a cobertura vegetal, as características geológica, geomorfologica e pedológica. Tais fatores constituem-se em condicionantes básicos para o desenvolvimento de erosão linear (sucos, ravinas e boçorocas), movimento de massa (deslizamento, desabamento) e hidrológica (alagamento, enchente e inundação). Porém, são os fatores antrópicos – ligados ao exercício de atividades econômicas e correspondentes às modalidades de uso e ocupação do solo – que vão deflagrar e desenvolver de forma acelerada todos os processos. O crescimento populacional nas áreas urbanas vem conduzindo a intensificação desses processos, proporcionando a ocupação em áreas de maior vulnerabilidade. Santana de Parnaíba é um dos municípios que sofre com esses problemas, pois com a urbanização sem planejamento e com o crescimento populacional, elevou o número de eventos.

METODOLOGIA:
A pesquisa se pauta nos dados disponibilizados pela Prefeitura do Município de Santana de Parnaíba, no estudo das áreas de riscos, a partir das quais foi estabelecido um mapeamento da região, retratando os bairros afetados pelas enchentes, inundações e escorregamentos. Para um estudo mais detalhado, foram delimitados três bairros para a realização desse trabalho, sendo estes os mais críticos do município: Cidade São Pedro, Jardim Tapuãn e Vila Poupança. Outros procedimentos adotados foram: levantamentos dos registros pluviométricos, do Posto de Santana de Parnaíba (E-3-020), com dados fornecidos pelo Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos de São Paulo ( SIGRH ), relacionando-os com o crescimento populacional, a partir de dados levantados no site do IBGE. A partir dos levantamentos pluviométricos, foram construídos gráficos contemplando a variação interanual média da precipitação em Santana de Parnaíba, totais pluviométricos anuais, média pluviométrica por estações do ano e freqüência anual de dias de precipitação acima de 30mm/dia. Foram levantadas bibliografias e informações eletrônicas referentes ao assunto proposto, como também trabalhos de campo, com levantamentos fotográficos e a realização de entrevistas que objetivou compreender a problemática dessa região, foram aplicadas um total de 46 entrevistas com a população que vive nas áreas de risco anteriormente mapeadas, 27 na Cidade São Pedro, 13 na Vila Poupança e 6 no Jardim Tapuãn.

RESULTADOS:
Ao analisar o gráfico 1, pode-se observar que o comportamento das precipitações no decorrer dos meses, sofre grandes variações, com o período mais chuvoso e aquecido correspondendo aos meses de outubro a março e o período com menores totais pluviométricos e menores valores térmicos representados pelos meses de abril a setembro. O gráfico mostra que o mês de maior pluviosidade é o de janeiro, com média de 244,7mm, seguido pelos meses de fevereiro, com 199,5mm e dezembro, com 193,1mm. Já os meses com menor precipitação, são agosto, com 38,3mm, julho com 45,9mm e junho com 61,8mm. Fonte: DAEE, 2006 Organizado por: Pereira, M.F. e Cabral, E. (2006) A série temporal de precipitação anual de Santana de Parnaíba (gráfico 2) mostra uma média de aproximadamente 1.450 mm para o período de 36 anos de registros, com totais mais expressivos nos anos de 1983 (2341,6 mm), 1982 (2157,6 mm), 1991 (1809,9mm) e 1976 (1792,2 mm), enquanto que os anos com menores totais pluviométricos da série foram 1968 com 912,1mm; 2001 com 934,1mm; e 2000 com 959,7mm. Fonte: DAEE, 2006 Organizado por: Pereira, M.F. e Cabral, E. (2006) Com base nos dados pluviométricos, foi levantado o comportamento médio da precipitação nas estações do ano; na qual as estações mais chuvosas são primavera e verão, sendo os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, representando praticamente metade da chuva que ocorre durante o ano, devendo nesses meses haver uma maior preocupação e monitoramento das áreas suscetíveis de riscos geológicos.

CONCLUSÕES:
Esse trabalho utilizou dados de precipitação pluviométrica, tanto em termos anuais como sazonais, a partir dos valores mensais, analisando o seu comportamento e suas possíveis vinculações com o processo de urbanização. No Município de Santana de Parnaíba, pode-se evidenciar os impactos relacionados com a expansão populacional, na qual a mudança da natureza ocasionada pelo desmatamento na região, contribuiu para as alterações do solo e por estar localizada em uma área de relevo acidentado ocasiona, em períodos de fortes precipitações, deslizamentos, enchentes e inundações. O crescimento urbano caótico, com a edificação de moradias em lotes tanto regularizados, como clandestinos, em fundos de vales, morros, cabeceiras de rios e córregos, cooperaram para o desmatamento e impermeabilização do solo, resultando em alterações ambientais e sociais no município. Esse crescimento vertiginoso no município, sem um planejamento para uso e ocupação do solo, contribuiu para a implantação de loteamentos e conjuntos habitacionais em lugares não apropriados, sob o ponto de vista geotécnico, proporcionando impactos na área urbana, onde tais fenômenos tem como agente a ação das águas das chuvas.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Áreas de Riscos, clima urbano, conscientização ambiental

E-mail para contato: flores_geopucsp@yahoo.com.br