60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal

ESTUDOS EM FILOGENIA DE ORTHOTRICHINEAE FLEISCH. (BRYOPHYTA).

Diego Knop Henriques4
Hellen Cássia dos Santos Gomes4
Tatiana Silva Siviero4
Lucas Matheus da Rocha6
Andréa Pereira Luizi Ponzo5

4. UFJF
5. Profa. Dra. - Departamento de Botânica - UFJF - Orientadora
6. M.Sc. Museu Nacional/UFRJ


INTRODUÇÃO:
A subordem Orthotrichineae Fleisch. é uma das quinze subordens que integram a ordem Bryales. As plantas em Orthotrichineae se caracterizam por apresentar filídios com células superiores pequenas, periquécios terminais com crescimento adicional por inovações laterais, esporófitos com peristômio diplolepídeo, com oito a dezesseis segmentos individualizados, dentes do endóstoma alternos aos dentes do exóstoma. Nesta subordem, tradicionalmente, eram reunidas as famílias Erpodiaceae Broth., Helicophyllaceae Broth., Orthotrichaceae Arnott, Rhachitheciaceae Robins. e Microtheciellaceae Miller & Harrington. Os caracteres morfológicos empregados para a elaboração desta classificação foram muito contestados e, recentemente, a subordem foi desmembrada, em função de dados moleculares e novas interpretações acerca do peristômio. Estudos palinológicos (que consideram a morfologia dos esporos) são importantes em avaliações filogenéticas de plantas e ainda são pouco considerados na interpretação das relações de parentesco de musgos. Assim, o presente trabalho teve por objetivo apresentar uma proposta de reconstrução filogenética de Orthotrichineae Fleisch., baseada em caracteres palinológicos e, também, gametofíticos e esporofíticos.

METODOLOGIA:
Foram estudados 75 táxons da subordem Orthotrichineae e representantes de possíveis grupos externos, considerando-se musgos diplolepídeos, haplolepídeos, acrocárpicos e pleurocárpicos, totalizando vinte e dois gêneros, que foram tratados como grupos terminais. Vinte e três caracteres foram selecionados e submetidos à análise filogenética utilizando o software PAUP 4.0, versão 10. As estruturas de relevância para o estudo foram ilustradas, com auxílio de câmara clara, acoplada ao microscópio de luz (Olympus BX41).

RESULTADOS:
Três cladogramas principais foram obtidos, demonstrando a relação entre os grupos selecionados de acordo com os caracteres analisados. O primeiro cladograma foi obtido a partir da análise dos caracteres selecionados para as diferentes famílias que compõem Orthotrichineae e apresentou os seguintes índices: L= 0,63; IC.=0,41; IR = 0,66. O segundo cladograma também foi obtido a partir da análise dos caracteres selecionados para as diferentes famílias que compõem Orthotrichineae e foi igualmente parcimonioso, entretando a posição de alguns grupos se alterou. Os índices para este foram: L= 0,63; IC.=0,41; IR = 0,66. O terceiro cladograma demonstrou a relação entre os diferentes gêneros da família Orthotrichaceae e o gênero Erpodium de Erpodiaceae, com os seguintes índices: L=32; IC=0,71; IR=0,67.

CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos demonstram que: 1. Orthotrichineae não se sustenta como monofilética nas análises realizadas; 2. A inclusão de dados palinológicos nas análises trouxe importantes informações filogenéticas; 3. A família Erpodiaceae consiste em um grupo monofilético, sendo que Aulacopilum e Erpodium podem ser interpretados como gêneros distintos da mesma família; 4. Microtheciella está mais relacionada com os musgos pleurocárpicos; 5. Helicophyllaceae é uma família monofilética; 6. As Orthotrichaceae representam um grupo monofilético; 7. Orthotrichoideae e Macromitrioideae representam grupos irmãos distintos; 8. A análise com todos os grupos terminais mostra fragilidade na circunscrição das Orthotrichoideae e confirma a monofilia das Macromitrioideae; 9. As Rhachitheciaceae apresentam uma relação complexa com os táxons briáceos (Aulacomnium), haplolepídeos (Pottia) e pleurocárpicos (Neckera).

Instituição de fomento: FAPEMIG e UFJF

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Musgos, Orthotrichineae, filogenia

E-mail para contato: diegoknop@gmail.com